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DO ÁLBUM DE COVERS AO ROYAL ALBERT HALL: O 2025 DE PAUL WELLER

ÍCONE BRITÂNICO SE APRESENTA EM 10 DE DEZEMBRO APÓS LANÇAR DISCO DE RELEITURAS EM UM ANO DISCRETO, MAS CRIATIVO

João Carlos

02/12/2025

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Crédito da imagem: gerada por IA

Depois de lançar Find El Dorado, um álbum de covers que percorre pérolas esquecidas dos anos 1970, Paul Weller viveu 2025 como um ano de reconexão artística. O disco, recebido com entusiasmo por críticos britânicos por sua intimidade sonora e pela habilidade do músico em reinterpretar composições que moldaram seu gosto pessoal, deu o tom para uma temporada de palcos mais seletivos, porém emblemáticos.

Entre novas leituras, timbres mais orgânicos e arranjos que realçam sua maturidade musical, Weller consolidou a imagem de um artista em plena fase de refinamento criativo — e é justamente esse espírito que desemboca na expectativa para o seu próximo compromisso em Londres.

A construção do caminho até o Royal Albert Hall

Com menos datas e foco em apresentações especiais, Weller direcionou 2025 para um tipo de presença ao vivo que privilegia significado, e não quantidade. A agenda enxuta funcionou como uma ponte para o que virá em 2026 — uma nova rodada de shows pelo Reino Unido e Irlanda — mas, antes disso, ele se prepara para uma das noites mais simbólicas de todo o seu calendário recente.

No dia 10 de dezembro, Weller sobe ao palco do Royal Albert Hall como um dos convidados de destaque do evento beneficente Streets of London’s Starry Night, ao lado de nomes como Bastille, Matt Berninger e Corinne Bailey Rae. Mesmo em formato mais curto, a participação do “Modfather” está entre as mais aguardadas da noite — reflexo direto do momento artístico vivido por ele.

O que representa este show para os fãs

As conversas nas redes sociais deixam claro: há grande expectativa para ouvir Weller em modo acústico ou semiacústico, formato ideal para o repertório de Find El Dorado e para releituras mais intimistas de faixas como “You Do Something to Me”. Fãs britânicos o descrevem como “mais afiado do que nunca”, destacando a força da voz e a capacidade de revisitar canções antigas com frescor.

A imprensa também vê este concerto como um marco de fim de ciclo: o fechamento da era Find El Dorado e a antessala da turnê de 2026, onde Weller voltará aos palcos com shows completos após um ano de apresentações mais pontuais.

O peso simbólico de tocar no Royal Albert Hall

Falar em Royal Albert Hall é falar em um dos palcos mais tradicionais e reverenciados da história da música britânica. Com mais de 150 anos, ele permanece como símbolo máximo da performance ao vivo no Reino Unido — um espaço onde tocar significa cruzar um limiar artístico.

Para Weller, a relação com o local é profunda. O auditório já rendeu registros clássicos de sua carreira, entre eles o álbum Other Aspects – Live at the Royal Albert Hall, que apresentou o músico em formato orquestral e consolidou sua habilidade de criar atmosferas grandiosas sem perder o caráter íntimo. Voltar a esse cenário em 2025, no centro de uma ação beneficente que apoia projetos sociais em Londres, reforça o papel do artista como uma figura que une tradição, engajamento e respeito histórico.

Uma noite que encerra um ciclo

Assim, o concerto de 10 de dezembro funciona como o fecho natural de um ano marcado pela redescoberta criativa, pelo diálogo com o passado musical britânico e pela preparação para os próximos passos. Para os admiradores de Weller, é a chance de vê-lo em um formato raro, num palco lendário, após um álbum que reafirmou sua sensibilidade e sua capacidade de reinvenção.

A partir dessa apresentação, todos os holofotes se voltam para a turnê de verão de 2026, que começa em 12 de junho, no Scarborough Open Air Theatre, e promete consolidar mais uma fase prolífica de um dos nomes mais influentes da música britânica contemporânea. Além disso, os fãs também aguardam a edição expandida do cultuado Café Bleu, já anunciada para lançamento em 30 de janeiro, resgatando um dos momentos mais celebrados da era The Style Council.

Um legado que atravessa gerações

A presença de Paul Weller no Royal Albert Hall também serve para lembrar a extensão de um legado que atravessa décadas. Desde os anos 1970, quando despontou à frente do The Jam com clássicos que definiram a identidade do pós-punk britânico — caso de "Town Called Malice — Weller se consolidou como uma das figuras mais influentes de sua geração. Recorde abaixo.

Nos anos 1980, ele mostrou outra faceta criativa ao liderar o The Style Council, mergulhando em soul, jazz e pop sofisticado, período marcado por sucessos como “Shout To The Top” e “You're The Best Thing”, que ampliaram seu público e reforçaram sua versatilidade.

A carreira solo, iniciada no começo dos anos 1990, elevou ainda mais esse prestígio. Canções como “You Do Something To Me”, “Wild Wood” e “Broken Stones” tornaram-se hinos de sua fase mais madura, celebrando uma escrita melódica única e uma assinatura vocal imediatamente reconhecível.

Esse conjunto de trajetórias — o vigor do The Jam, a elegância do Style Council e a solidez da carreira solo — explica por que cada aparição de Paul Weller em palcos históricos ainda desperta tanta atenção. E transforma o show de 10 de dezembro no Royal Albert Hall em mais um capítulo de uma história que continua em movimento.

E, se você ainda não ouviu o trabalho mais recente do artista, vale começar por “Lawdy Rolla”, uma das faixas de destaque de Find El Dorado. A canção, originalmente composta pelo duo britânico Gallagher & Lyle nos anos 1970, ganha aqui uma leitura vigorosa, com arranjo mais encorpado, vocais cheios de textura e a assinatura característica de Weller ao transformar uma pérola esquecida em algo totalmente vivo, contemporâneo e seu.

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