Déficit em conta corrente do Brasil não é mais coberto por investimentos diretos
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BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - O déficit em conta corrente do Brasil nos últimos 12 meses não está mais coberto totalmente pelo investimento diretos no país (IDP), apesar de um desempenho melhor do que o esperado das transações externas em março, mostraram dados do Banco Central nesta segunda-feira.
Os dados indicam um cenário menos favorável para as contas externas do Brasil, uma vez que o IDP, que consiste de investimentos em atividades produtivas de empresas, é visto como uma fonte de financiamento de longo prazo e de alta qualidade para os déficits em conta corrente.
O Brasil registrou déficit em transações correntes do Brasil de US$2,245 bilhões em março, melhor do que a expectativa do mercado, conforme pesquisa da Reuters com especialistas, que apontava para um saldo negativo de US$2,950 bilhões no mês. No mesmo período do ano anterior houve déficit de US$4,087 bilhões
Os investimentos diretos no país alcançaram US$5,990 bilhões, bem abaixo dos US$8,529 bilhões projetados na pesquisa e dos US$10,236 bilhões em março de 2024.
Como resultado, o déficit em transações correntes acumulado em 12 meses totalizou o equivalente a 3,21% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo dos 3,28% em fevereiro. Por outro lado, os investimentos diretos no país necessários para cobrir o rombo chegaram a 3,19% do PIB nos 12 meses até março, de 3,38% no mês anterior.
Em março, a balança comercial teve superávit de US$7,637 bilhões, contra US$6,352 bilhões no mesmo mês de 2024. Nos meses anteriores, a queda no superávit comercial pesou sobre as contas correntes, conforme um crescimento mais forte das importações superou as exportações em meio a uma atividade econômica robusta.
A conta de renda primária apresentou déficit de US$5,781 bilhões no mês, ante rombo de US$6,675 bilhões no mesmo período do ano anterior.
Já o rombo na conta de serviços ficou em US$4,352 bilhões, contra déficit de US$3,893 bilhões em março do ano anterior.
(Por Marcela Ayres e Camila Moreira)
Escrito por Reuters
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