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Em meio ao aumento da criminalidade, Equador votará sobre retorno de bases militares estrangeiras ao país

Em meio ao aumento da criminalidade, Equador votará sobre retorno de bases militares estrangeiras ao país

Reuters

14/11/2025

Placeholder - loading - Presidente do Equador, Daniel Noboa, cumprimenta a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, na base aérea de Manta, no Equador 05/11/2025 Alex Brandon/Pool via REUTERS
Presidente do Equador, Daniel Noboa, cumprimenta a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, na base aérea de Manta, no Equador 05/11/2025 Alex Brandon/Pool via REUTERS

Por Alexandra Valencia

QUITO (Reuters) - Os equatorianos, que sofrem com o aumento da criminalidade violenta, irão às urnas no domingo para decidir se permitem o retorno ao país de bases militares estrangeiras -- que, segundo o presidente Daniel Noboa, são fundamentais para combater o crime organizado -- e se apoiam a convocação de uma assembleia para reescrever a Constituição.

Outrora considerado um dos países mais seguros da América Latina, o Equador tornou-se um importante centro de trânsito para o narcotráfico nos últimos anos devido à sua localização no Pacífico, desencadeando uma crise de segurança sem precedentes e afetando sua já frágil economia.

Pesquisas recentes mostram que a maioria apoia a convocação da assembleia constituinte, mas os eleitores parecem divididos em relação às bases militares.

Noboa argumenta que a atual Constituição, redigida pelo ex-presidente de esquerda Rafael Correa, deve ser revisada para refletir a nova realidade do país e expandir a cooperação internacional no combate ao crime.

'Eles escreveram as regras para se protegerem. Hoje, o Equador escolhe um caminho diferente', escreveu Noboa esta semana no X.

Os Estados Unidos, que elogiaram Noboa como um 'excelente parceiro' nos esforços para conter a imigração ilegal e o tráfico de drogas, realizaram ataques a mais de uma dúzia de embarcações suspeitas de narcotráfico no Caribe e no Pacífico, resultando em mais de 70 mortes.

As autoridades disseram que o voto negativo na questão das bases militares não prejudicará os planos de segurança. Noboa ratificou dois acordos para operações militares conjuntas com os EUA no ano passado e os dois países também mantêm um acordo de interceptação aérea, permitindo apreensões de drogas e armas no mar.

A cidade costeira de Manta abrigou o pessoal militar dos EUA por uma década até 2009, quando Correa se recusou a renovar sua presença e proibiu constitucionalmente as bases estrangeiras. A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, visitou recentemente as instalações militares em Manta e uma base aérea em Salinas, juntamente com Noboa.

As apreensões de drogas caíram em mais de 70% no ano seguinte ao fechamento da base de Manta, disse o ministro do Interior, John Reimberg, a uma estação de rádio local na terça-feira, devido à suspensão das operações conjuntas.

Mas o possível retorno de bases estrangeiras tem mais a ver com geopolítica do que com segurança doméstica, disse Luis Cordova, pesquisador-chefe do Observatório de Conflitos do Equador, acrescentando que o Equador precisa de uma melhor infraestrutura de inteligência: 'O Equador não carece de cooperação -- carece de gestão pública para lidar com o problema.'

E alguns eleitores têm preocupações com a soberania.

'Não permitiremos que nosso país se torne uma zona de guerra para as ambições dos Estados Unidos', disse Jeronimo Ludena, um advogado de 55 anos de Guayaquil, a cidade mais perigosa do Equador. 'Não devemos hipotecar nossa soberania.'

(Reportagem de Alexandra Valencia, em Quito; Reportagem adicional de Yury Garcia, em Guayaquil)

Reuters

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