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Conflitos na fronteira com Israel deslocam milhares de pessoas no Líbano mais uma vez

Placeholder - loading - Nahida Mashouz, refugiada síria, e sua filha em hospital de Marjayoun, no Líbano 13/11/2023 REUTERS/Aziz Taher
Nahida Mashouz, refugiada síria, e sua filha em hospital de Marjayoun, no Líbano 13/11/2023 REUTERS/Aziz Taher

Publicada em  

Por John Davison

BEIRUTE (Reuters) - Rose Rostom, Nahida Mashouz e Ammar Hajeh tiveram suas vidas viradas do avesso muitas vezes: por militantes palestinos, aviões de guerra sírios, Estado Islâmico, forças apoiadas pelo Ocidente ou pelo Exército israelense.

Entre eles, já fugiram de suas casas 20 vezes, mais recentemente na sequência de confrontos na fronteira do Líbano com Israel entre as forças israelenses e o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, como consequência da guerra de Israel com militantes do Hamas em Gaza.

Rostom é libanesa, Mashouz é uma refugiada da Síria e Hajeh é um refugiado palestino.

Os bombardeios israelenses forçaram Rostom a abandonar sua casa no sul do Líbano e expulsaram Mashouz de seu alojamento temporário nas proximidades. Hajeh fugiu do seu lotado campo de refugiados quatro vezes este ano durante combates entre grupos militantes.

Suas circunstâncias são diferentes, mas os três se preocupam com o futuro em um país que tem sido repetidamente abalado por conflitos civis e que se encontra em apuros e assolado por tensões sociais, mesmo antes dos últimos episódios de violência agravarem os problemas econômicos.

Desde que a guerra entre Israel e Hamas começou, há sete semanas, os confrontos na fronteira do Líbano com Israel deslocaram quase 50 mil pessoas, segundo dados da ONU, e pelo menos 13 civis foram mortos no Líbano, dizem autoridades libanesas.

'A guerra de Gaza começou, o Hezbollah começou a disparar contra Israel e depois os projéteis começaram a cair em volta da nossa casa. O conflito me expulsou de casa pela terceira vez na minha vida', disse Rostom.

Ela e o marido, dois filhos e netos estão agora hospedados na casa do cunhado, na cidade costeira de Sidon. Durante a guerra civil do Líbano, na década de 1980, ela se mudou duas vezes, uma vez sob bombardeio israelense e outra fugindo de ataques de militantes palestinos.

Mashouz deixou a cidade síria de Raqqa quando ela estava sob controle do Estado Islâmico, partindo pouco antes de sua casa ser bombardeada quando as forças apoiadas pelos EUA iniciaram um ataque.

Um bombardeio israelense neste mês, próximo ao edifício onde ela e a sua família viviam, em um aglomerado de cidades na fronteira entre o Líbano e Israel - deixou sua filha adolescente ferida.

'Pensamos que finalmente tínhamos encontrado uma vida estável no sul do Líbano. Essas esperanças foram destruídas. Não sabemos para onde ir', disse ela, falando de uma casa lotada no vale de Bekaa, onde três outras famílias sírias recém-deslocadas estavam se abrigando também.

O Líbano é um país de pessoas perpetuamente deslocadas.

O fluxo de palestinos após a criação de Israel em 1948 ajudou a desencadear a guerra civil libanesa décadas mais tarde, redesenhando o seu mapa sectário à medida em que as pessoas fugiam dos combates. Uma guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah deslocou centenas de milhares de pessoas.

A chegada de 1,5 milhões de refugiados sírios durante a guerra civil da Síria, que começou em 2011, colocou uma nova pressão sobre o Líbano e se espalhou pela Europa à medida que os refugiados migravam através de rotas marítimas perigosas.

Os deslocamentos recentes são menores, mas provavelmente aumentarão se o conflito continuar, e desta vez o país está menos preparado.

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447723))

REUTERS LB

Escrito por Reuters

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