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Governo vai mediar negociação entre MST e Suzano sobre fazendas na Bahia

Placeholder - loading - Rolos de papel em loja 4/11/2020 REUTERS/Mark Makela
Rolos de papel em loja 4/11/2020 REUTERS/Mark Makela

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SÃO PAULO (Reuters) -O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar anunciou nesta quinta-feira que vai mediar o conflito entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Suzano na Bahia, após a empresa denunciar que três de suas fazendas de eucalipto foram alvo do grupo.

Membros do MST adentraram as fazendas da Suzano na madrugada da última segunda-feira no sul da Bahia. A empresa disse que as áreas 'foram invadidas e danificadas ilegalmente' em atos que 'violam o direito à propriedade privada'. O MST afirmou que as cerca de 1.700 famílias que participam da ação 'reivindicam a desapropriação imediata dos latifúndios para fins de reforma agrária' e criticou ainda a monocultura de eucalipto na região.

O ministro Paulo Teixeira disse que foi procurado na quarta-feira por um vice-presidente da Suzano que buscou ajuda do governo para solucionar a situação, e que uma reunião foi realizada nesta manhã com a companhia.

Participaram da reunião o vice-presidente de relações corporativas da Suzano, Luís Bueno; a gerente de relações corporativas, Letícia Lopes; e o gerente de relações corporativas em Brasília, Leonardo Mercante, segundo o ministério.

'Eu hoje vou ligar para o MST, sugerindo a eles que possam negociar as questões relacionadas a este terreno e, portanto, nós vamos a partir de hoje levantar toda a situação do conflito', disse Teixeira a jornalistas no Palácio do Planalto nesta quinta-feira após cerimônia de relançamento do programa Bolsa Família.

'Nós vamos endereçar ao MST o pedido da Suzano de desocupação da área e temos o propósito de uma reunião com a Suzano e o MST na semana que vem. Este é o encaminhamento que fizemos já no dia de hoje em relação a este conflito no sul da Bahia', acrescentou ele.

Mais tarde, o ministério disse em comunicado ter ouvido de representantes do MST que o conflito na área se deve à interrupção de diálogo, iniciado em 2011, entre a Suzano e 650 famílias assentadas na região acerca de projeto de desenvolvimento territorial sustentável, voltado à destinação de áreas da empresa à reforma agrária.

Teixeira disse em sua declaração que o caso teria relação com a Fibria, empresa fundida à Suzano no final da década passada.

A Suzano disse já ter ingressado com ações de reintegração de posse na Justiça e que na terça-feira obteve decisão favorável na cidade baiana de Mucuri. 'As demais ações estão em análise e a companhia espera receber a mesma determinação de reintegração de posse nos próximos dias', afirmou a fabricante de celulose, em nota. As outras fazendas ocupadas estão nos municípios de Teixeira de Freitas e Caravelas.

Questionado sobre se há a expectativa de que invasões do MST aumentem diante de um governo federal mais alinhado com o movimento, o ministro afirmou que a pasta tem uma área voltada para conflitos deste tipo e que tentará se antecipar a eles.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu e André RomaniEdição de Flávia Marreiro e Pedro Fonseca)

Escrito por Reuters

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