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Portugal tem que 'pagar custos' de escravidão e crimes coloniais, diz presidente

Placeholder - loading - Presidente de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa em Lisboa  2/4/2024   REUTERS/Pedro Nunes
Presidente de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa em Lisboa 2/4/2024 REUTERS/Pedro Nunes

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Por Catarina Demony

LISBOA (Reuters) - O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse na terça-feira que Portugal foi responsável por crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e a era colonial, e sugeriu a necessidade de reparações.

Durante mais de quatro séculos, pelo menos 12,5 milhões de africanos foram sequestrados, transportados à força por longas distâncias, principalmente por navios e comerciantes europeus, e vendidos como escravos.

Aqueles que sobreviviam à viagem acabavam trabalhando em plantações nas Américas, principalmente no Brasil e no Caribe, enquanto outros lucravam com seu trabalho.

Portugal traficou quase 6 milhões de africanos, mais do que qualquer outra nação europeia, mas até agora não conseguiu confrontar seu passado e pouco se ensina sobre seu papel na escravidão transatlântica nas escolas.

Em vez disso, a era colonial de Portugal, durante a qual países como Angola, Moçambique, Brasil, Cabo Verde e Timor Leste, bem como partes da Índia, foram submetidos ao domínio português, é frequentemente vista como uma fonte de orgulho.

Falando em um evento com correspondentes estrangeiros na noite de terça-feira, Rebelo de Sousa disse que Portugal 'assume total responsabilidade' pelos erros do passado e que esses crimes, incluindo massacres coloniais, tiveram 'custos'.

'Temos que pagar os custos', afirmou ele. 'Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso.'

A ideia de pagar reparações ou tomar outras medidas pela escravidão transatlântica vem ganhando força em todo o mundo, incluindo esforços para estabelecer um tribunal especial sobre a questão.

Ativistas afirmam que as reparações e as políticas públicas para combater as desigualdades causadas pelo passado de Portugal, incluindo o racismo sistêmico, são essenciais.

Rebelo de Sousa disse no ano passado que Portugal deveria se desculpar pela escravidão transatlântica e pelo colonialismo, mas não chegou a pedir desculpas completas. Ele declarou na terça-feira que reconhecer o passado e assumir a responsabilidade por ele era mais importante do que pedir desculpas.

'Pedir desculpas é a parte mais fácil', disse ele.

(Reportagem de Catarina Demony e Sergio Gonçalves)

Escrito por Reuters

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