Estudo descobre que mosquitos Aedes argypti são repelidos por música eletrônica
Mais estudos são necessários, mas a ideia de criar repelentes sonoros não é descartada por especialistas.
Letícia Furlan
04/04/2019
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Malaysia Sarawak, na Malásia, descobriu os efeitos da música eletrônica no mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika, febre amarela e chikungunya.
A música escolhida para os testes foi a “Scary Monsters and Nice Sprites", do produtor Skrillex”. Os pesquisadores notaram que, enquanto a música tocava, os mosquitos se reproduziram menos e também picaram menos. Isso acontece porque insetos se beneficiam de vibrações de baixa frequência na hora do acasalamento, mas barulhos podem atrapalhar sua percepção de sinais vindos de outros insetos e de humanos.
"No caso dos mosquitos, o som emitido por eles vem do batimento das asas, que possui uma frequência específica tanto para os machos quanto para as fêmeas. Para a cópula, essas frequências podem ser alteradas e 'acertadas' entre machos e fêmeas, para que entrem numa sintonia", explica Tamara Lima-Câmara, do Departamento de Epidemiologia da USP, que não participou do estudo.
Tamara afirma que as antenas dos mosquitos funcionam como órgãos sensoriais que percebem vibração e são sensíveis a ondas sonoras. Por isso existe a ideia de criar repelentes ultrassônicos, não perceptíveis aos ouvidos humanos, mas que afastariam os mosquitos.
"Um desses sons ultrassônicos imitaria, por exemplo, o batimento das asas de predadores de mosquitos. Entretanto, não há confirmação científica da eficiência desse método de repelência", diz.
"Associações entre música e animais já foram feitas anteriormente. No caso dos mosquitos, por perceberem ondas sonoras, talvez a música seja percebida também. Mas é importante lembrar que o experimento foi realizado com a música tocando bem próxima dos mosquitos, o que invalida a ideia de colocar som alto dentro de casa para espantar as picadas".
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