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Reajuste de combustíveis impacta inflação e BC deve revisar projeções, diz Campos Neto

Placeholder - loading - Presidente do BC, Roberto Campos Neto  07/03/2023 REUTERS/Adriano Machado
Presidente do BC, Roberto Campos Neto  07/03/2023 REUTERS/Adriano Machado

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Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O reajuste 'grande' de combustíveis anunciado nesta terça-feira pela Petrobras tem impacto sobre a inflação e o Banco Central deve revisar suas projeções para o comportamento dos preços a partir desse novo dado, disse nesta terça-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Em evento promovido pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo, Campos Neto afirmou que o reajuste anunciado para o diesel e a gasolina deve gerar uma elevação de 0,40 ponto percentual no IPCA entre agosto e setembro.

Segundo ele, o reajuste da gasolina tem impacto direto sobre o IPCA, enquanto o diesel afeta o índice indiretamente.

'O impacto do diesel não é direto, é indireto na cadeia, mas o impacto da gasolina é direto no IPCA. Então, a gente provavelmente vai ter revisões (nas projeções de inflação) com o reajuste de hoje', afirmou.

A Petrobras anunciou um aumento de 16,3% nos preços médios da gasolina e de 25,8% nos do diesel vendidos a distribuidoras, a partir de quarta-feira.

Na apresentação, Campos Neto ainda afirmou que o BC segue avaliando o comportamento da inflação de serviços, que, segundo ele, começou a cair.

Ele voltou a dizer que a descrença do mercado no cumprimento de metas fiscais pelo governo tem impacto sobre a política monetária.

'Isso tem uma implicação muito grande para a ancoragem da política monetária. Geralmente, quando você tem o mercado não acreditando no que o governo vai fazer no fiscal, você tem uma implicação para o equilíbrio da inflação e faz com que, na verdade, o seu processo de queda de juro seja mais difícil e menos estável ao longo do tempo', disse.

Ao defender um processo de queda nos juros com credibilidade, ele disse que no passado o BC promoveu reduções na Selic que baixaram as taxas curtas de juros, mas acabaram provocando alta nas taxas longas.

Campos Neto ainda reafirmou a defesa de mudanças nas atuais regras de cartões de crédito, justificando que esse produto está com uma função “maior do que deveria ter” no mercado brasileiro ao representar 40% do consumo, tendo taxas de inadimplência que chegam a 52%.

O presidente do BC disse que não fazer nada nessa área “pode ser muito ruim”, mas ponderou que não pode adiantar o que será proposto porque as medidas ainda estão em discussão.

Na última semana, ele afirmou que as discussões sobre o assunto estavam se encaminhando para uma extinção da modalidade de crédito rotativo, além da criação de uma tarifa para desestimular parcelamentos sem juros no cartão de crédito.

ARGENTINA

Campos Neto ainda afirmou que a Argentina vive hoje um momento complexo com inflação fora de controle, argumentando que “as pessoas perderam a confiança na moeda”.

Para ele, o candidato que acabou se saindo melhor nas primárias presidenciais da Argentina atende ao apelo da população de cuidar da inflação. Na segunda-feira, o candidato ultraliberal Javier Milei foi o mais votado nas primárias com suas propostas de dolarizar a economia e eliminar o banco central do país.

Na avaliação de Campos Neto, porém, dolarizar a economia argentina pode ser difícil diante do baixo nível das reservas internacionais daquele país.

“É bastante difícil o ponto inicial da dolarização porque basicamente eu vou emitir uma moeda e vou dizer ‘confie que essa moeda tem o mesmo valor que o dólar’. (...) Para fazer isso e você acreditar em mim, eu tenho que ter dólar de reserva, ou não consigo fazer esse processo”, afirmou.

O presidente do BC afirmou ainda que a situação de descontrole fiscal na Argentina, junto com a percepção de falta de autonomia do banco central argentino, gerou uma inflação em espiral no país. Para ele, o Brasil tem muito a aprender com a situação do país vizinho.

Escrito por Reuters

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