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Ucrânia condena soldado russo a prisão perpétua por matar prisioneiro de guerra

Ucrânia condena soldado russo a prisão perpétua por matar prisioneiro de guerra

Reuters

06/11/2025

Placeholder - loading - O soldado russo Dmitry Kurashov durante audiência judicial para veredicto 6 de novembro de 2025 REUTERS/Inna Varenytsia
O soldado russo Dmitry Kurashov durante audiência judicial para veredicto 6 de novembro de 2025 REUTERS/Inna Varenytsia

Por Inna Varenytsia

ZAPORIZHZHIA, Ucrânia (Reuters) - Um tribunal ucraniano condenou um soldado russo nesta quinta-feira à prisão perpétua após considerá-lo culpado de matar um prisioneiro de guerra ucraniano, primeira decisão do tipo por tais acusações.

O tribunal da cidade de Zaporizhzhia, no sudeste do país, considerou Dmitry Kurashov, de 27 anos, culpado por matar a tiros Vitalii Hodniuk, um soldado ucraniano que se rendeu em janeiro de 2024 quando seu abrigo foi capturado pelas forças russas.

Kurashov, que foi feito prisioneiro pelas forças ucranianas junto com outras tropas russas logo após o incidente, declarou-se culpado no tribunal, embora mais tarde tenha dito a jornalistas ser inocente e que quer ser devolvido à Rússia em uma troca de prisioneiros.

Ele disse à Reuters, após a decisão, que não planeja recorrer.

Sua sentença tem importância simbólica para a Ucrânia, que acusa as forças russas de executarem prisioneiros de guerra ucranianos.

A Rússia, que lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro de 2022, nega que seus homens tenham cometido crimes de guerra.

A Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos da ONU disse em fevereiro que havia registrado um 'aumento alarmante' nos relatos de execuções de soldados ucranianos capturados pelas Forças Armadas russas nos meses anteriores.

A lei humanitária internacional proíbe a execução de prisioneiros de guerra e feridos, e a considera um crime de guerra.

O gabinete do procurador-geral da Ucrânia disse à Reuters que investigações criminais estavam em andamento sobre o assassinato de 322 militares ucranianos que haviam incondicionalmente deposto suas armas e/ou se rendido desde a invasão de 2022.

'Este é um dos crimes mais graves, é um assunto importante para a Ucrânia, porque esses casos não devem permanecer sem consideração e uma sentença apropriada', disse Mykyta Manevskyi, principal promotor do caso, após o veredicto.

Kurashov, que perdeu o olho esquerdo enquanto lutava contra a Ucrânia, juntou-se a uma das unidades de assalto 'Storm V' do Exército russo em troca de uma liberação antecipada da prisão onde estava detido por roubo, de acordo com as autoridades ucranianas.

No final de seu julgamento, ele optou por ficar em silêncio durante suas considerações finais ao tribunal.

Antes da leitura do veredicto, ele permaneceu calmo, com os braços cruzados. Recusou-se a responder à maioria das perguntas dos jornalistas, mas sorriu levemente quando perguntaram se esperava ser libertado em uma troca de prisioneiros.

O advogado de defesa de Kurashov, que não estava presente para ouvir o veredicto, havia dito anteriormente ao tribunal que uma sentença de 10 anos de detenção seria justa, enquanto a promotoria insistia em uma sentença de prisão perpétua.

(Reportagem de Inna Varenytsia)

Reuters

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