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Criadores de leões têm futuro incerto após proibição na África do Sul

Placeholder - loading - Leão caminha em criadouro para grandes felinos, mantido para entretenimento turístico em Brits, província do Noroeste, na África do Sul 14/08/2024 REUTERS/Sisipho Skweyiya
Leão caminha em criadouro para grandes felinos, mantido para entretenimento turístico em Brits, província do Noroeste, na África do Sul 14/08/2024 REUTERS/Sisipho Skweyiya

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Por Sisipho Skweyiya e Sfundo Parakozov

JOHANNESBURGO (Reuters) - A eliminação gradual da criação de grandes animais em cativeiro e a proibição do uso de leões para fins comerciais na África do Sul deixaram alguns empresários preocupados com suas perspectivas de negócios.

Uma equipe indicada pela ex-ministra do Meio Ambiente Barbara Creecy recomendou, em dezembro de 2022, a proibição da prática de criação desses animais, sem estabelecer incentivos financeiros para donos de leões quando o fechamento fosse concretizado. O governo implementou as recomendações em abril, sem um prazo para o fim da prática.

Não foram feitas mudanças nos planos desde a eleição nacional da África do Sul, em maio, quando o presidente Cyril Ramaphosa tornou-se líder de um governo de coalizão e indicou um novo ministro da pasta de Meio Ambiente.

A África do Sul tem mais de 8.000 leões mantidos em cativeiro, a maior população do mundo e que, no país, é maior até do que a de leões soltos na natureza.

Willie Le Roux, dono de uma hospedaria e pesquisador de reprodução artificial da vida selvagem, disse que seu alojamento está envolvido em pesquisas reprodutivas artificiais com universidades locais e internacionais desde 2006, e que em 2017 produziu os primeiros filhotes de leão por meio de inseminação artificial.

'(O governo) não pode optar pelas duas coisas... eles não podem nos dar permissão para a pesquisa, mas também cortar nosso fluxo de renda', reclamou Le Roux.

A hospedaria de Le Roux permite que turistas participem de caminhadas guiadas com leões, o que, segundo ele, ajuda a pagar seus funcionários e a financiar sua pesquisa.

Asini Sanadi, cuidador de animais que trabalhou no estabelecimento de Le Roux por 14 anos, é o único provedor financeiro da sua família. Ele afirmou que acabar com a criação de grandes felinos vai prejudicar seu sustento.

O relatório da pasta incentiva os proprietários de centros de criação a deixarem voluntariamente a indústria sacrificando ou esterilizando os animais, ou entregando-os ao governo para serem soltos na natureza ou transferidos para santuários.

As organizações de conservação poderiam realocar fundos e recursos atualmente direcionados ao setor de criação em cativeiro para apoiar esforços genuínos de conservação', disse Fiona Miles, diretora da organização de bem-estar animal Four Paws na África do Sul.

As comunidades que cercam as reservas de vida selvagem e os parques nacionais poderiam obter ganhos econômicos se o turismo aumentasse, disse Miles.

(Reportagem de Sfundo Parakozov e Sisipho Skweyiya; reportagem adicional de Siyabonga Sishi e Lelethu Madikane)

Escrito por Reuters

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