Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1
Ícone seta para a esquerda Veja todas as Notícias.

Auxílio de R$600 em 2023 custaria até R$60 bi, diz secretário; governo pede dividendos de estatais

Placeholder - loading - Moedas de reais 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos
Moedas de reais 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos

Publicada em  

Atualizada em  

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O marco legal vigente hoje não prevê pagamento de Auxílio Brasil de 600 reais em 2023 e o custo adicional da iniciativa seria de 50 a 60 bilhões de reais, disse nesta segunda-feira o secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, ressaltando que eventual proposta nesse sentido seria um 'desafio considerável' diante do aperto nas contas do governo.

No domingo, o presidente Jair Bolsonaro prometeu manter o valor ampliado do auxílio no ano que vem. A emenda constitucional que ampliou o benefício de 400 para 600 reais prevê esse valor apenas até o final deste ano.

O governo tem até o fim de agosto para apresentar o projeto de Orçamento de 2023. Diante do atual cenário, o secretário disse que a proposta deve ser elaborada sem a previsão do benefício de 600 reais.

'O marco legal que temos hoje não nos apresenta os 600 reais como obrigação para o próximo exercício, a obrigação que existe um marco legal é de 400 reais. Obviamente, vamos analisar se isso vier', disse o secretário.

Colnago alertou que agosto deste ano deve ser um ano difícil por conta da ampliação do bloqueio do Orçamento anunciado pelo governo para respeitar o teto de gastos, ponderando que não vê risco de 'shutdown' da máquina pública. Para ele, as verbas de ministério devem começar a ser descontingenciadas a partir de setembro.

Apesar disso, de acordo com o secretário, o governo central caminha para encerrar 2022 com um déficit primário próximo de zero ou um superávit, no que poderia ser o primeiro saldo positivo das contas federais após oito anos.

Em entrevista para detalhar as projeções para o Orçamento do governo, Colnago destacou que a arrecadação federal bateu recorde em sete dos últimos 12 meses.

O secretário afirmou que o mandato do presidente Jair Bolsonaro deve ser encerrado com uma despesa total no ano de 18,9% do PIB, patamar inferior aos 19,3% registrados em 2018, ano de encerramento da gestão anterior.

DIVIDENDOS

Na entrevista, o secretário disse ainda que o governo encaminhou ofício a estatais solicitando que neste ano os pagamentos de dividendos ao Tesouro sejam trimestrais, já que parte das companhias faz o repasse apenas semestralmente. O pedido foi enviado a Caixa, Banco do Brasil, BNDES e Petrobras, mas Colnago ponderou que esta última já faz pagamentos trimestrais.

Mais tarde, a Petrobras confirmou em comunicado que recebeu, em 22 de junho, ofício da Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia sobre o pagamento de dividendos.

A companhia disse que, em resposta ao governo, informou que todas as solicitações feitas já constavam em sua política de remuneração aos acionistas, e que decisões sobre o tema seguem normas legais e estatutárias.

'Ainda não há qualquer decisão tomada sobre novos pagamentos de dividendos em 2022', ressaltou a petroleira, lembrando que divulgará na quinta-feira os resultados financeiros referentes ao segundo trimestre deste ano, ocasião em que o Conselho de Administração também poderá deliberar sobre eventuais pagamentos de dividendos.

'Todas as decisões serão tomadas alinhadas à política, sempre respeitando os princípios de perenidade e sustentabilidade financeira de curto, médio e longo prazos', acrescentou.

BLOQUEIO NAS CONTAS

Na sexta-feira, o Ministério da Economia anunciou a necessidade de fazer um bloqueio adicional de 6,739 bilhões de reais no Orçamento de 2022 para evitar um descumprimento do teto de gastos, apesar de ter melhorado sua projeção para o déficit primário neste ano.

A necessidade total de bloqueio nas contas, segundo a pasta, ficou em 12,74 bilhões de reais, mas 6 bilhões de reais já haviam sido bloqueados anteriormente. O detalhamento dos órgãos que serão atingidos será apresentado até o fim do mês.

Em relação ao resultado primário, a previsão oficial é que 2022 seja encerrado com um rombo fiscal para o governo central de 59,354 bilhões de reais, equivalente a 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), diante da perspectiva de maior arrecadação. A estimativa feita em maio era de um déficit de 65,5 bilhões de reais, igual a 0,7% do PIB, e Colnago disse esperar novas revisões até o final do ano.

Nesta segunda, a pasta também apresentou projeção atualizada para a dívida pública. Pela estimativa, 2022 será encerrado com uma dívida bruta de 78,2% do PIB. A previsão estava em 78,6% do PIB em maio e em 78,3% do PIB em junho.

As revisões mais positivas para o fiscal foram feitas mesmo após a implementação de ações que ampliam gastos do governo e geram perda de arrecadação, como o pacote que turbinou benefícios sociais meses antes das eleições presidenciais e as medidas que cortaram tributos sobre combustíveis e reduziram alíquotas das tarifas de importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

(Por Bernardo Caram em Brasília, com reportagem adicional de Nayara Figueiredo em São Paulo)

Escrito por Reuters

Últimas Notícias

  1. Home
  2. noticias
  3. auxilio de r600 em 2023 …

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.