Procurador de crimes de guerra é primeiro alvo das sanções de Trump contra o TPI, dizem fontes
Por Stephanie van den Berg e Anthony Deutsch
HAIA (Reuters) - O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) Karim Khan é a primeira pessoa a sofrer sanções econômicas e de viagens pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que visam punir o tribunal por causa das investigações contra cidadãos ou aliados dos EUA, disseram à Reuters nesta sexta-feira duas fontes com conhecimento do assunto. Khan, que é britânico, foi nomeado nesta sexta-feira em um anexo ainda sigiloso de um decreto assinado por Trump na quinta, afirmaram uma autoridade do TPI e outra fonte, ambas informadas por funcionários do governo dos EUA. Elas falaram sob a condição de anonimato para falar sobre o assunto confidencial. As sanções incluem o congelamento de ativos nos EUA e a proibição deles e de suas famílias de visitarem os Estados Unidos. O decreto instrui o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em consulta com o secretário de Estado, Marco Rubio, a enviar um relatório dentro de 60 dias, com os nomes das pessoas que devem ser punidas. Nesta sexta-feira, o TPI condenou as sanções, prometendo apoiar sua equipe e 'continuar trazendo justiça e esperança a milhões de vítimas inocentes de atrocidades em todo o mundo, em todas as situações diante dele'. Autoridades do tribunal se reuniram em Haia nesta sexta-feira para discutir as sanções. O Tribunal Penal Internacional, aberto em 2002, tem jurisdição internacional para julgar genocídios, crimes contra a humanidade e crimes de guerra de Estados-membros, ou se um caso for encaminhado pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).