Pesquisa norte-americana descobre que herpes pode estar relacionada ao Alzheimer

Uma nova pesquisa publicada na revista Neuron apresentou provas convincentes de que os vírus podem estar envolvidos no Mal de Alzheimer, particularmente o vírus da herpes. Com financiamento do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona e da Icahn Escola de Medicina Monte Sinai se juntaram para estudar a possibilidade.

No total, foram analisados 622 cérebros de pessoas que tiveram Alzheimer e 322 órgãos de pessoas sem a doença.

Cientistas desconfiam há décadas da relação entre demênias e infecções. Mas agora há provas mais contundentes de que a proteína associada ao Mal de Alzheimer (a beta amiloide) possa ser produzida como uma reação do sistema imunológico às infecções. Se assim for, isso poderia mudar o curso da pesquisa e possivelmente levar a tratamentos e novas formas de rastreio da doença.

Almir Ribeiro Tavares Júnior, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, que acompanhou os estudos, alerta que a descoberta não significa que as pessoas estudadas necesariamente tiveram herpes, mas que elas tiveram contato com o vírus ao longo da vida.

Os pesquisadores salientam, entretanto, que os resultados não permitem ainda estabelecer uma relação de causalidade entre o Alzheimer e infecções, mas aponta para uma possível relação.

Para Tavares, seria importante também um estudo prospectivo e que apresentasse intervenções. Segundo o pesquisador, um dos maiores problemas é acompanhar essas pessoas por muitas décadas.

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