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Tribunal da ONU condena acusado do Hezbollah por assassinato de ex-premiê libanês Hariri

Placeholder - loading - Pessoas com bandeiras do Líbano do lado de fora de tribunal apoiado pela ONU para julgamento da morte de ex-premiê Hafik Hariri, em Leidschendam, na Holanda  18/08/2020 REUTERS/Eva Plevier
Pessoas com bandeiras do Líbano do lado de fora de tribunal apoiado pela ONU para julgamento da morte de ex-premiê Hafik Hariri, em Leidschendam, na Holanda 18/08/2020 REUTERS/Eva Plevier

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Por Toby Sterling e Bart H. Meijer

LEIDSCHENDAM, Holanda (Reuters) - Um tribunal apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) condenou um membro do Hezbollah de conspirar para assassinar o ex-primeiro ministro libanês Rafik al-Hariri em um ataque a bomba em 2005, que deu início a vários anos de confrontos entre as forças políticas do Líbano.

Hariri, um bilionário sunita, tinha laços estreitos com o Ocidente e com aliados sunitas do Golfo Pérsico, e era visto como uma ameaça à influência iraniana e síria no Líbano. Ele liderou os esforços de reconstrução de Beirute após a guerra civil de 1975-1990.

Embora a corte não tenha encontrado nenhuma evidência de envolvimento direto da liderança do Hezbollah ou do governo sírio, os juízes afirmaram que o assassinato foi claramente um ato de terrorismo com motivação política.

Durante a leitura do veredicto, que durou horas, juízes consideraram o réu, Salim Jamil Ayyash, culpado de todas as acusações e disseram que os promotores estabeleceram sua afiliação com o Hezbollah, grupo ligado ao Irã.

'O sr. Ayyash teve um papel central na execução do ataque e contribuiu diretamente', disse o juiz-presidente da corte, David Re, lendo uma decisão de 2.600 páginas.

'O sr. Ayyash pretendia matar o sr. Hariri e tinha o conhecimento necessário sobre as circunstâncias da missão do assassinato, incluindo que os explosivos eram os meios a serem utilizados', disse.

Os juízes disseram não haver provas suficientes contra três outros homens acusados de serem cúmplices no atentado de 14 de fevereiro de 2005, também supostos membros do grupo muçulmano xiita, e eles foram absolvidos.

O filho de Hariri, Saad, também ex-primeiro ministro libanês, reagiu ao veredicto, prometendo que não iria descansar até que a pena fosse cumprida. Ele disse que era hora de o Hezbollah assumir a responsabilidade.

O Hezbollah nega qualquer envolvimento na morte de Hariri. Seu líder, Sayyed Hassan Nasrallah, disse na sexta-feira que não estava preocupado com o julgamento e que, se algum membro do grupo fosse condenado, ele apoiaria sua inocência.

PAÍS POLARIZADO

O assassinato de Hariri mergulhou o Líbano no que então foi sua pior crise desde a guerra, abrindo caminho para anos de confrontos entre forças políticas.

A morte removeu um poderoso líder sunita e permitiu a expansão política do poder xiita, liderado pelo Hezbollah e pelos seus aliados no Líbano.

Todos os quatro réus foram julgados à revelia. Ayyash foi formalmente condenado por um ataque terrorista e homicídio de Hariri e 21 outros. Ele será sentenciado em audiências posteriores e pode pegar prisão perpétua.

O veredicto ocorre no momento em que o Líbano ainda está se recuperando das consequências de uma grande explosão ocorrida em Beirute, que matou 178 pessoas, e de um colapso econômico devastador.

A explosão de 4 de agosto no porto de Beirute, onde as autoridades dizem que uma carga de nitrato de amônio armazenado de forma insegura foi detonado, alimentou a indignação pública e levou à renúncia do governo.

O inquérito e o julgamento in absentia dos quatro supostos integrantes do Hezbollah demoraram 15 anos e custaram cerca de 1 bilhão de dólares.

(Por Toby Sterling e Anthony Deutsch; Reportagem adicional da Redação Beirute)

Escrito por Reuters

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