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China compra mais petróleo do Irã e reduz apetite por barris do Brasil e Angola

Placeholder - loading - Navio-tanque em terminal de petróleo em porto de Ningbo Zhoushan , Zhejiang  16/5/2017 REUTERS
Navio-tanque em terminal de petróleo em porto de Ningbo Zhoushan , Zhejiang 16/5/2017 REUTERS

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Por Chen Aizhu e Shu Zhang e Sabrina Valle

CINGAPURA/RIO DE JANEIRO (Reuters) - Importações recordes de petróleo do Irã pela China nos últimos meses reduziram o espaço para compras de produtores rivais, forçando vendedores do petróleo de países como Brasil, Angola e Rússia a reduzir preços e diversificar embarques para a Índia e Europa.

O salto nos volumes adquiridos do Irã surpreendeu o mercado e colocou um teto para o avanço dos preços do petróleo, embora o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, tenha expectativa de retomar conversas com o Irã para reviver um acordo nuclear com o país.

O petróleo do Irã começou a entrar na China no final de 2019, apesar de duras sanções dos EUA, mas os volumes aumentaram a partir do final do ano passado, à medida que o petróleo se recuperou para preços acima dos 60 dólares e compradores foram atraídos pelas perspectivas de que os EUA retirassem as sanções sob o governo Biden.

A China recebeu uma média diária de 557 mil barris de petróleo do Irã entre novembro e março, ou cerca de 5% das importações totais da China, a maior importadora global, segundo a Refinitiv Oil Research, retomando níveis vistos antes da reimposição de sanções contra o Irã pelo então presidente norte-americano Donald Trump em 2019.

A maior parte desse petróleo acabou na província de Shandong, ao leste da China, onde se concentram refinarias independentes do país.

'Esses ´sensíveis´ barris estão esmagando as ofertas de todos outros lugares, uma vez que eles simplesmente são baratos demais', disse um operador chinês que trabalha com vendas em Shandong, em referência ao petróleo iraniano, que segundo ele foi vendido entre 6 dólares e 7 dólares por barril abaixo dos valores praticados pelo Brasil recentemente.

Um segundo comerciante disse que fornecedores da América do Sul, Oeste da África e Mar do Norte estão aumentando esforços para encontrar novos mercados devido à redução da demanda chinesa por seu petróleo diante dos barris do Irã.

O Brasil, principal exportador da América do Sul, e Angola, no Oeste da África, estão entre os países mais afetados, enquanto o petróleo tipo ESPO da Rússia teve alguns raros negócios com os EUA registrados após a menor demanda chinesa.

Os embarques do Brasil, que no ano passado superou Angola e se tornou o quarto maior fornecedor da China graças a estratégias agressivas de marketing e preços atrativos, recuaram 36% em janeiro e fevereiro na comparação anual, embora os volumes chineses tenham subido 16% ano a ano em março, segundo avaliação da Refinitiv.

Embora o apetite da China pelo petróleo leve brasileiro do campo de Tupi seja 'interminável' e o país asiático ainda pague um prêmio por ele, as atuais margens são menos competitivas, disse à Reuters o ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em sua última entrevista antes de deixar o cargo.

A Índia se tornou um grande mercado para o petróleo do Brasil, do Oeste da África e mesmo do Mar do Norte, à medida que a demanda chinesa esfriou. Isso dá aos indianos, terceiro maior importador global, amplas alternativas no momento em que o governo local tem reduzido compras dos sauditas.

O petróleo iraniano reduziu os preços de fornecedores concorrentes como Noruega e Brasil para mínimas em meses, embora tenham se recuperado levemente nas últimas semanas.

Os prêmios spot pelo petróleo brasileiro de Tupi com entrega à China em maio recuaram mais cedo para até 10 centavos de dólar por barril em relação ao Brent na ICE, ou mais de 1 dólar por barril a menos que entregas para o final de dezembro. Os prêmios voltaram para entre 30 e 40 centavos na última semana.

'Os chineses estão agora buscando petróleo leve para 'blendagem' com o iraniano pesado', disse uma segunda fonte, de um produtor africano, acrescentando que conseguiu vender apenas dois carregamentos spot para maio, a preços levemente melhores que abril, visto como 'um mês ruim'.

Mas é difícil competir com barris do Irã negociados entre 3 e 5 dólares abaixo do Brent por barril.

'A China não quer pagar preços altos com toda a sensibilidade desses barris', disse um terceiro executivo do setor de trading.

A maior oferta do Irã, no entanto, não afetou a participação de mercado da Arábia Saudita, maior fornecedora dos chineses, uma vez que a líder da Opep atende uma base de clientes diferente-- refinarias estatais e grandes plantas privadas.

Com transações fechadas principalmente na moeda chinesa e em alguns casos com crédito oferecido pelos compradores finais, o fluxo de petróleo iraniano deve continuar, especialmente para empresas privadas enquanto enfrentarem pouca pressão política para abandonar os lucrativos negócios.

'Imagine que você é o chefe de uma refinaria privada chinesa. Você só está preocupado se o petróleo é barato o suficiente e se sua refinaria está equipada para processá-lo', disse uma quarta fonte, um executivo chinês do setor de trading.

Escrito por Reuters

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