Peixes-palhaços são de fato superprotetores
A superproteção dos pais parece ser algo bastante humano, mas essa é a história que norteia o filme Procurando Nemo. E a Pixar acertou em cheio: os machos de peixe-palhaço estão entre os pais mais apegados do mundo animal.E o cuidado paterno que eles exibem é raro. Em muitas espécies, os machos são indiferentes aos próprios filhotes. E, na maioria delas, eles são hostis aos filhotes de outros animais. As ovas de um ninho estranho acabam virando comida para um peixe macho - mas não para o peixe-palhaço.O Amphiprion ocellaris (nome científico de Marlin e Nemo) cuida dos filhotes dos outros como se fossem seus. E a adoção também acontece com pais solteiros, que nunca cruzaram: basta ver um conjunto de ovas sem proteção, que eles assumem a função paterna.Isso tudo graças a um hormônio semelhante a oxitocina. Em humanos, ela é produzida durante o parto e no leite materno, ajudando a estreitar a conexão entre a mãe e o bebê – por isso conhecida como hormônio do amor e da confiança.Nos peixes-palhaço, é a isotocina que tem esse papel. O estudo, feito pela Universidade de Illionis, em Urbana-Champaign, comprovou essa tese bloqueando o hormônio no corpo dos peixes. Rapidamente, eles pararam de cuidar dos filhotes.Além da isotocina, foi analisado também o papel da vasotocina, hormônio parecido com a argenina vasopressina nos humanos, que regula, entre outras coisas, a vontade de urinar. Mas, em alguns estudos, ela também foi relacionada à agressividade, dominância e a competição sexual.Graças à vasotocina, os peixes têm o instinto de proteção e dominância sobre os filhotes, configurando uma superproteção. Eles não apenas mimam os filhos, mas são quimicamente programados para associar esse cuidado intenso com uma vigilância constante contra ameaças.Para ler mais notícias, curta a página Antena 1 News no Facebook!