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Batalhas tornam capital do Sudão um 'inferno' apesar de promessas de trégua

Placeholder - loading - Homem passa por edifício danificado durante combates em Cartum, Sudão 27/04/2023 REUTERS/Mohamed Nureldin Abdallah
Homem passa por edifício danificado durante combates em Cartum, Sudão 27/04/2023 REUTERS/Mohamed Nureldin Abdallah

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Por Khalid Abdelaziz

CARTUM (Reuters) - Ataques aéreos, tanques e artilharia abalaram a capital do Sudão, Cartum, e a cidade vizinha de Bahri, nesta sexta-feira, disseram testemunhas, embora o Exército e uma força paramilitar rival tenham concordado em estender uma trégua por 72 horas.

Centenas de pessoas foram mortas e dezenas de milhares fugiram para salvar suas vidas em uma luta pelo poder entre o Exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF) que eclodiu em 15 de abril e desativou uma transição apoiada internacionalmente para eleições democráticas.

Em violações persistentes do cessar-fogo, tiros pesados e detonações atingiram bairros residenciais da região da capital, onde os combates se concentraram na última semana.

Uma espessa fumaça subia acima de duas áreas de Bahri.

'A situação esta manhã é muito assustadora. Ouvimos os sons de aviões e explosões. Não sabemos quando este inferno vai acabar', disse Mahasin al-Awad, morador de Bahri, de 65 anos.

'Estamos em constante estado de medo por nós mesmos e por nossos filhos.'

O Exército do Sudão tem dirigido ataques aéreos com jatos ou drones contra as forças RSF espalhadas em bairros da capital, onde muitos moradores estão presos pela guerra urbana com pouco acesso a comida, combustível, água e eletricidade.

Pelo menos 512 pessoas foram mortas e cerca de 4.200 ficaram feridas nos combates desde 15 de abril, segundo a Organização das Nações Unidas, que disse que o número real deve ser muito maior. O Sindicato dos Médicos do Sudão afirmou nesta sexta-feira que pelo menos 387 civis foram mortos.

Em um comunicado, a RSF acusou o Exército de violar um pacto de trégua negociado pelos Estados Unidos e Arábia Saudita ao realizar ataques aéreos em suas bases em Omdurman, cidade irmã de Cartum na confluência dos rios Nilo Azul e Nilo Branco, e no Monte Awliya.

O Exército culpou a RSF pelas violações na noite de quinta-feira.

Um avião turco destinado à retirada de pessoas foi atacado quando estava pousando no aeroporto de Wadi Seyidna, em Omdurman, nesta sexta-feira, mas não houve feridos, disse o Ministério da Defesa da Turquia.

Pouco antes, o Exército do Sudão acusou a RSF de disparar contra o avião, danificando seu sistema de combustível que estava sendo consertado depois que a aeronave conseguiu pousar com segurança. A RSF negou ter atacado o avião, acusando o Exército de 'espalhar mentiras'.

A calmaria nos combates em partes de Cartum no início desta semana permitiu que alguns moradores saíssem e retiradas estrangeiras aumentassem, mas os combates continuaram mesmo em meio ao cessar-fogo. Analistas questionam a capacidade de ambos os lados de impor respeito às tréguas entre suas tropas.

A violência também ressurgiu na região de Darfur, onde o conflito fervilha desde o início de uma brutal guerra civil há duas décadas, e ameaça agravar a instabilidade em uma região volátil da África entre o Sahel e o Mar Vermelho.

(Reportagem de Khaled Abdelaziz, Eltayeb Siddig em Cartum, Aidan Lewis no Cairo, Gabrielle Tetrault-Farber e Emma Farge em Genebra, Denis Elamu em Juba, Ayenat Mersie em Nairóbi)

Escrito por Reuters

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