Humanidade terá de dizer em algum momento que é petróleo zero, diz Marina Silva
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(Reuters) - A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta terça-feira durante painel no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que a humanidade terá de decidir em algum momento pelo fim dos combustíveis fósseis.
A ministra defendeu ainda que o processo de transição para o fim do uso desses combustíveis deverá envolver os produtores e consumidores de petróleo.
'O Brasil tomou uma decisão corajosa, de desmatamento zero. A Colômbia tomou uma decisão em relação a petróleo zero (na Amazônia colombiana). Em algum momento nós vamos nos encontrar, a Colômbia vai dizer que é desmatamento zero e a humanidade vai ter que dizer que é petróleo zero', disse.
'O que eu tenho defendido é que as empresas de petróleo se transformem o mais rápido possível em produtoras de energia', acrescentou.
Marina apontou que o mundo vive uma 'contradição', na qual países ainda gastam bilhões de dólares em subsídios para combustíveis fósseis, ao mesmo tempo em que hesitam em colocar recursos em investimentos para a transição energética.
Questionada sobre a possibilidade de exploração de petróleo na Bacia da Foz do Rio Amazonas, Marina disse que as licenças para isso foram rejeitadas pelo Ibama por razões ambientais e que optar por explorar ou não petróleo na região não cabe ao Ministério do Meio Ambiente, mas sim a uma 'decisão soberana' do Estado brasileiro.
O Ibama negou em maio de 2023 pedido de licença da Petrobras para perfurar poços exploratórios em águas ultraprofundas da Foz do Amazonas, no Estado do Amapá. A companhia fez alterações em seus planos, em busca de atender pontos levantados pelo órgão ambiental, e entrou com um pedido de reconsideração, ainda sem retorno.
A Foz do Amazonas é vista como uma nova fronteira exploratória de petróleo e gás, com grandes perspectivas, mas também enormes desafios socioambientais.
A ministra afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu os parâmetros de atuação do governo ao defender na conferência climática COP28, realizada no final do ano passado nos Emirados Árabes Unidos, a necessidade de acabar com a dependência dos combustíveis fósseis.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)
Escrito por Reuters
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