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Com aceleração do surto, Brasil tem dias com maior taxa de crescimento de Covid-19 no mundo

Placeholder - loading - Homem durante enterro da avó em cemitério de Manaus 06/05/2020 REUTERS/Bruno Kelly
Homem durante enterro da avó em cemitério de Manaus 06/05/2020 REUTERS/Bruno Kelly

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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil completou dois meses da epidemia de coronavírus com uma aceleração da taxa de crescimento de novos casos e da letalidade que colocou o país entre os 10 piores entre 40 nações analisadas em estudo do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS), da PUC-Rio, chegando a atingir o pior nível mundial em determinados dias.

Em nota técnica divulgada nesta quarta, o NOIS compara a situação do Brasil no seu 53º dia depois de confirmado o 50º caso no país, o chamado D53 --que aconteceu na última segunda-feira-- com o mesmo momento da epidemia em outros 40 países. Esses foram escolhidos por já terem chegado neste marco até o dia 4 de maio e, somados, alcançam 81% dos casos de Covid-19 no mundo.

A comparação mostra que, em sua maioria, a taxa de crescimento desses países era de 4,3% no 33º dia após a confirmação do 50º caso. Ao chegar no dia 53, havia caído para 1,6%.

Já no Brasil, onde o primeiro caso de Covid-19 foi registrado em 26 de fevereiro, a mesma comparação mostra uma taxa bem maior no 33º dia, de 7,8%, e uma queda muito menor no D53, para 6,7%.

'Ou seja, não houve uma redução significativa, como observada nos demais países. Em todos os 21 dias analisados, o número de casos no Brasil cresceu mais que a mediana dos países', diz a nota técnica.

A partir do 42º dia, a situação do Brasil se agravou e a taxa de crescimento da epidemia no país passou a ser maior do que em 75% dos países analisados.

'Em alguns dias, como por exemplo D44 (25 de abril) e D49 (30 de abril), o Brasil foi o país com maior taxa de crescimento', diz o estudo.

No dia 25, o Brasil registrou 5.514 novos casos, à época um recorde de registros de novos casos. Cinco dias depois, novo recorde, com 7.218 novos infectados.

Em mortalidade, a comparação feita pelo NOIS também mostra uma situação negativa para o país.

Os pesquisadores compararam o Brasil com outros 31 países que tinham mais de 50 mortes confirmadas no dia 14 de abril e representavam, em 4 de maio, 92% do total de mortes confirmadas no mundo.

Nesse caso, o Brasil apresentou taxas de crescimento de óbitos superiores a 75% dos países todos os dias do período analisado, e em vários deles, como 16 de abril, 17 de abril e 28 de abril, foi o que teve o maior crescimento.

'Isso mostra um aumento considerável do número de óbitos, caracterizando uma situação extremamente preocupante para o país', diz a nota técnica.

Os pesquisadores mostram ainda que o Brasil saiu da projeção feita inicialmente, em que foram consideradas as trajetórias da epidemia em uma 'cesta de países' que passaram pelo coronavírus antes, incluindo Itália, Alemanha, Espanha, França e Irã.

Com base nessa cesta, havia sido feita uma projeção otimista, uma mediana e uma pessimista dos cenários da epidemia no Brasil. De acordo com os dados atuais, o país ultrapassou em muito a trajetória de crescimento prevista no cenário mais pessimista.

Na terça-feira, o Brasil fechou o dia com 114.715 casos confirmados de coronavírus, 7.921 mortes e uma taxa de letalidade de 6,9%.

(Edição de Pedro Fonseca)

Escrito por Reuters

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