Anvisa aprova vacina do Butantan contra dengue
Trata-se do primeiro imunizante contra a doença aplicado em dose única
Redação, com informações do Butantan
26/11/2025
A Butantan-DV, vacina da dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, foi aprovada nesta quarta-feira (26) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizada na população de 12 a 59 anos. Com o parecer favorável, o imunizante, que é o primeiro contra a doença aplicado em dose única, deverá ser incluído no Programa Nacional de Imunizações (PNI). O início da vacinação e a faixa etária de aplicação ainda serão definidas pelo Ministério da Saúde.
O Butantan informou que, mesmo antes da aprovação, já havia dado início à produção do imunizante em seu parque industrial, já tendo mais de 1 milhão de doses prontas para serem disponibilizadas ao PNI. Além disso, o instituto fechou uma parceria internacional com a empresa chinesa WuXi para aumentar a produção. O acordo permitirá ampliar a capacidade de fornecimento para entregar aproximadamente 30 milhões de doses no segundo semestre de 2026.
Em 2024, o Brasil registrou 6,5 milhões de casos prováveis de dengue – quatro vezes mais do que em 2023, de acordo com o Ministério da Saúde. Em 2025, até meados de novembro, foram notificados 1,6 milhão de casos prováveis. Desde o começo dos anos 2000, mais de 20 milhões de brasileiros já foram acometidos pela doença.
Composto pelos quatro sorotipos do vírus da dengue, o imunizante se mostrou seguro e eficaz tanto em pessoas com infecção prévia como naquelas que nunca tiveram contato com o patógeno. A maioria das reações foi leve a moderada, sendo as principais dor e vermelhidão no local da injeção, dor de cabeça e fadiga. Eventos adversos sérios relacionados à vacina foram raros e todas as pessoas se recuperaram.
O Instituto Butantan pretende ampliar a faixa etária de vacinação tanto para o público pediátrico quanto para aquele acima de 60 anos. Para isso, já recebeu aprovação da Anvisa para avaliar a vacina da dengue na população de 60 a 79 anos. Se os resultados da pesquisa forem satisfatórios, será possível solicitar à agência reguladora a inclusão desse grupo nas recomendações do imunizante. Além disso, mais dados deverão ser coletados para avaliar a possível inclusão das crianças de 2 a 11 anos. Os estudos clínicos realizados já comprovaram que a vacina é segura nesta faixa etária.
Redação, com informações do Butantan

