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Justin Timberlake remonta a passado de sucesso, mas não traz nada de novo

O novo álbum do cantor, “Everything I Thought It Was”, tem material interessante, mas não se iguala aos hits que lhe deram o título de Príncipe do Pop

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A música que inaugura o sexto álbum de Justin Timberlake, “Everything I Thought It Was”, lançado na última sexta-feira (15), leva o ouvinte de volta no tempo. Memphis, a cidade onde o cantor nasceu, é palco de uma grande pressão e dor que ele sofreu para atingir a fama. Batidas arrastadas piscam atrás de sua voz, insinuando vulnerabilidade, mas a canção não é uma amostra que sintetiza o resto do álbum – “Everything I Thought It Was” aborda, principalmente, questões de amor e luxúria.

O título faz referência à letra final da música em questão. Em entrevista ao The Kelly Clarkson Show, Justin explica que “na última linha da primeira música do álbum (Memphis), eu digo: Eu sou tudo que você pensou que eu era/Eu sou tudo que eu pensei que era/Foi tudo que eu pensei que era. E, você sabe, trata-se apenas de chegar a este ponto agora na minha vida como artista, como marido, como pai, como ser humano. E estou muito animado com o que o futuro reserva. Eu tocava para pessoas próximas a mim e elas diziam: “Oh, isso soa como cada parte de você, de cada álbum mixado em um único álbum. E tendo esse momento na minha vida e olhando para trás, para tudo o que aconteceu, meio que aceitando tudo isso e ficando animado com tudo isso, aprendendo com tudo, aplicando isso para seguir em frente na minha vida. [...] eu acho que você chega nesse ponto que você chega em paz com tudo isso.”

O álbum alterna entre músicas introspectivas e outras dançantes, trazendo uma memória do “Príncipe do Pop". Porém, deixa a desejar, sem apresentar a sensualidade que o cantor já exalou. É de se esperar de um artista que entregou obras refinadas como “FutureSex” e “The 20/20 Experience” algo além do que foi “Everything”, uma mistura musical extensa que reflete uma época em que a música Pop funcionava melhor como algo divertido e uma espécie de escapismo do mundo ao seu redor.

Para Timberlake, isso significa principalmente se concentrar no que o mantém centrado: o seu casamento e o amor que ele tem por sua esposa Jessica Biel. Ao longo do álbum, ele faz isso repetidamente. Já que ele escolheu o amor como inspiração, considerando que o artista tem mais experiência e anos de vida do que em trabalhos passados, poderia ter composto de forma mais rebuscada. Algumas letras parecem preguiçosas, com rimas pouco inteligentes - como em “No Angels”, por exemplo, quando Justin recita “'Cause you're lookin' like gas and I'm lookin' for mileage” (Porque você está parecendo gasolina e eu estou procurando por quilometragem). Contudo, depois de “Man of the Woods”, trabalho no qual Justin buscou trazer um álbum mais pessoal e autêntico e obteve uma repercussão negativa do público, parece uma jogada mais certeira fazer algo menos inovador e mais repetitivo.

“Fuckin’ Up the Disco”, “Infinity Sex” e “No Angels" são faixas mais dançantes e brilhosas, contagiantes, com referências atualizadas de “Off the Wall”, de Michael Jackson. Já “Play” tem um groovy irresistível, um baixo marcante e uma influência de Prince, enquanto “Liar”, que conta com a participação de Fireboy DML, soa como mais atual, um instrumental leve e tem um entrelace de vozes interessante. Em “Technicolor”, as nuances e o alcance da voz de Justin são mais trabalhados, que canta sobre uma conexão física de forma vívida, com arranjos instrumentais estelares.

“What Lovers Do” parece ter sido criada a partir de uma receita de algoritmos e tendências. A música é um clássico exemplo de como a indústria tem produzido obras parecidas, visando um sucesso comercial de forma genérica e escorregadia. O single “Selfish” ecoa Nick Jonas, uma balada suave com melodias que bebem da fonte do R&B, que fala sobre o desejo de ter alguém só para si. “Paradise”, feita com o NSYNC, é uma música sem muita personalidade que poderia facilmente ser executada pelo One Direction ou por alguma boy band das décadas de 2000/2010.

“Drown” e “Alone” são as canções mais melancólicas do álbum. A primeira, respectivamente, lembra “Cry Me a River”, duas crônicas de término de relacionamento nas quais a culpa é atribuída ao outro, com melodias instantâneas e um clássico de JT, como se tivesse saído de seus primeiros álbuns. Já em “Alone”, a voz de Justin está em evidência e navega com sutileza e solidez pelo belo e sofisticado instrumental.

“Everything I Thought it Was” não é o melhor da carreira de Timberlake, mas é uma boa volta depois de “Man of the Woods” e remonta a vários sucessos do artista. Ele não emplaca hits como antigamente, mas tem material suficiente para agradar sua base de fãs e protagonizar pistas de dança ao redor do mundo.


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