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Mãe em fuga de Gaza chora: 'O que meus filhos fizeram para merecer isso?'

Placeholder - loading - Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza 10/10/2023 REUTERS/Mohammed Salem
Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza 10/10/2023 REUTERS/Mohammed Salem

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Por Nidal al-Mughrabi

GAZA (Reuters) - Uma mulher de Gaza empacotou os pertences de sua família e reuniu seus seis filhos em um carro após uma noite aterrorizante de ataques aéreos que danificaram sua casa, chorando: 'O que meus filhos fizeram para merecer isso?'.

Corpos foram empilhados nos necrotérios de Gaza nesta terça-feira, escombros fumegantes de prédios residenciais destruídos sufocavam as ruas estreitas, e cada vez mais famílias se aglomeravam em busca de abrigo em escolas da Organização das Nações Unidas (ONU), enquanto os ataques israelenses atingiam o enclave.

Os palestinos moradores de Gaza dizem que as milhares de explosões que iluminaram seus becos densamente povoados à noite e os escureceram com fumaça durante o dia, após o ataque mortal do Hamas a Israel no sábado, são as piores que já sofreram.

'Isso não é retaliação. Isso é loucura', disse Jehad, dono de uma mercearia em Remal, bairro comparativamente mais rico no enclave empobrecido. Ele pediu para não informar o nome de sua família por medo de represálias israelenses.

'Quem eles mataram até agora? Líderes do Hamas? Não, eles mataram centenas de civis'.

Enquanto as autoridades israelenses continuam a encontrar corpos de famílias baleadas por combatentes do Hamas, as forças de Israel bombardeiam Gaza e impuseram um bloqueio mais rígido ao estreito e lotado enclave palestino, cortando eletricidade, água, alimentos e combustível.

Os ataques a Gaza mataram mais de 830 pessoas, feriram outras 4.250 e levaram 187.000 a buscar abrigo em escolas da ONU. O enclave, com apenas 40 km de comprimento e 10 km de largura, abriga 2,3 milhões de pessoas.

Israel iniciou seus ataques aéreos logo depois que militantes islâmicos do Hamas lançaram um ataque amplo e coordenado contra cidades israelenses na madrugada de sábado, lançando foguetes e enviando homens armados que mataram pelo menos 900 pessoas e sequestraram mais de 100.

Um porta-voz militar israelense disse que 123 soldados israelenses estavam entre os mortos. O Hamas disse que dois de seus líderes sêniores foram mortos em um dos ataques de retaliação em Gaza.

'SEM ELETRICIDADE, COMIDA OU ÁGUA'

Emmah Thahir, uma mãe de Gaza, disse que não tinha ideia de para onde ir em busca de segurança com seu marido e filhos pequenos.

'Ontem à noite foi a noite mais difícil que passamos no prédio. Eles atacaram todas as áreas ao redor e as crianças ficaram aterrorizadas.'

As explosões dos ataques aéreos destruíram a varanda e as janelas do apartamento, então eles saíram e sentaram-se na rua até que uma ambulância os recolhesse.

'O que meus filhos fizeram para merecer isso? Qual é a nossa culpa? O que meus filhos fizeram? Não há eletricidade, internet, comida ou água.'

Ela acrescentou que não tinha para onde ir depois que os prédios de duas pessoas que haviam oferecido abrigo também foram danificados.

No necrotério da cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, os corpos jaziam em macas no chão, com sangue espalhado entre eles e seus nomes rabiscados em seus estômagos. Um cadáver estava com um braço estendido, os corpos de cinco crianças pequenas alinhados ordenadamente ao lado.

Mais para dentro do necrotério, funcionários com aventais médicos envolviam os corpos com lençóis brancos enquanto pediam às famílias que recolhessem os corpos rapidamente para o enterro, a fim de abrir espaço para os mortos que ainda estavam chegando.

Os corpos foram retirados de escombros em todo o enclave. Prédios atingidos jaziam como enormes montes de concreto e outros detritos que enchiam o ar de poeira e fumaça. Enormes lajes pendiam de prédios vizinhos danificados e de vigas metálicas retorcidas.

Durante a noite, ambulâncias e equipes de resgate não conseguiram atender a muitas das dezenas de apelos para chegar às zonas de ataque, onde as pessoas estavam presas sob os escombros ou nos porões dos prédios que desabaram.

Em Remal, que significa 'areias' em árabe e é conhecida por seus jardins públicos e pelo local do antigo Parlamento palestino, os moradores disseram com tristeza que agora ela deveria ser chamada de 'cinzas'.

Escrito por Reuters

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