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Tanzaniano Gurnah, romancista do colonialismo e do refúgio, vence Nobel de 2021

Placeholder - loading - Abdulrazak Gurnah na Catedral de Canterbury Imagem de vídeo de 6/2021 CHAPTER OF CANTERBURY CATHEDRAL/via REUTERS
Abdulrazak Gurnah na Catedral de Canterbury Imagem de vídeo de 6/2021 CHAPTER OF CANTERBURY CATHEDRAL/via REUTERS

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Por Niklas Pollard e Johan Ahlander

ESTOCOLMO (Reuters) - O romancista tanzaniano Abdulrazak Gurnah, de 72 anos, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 2021 'por sua penetração inflexível e compassiva nos efeitos do colonialismo e no destino dos refugiados', anunciou a instituição que concede a honraria nesta quinta-feira.

Radicado no Reino Unido, Gurnah é o primeiro africano a receber o prêmio desde a zimbabuana Doris Lessing em 2007, e somente o segundo autor negro da África subsaariana – o primeiro foi o nigeriano Wole Soyinka, contemplado em 1986.

Entre seus romances estão 'Paradise', situado na África Ocidental colonial durante a Primeira Guerra Mundial e concorrente ao Prêmio Booker de Ficção, e 'Desertion'.

'Em seus dez romances, ele penetra continuamente, e com grande compaixão, nos efeitos do colonialismo na África Ocidental e em seus efeitos nas vidas de indivíduos desenraizados e migrantes', disse Anders Olsson, chefe do Comitê do Nobel da Academia Sueca, aos repórteres.

Gurnah deixou a África como refugiado nos anos 1960, em meio à perseguição de cidadãos de origem árabe do regime do presidente Abeid Karume em Zanzibar, onde cresceu, quando a libertação pacífica do comando colonial britânico provocou uma revolução.

Ele só conseguiu voltar ao país em 1984, o que lhe permitiu ver o pai pouco antes de este morrer.

Sua seleção para o maior reconhecimento da literatura chega em um momento de tensões globais em relação à migração, já que milhões de pessoas fogem da violência e da pobreza em locais como a Síria, o Afeganistão e a América Central ou são deslocadas pela mudança climática. Olsson disse que a escolha do comitê não foi uma reação a manchetes recentes e que este acompanhava o trabalho de Gurnah há anos.

'Acho que é brilhante e maravilhoso', disse Gurnah à Reuters quando indagado sobre como se sente por ter recebido o prêmio. 'É ótimo, é um grande prêmio, e uma lista tão grande de escritores maravilhosos... ainda estou absorvendo', disse.

'Foi uma surpresa tão completa que realmente tive que esperar até ouvi-lo anunciado para poder acreditar.'

Embora o suaíli seja sua língua materna, o inglês se tornou a ferramenta literária de Gurnah quando ele começou a escrever aos 21 anos.

Ele se inspira na poesia árabe e persa, assim como no Corão, mas a tradição em língua inglesa, de William Shakespeare a V. S. Naipaul, marcaria especialmente sua obra, segundo a Academia Sueca.

(Por Simon Johnson e Niklas Pollard em Estocolmo e Justyna Pawlak em Varsóvia; reportagem adicional de Johan Ahlander em Gotemburgo, Guy Faulconbridge em Londres e Terje Solsvik em Oslo)

Escrito por Reuters

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