ONU pede à Rússia que interrompa transferência forçada de crianças ucranianas
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Por Gabrielle Tétrault-Farber
GENEBRA (Reuters) - O Comitê dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas pediu nesta quinta-feira que a Rússia interrompa a transferência forçada de crianças de áreas ocupadas na Ucrânia, o que viola o direito internacional, e as devolva às suas famílias.
Kiev afirma que 20 mil crianças foram levadas da Ucrânia para a Rússia sem o consentimento de suas famílias ou responsáveis, e o Tribunal Penal Internacional (TPI) está buscando a prisão do presidente russo Vladimir Putin por suposta deportação ilegal, uma acusação que o Kremlin nega.
Em um relatório sobre a Rússia, o comitê da ONU disse que Moscou deve fornecer informações sobre o número exato de crianças retiradas da Ucrânia e seu paradeiro, para que possam ser identificadas e devolvidas.
O comitê também disse que a Rússia deve garantir que nenhuma criança seja privada de sua nacionalidade ucraniana e que sua identidade, nome e relações familiares sejam preservados.
Moscou, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, diz que está apenas protegendo crianças vulneráveis de uma zona de guerra.
A presidente do comitê, Ann Skelton, disse que o comitê e uma delegação russa que viajou a Genebra no mês passado para conversar sobre questões relacionadas a crianças estavam 'falando um com o outro'.
Ela disse que a delegação havia reconhecido que muitas crianças haviam recebido a cidadania russa, 'o que também significaria, por si só, que essas crianças estavam perdendo sua identidade e recebendo uma identidade russa'.
O TPI emitiu mandados de prisão em março passado para Putin e Maria Lvova-Belova, comissária russa para os direitos das crianças, sob a acusação de deportar ilegalmente crianças da Ucrânia.
O procurador-chefe do TPI disse que a Rússia havia transferido 'pelo menos centenas' de crianças de orfanatos e casas de repouso nas regiões ocupadas da Ucrânia, e que muitas delas haviam sido entregues para adoção.
O Kremlin rejeitou as alegações do TPI como 'ultrajantes e inaceitáveis'.
Escrito por Reuters
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