Chefe de tecnologia da UE prevê projeto de código de conduta sobre IA em semanas

Por Philip Blenkinsop

LULEA, Suécia (Reuters) - A chefe de tecnologia da União Europeia, Margrethe Vestager, acredita que um projeto de código de conduta sobre inteligência artificial (IA) pode ser elaborado dentro de semanas, permitindo que a indústria se comprometa com uma proposta final 'muito, muito em breve'.

Os formuladores de políticas e a indústria têm expressado preocupação com a tecnologia, e em particular com a inteligência artificial geradora de conteúdo, como o ChatGPT, com alguns equiparando-a aos riscos apresentados por pandemias ou guerra nuclear.

Vestager disse que os Estados Unidos e a União Europeia deverão impor um código de conduta voluntário para fornecer salvaguardas enquanto novas leis são desenvolvidas.

“A inteligência artificial generativa é uma virada de jogo completa”, disse Vestager, que é vice-presidente da Comissão Europeia, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira após uma reunião do Conselho de Comércio e Tecnologia UE-EUA (TTC).

'Todo mundo sabe que esta é a próxima coisa poderosa. Portanto, nas próximas semanas, avançaremos com um projeto de um código de conduta sobre IA', disse, acrescentando que espera que haja uma proposta final 'muito, muito em breve' que a indústria possa assinar.

A Lei de Inteligência Artificial da União Europeia, com regras sobre reconhecimento facial e vigilância biométrica, ainda está em processo legislativo.

'No melhor dos casos, entrará em vigor em dois anos e meio a três anos. Obviamente, é tarde demais', disse Vestager a repórteres antes da reunião do TTC na Suécia. 'Nós precisamos agir agora.'

Líderes dos países do G7 pediram no início deste mês o desenvolvimento de padrões técnicos para manter a IA 'confiável', pedindo discussões internacionais sobre tópicos como governança, direitos autorais, transparência e ameaça de desinformação.

Vestager disse que é preciso haver um acordo sobre detalhes, não apenas declarações gerais, sugerindo que a União Europeia e os Estados Unidos podem ajudar a conduzir o processo.