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Corrosão da independência do Fed levaria a uma inflação mais alta, diz Rehn, do BCE

Corrosão da independência do Fed levaria a uma inflação mais alta, diz Rehn, do BCE

Reuters

28/08/2025

Placeholder - loading - Membro do BCE Olli Rehn 25/01/2024. Lehtikuva/Vesa Moilanen via REUTERS/File Photo
Membro do BCE Olli Rehn 25/01/2024. Lehtikuva/Vesa Moilanen via REUTERS/File Photo

Por Anne Kauranen

HELSINQUE (Reuters) - A escalada de ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Federal Reserve pode ter efeitos substanciais e globais sobre os mercados financeiros e a economia real, incluindo o aumento da inflação, disse o membro do Banco Central Europeu Olli Rehn nesta quinta-feira.

Questões sobre a independência do Fed surgiram este ano quando Trump criticou repetidamente o chair Jerome Powell e, na segunda-feira, anunciou que estava demitindo uma de suas diretoras, Lisa Cook.

'Se a independência do banco central realmente desmoronar e o Federal Reserve começar a tomar decisões com base em outros princípios que não os da política monetária sólida - por exemplo, porque o presidente exige taxas de juros mais baixas - a consequência inevitável seria o aumento da inflação', disse Rehn em um painel de discussão sobre democracia realizado em Turku, na Finlândia.

O presidente do Banco da Finlândia disse que Trump exerceu uma forte pressão sobre o Fed para reduzir os juros por um bom tempo, apesar de sua independência ser um princípio inviolável desde o início da década de 1980.

'Agora, porém, esse princípio está oscilando muito. Isso pode ter efeitos substanciais e globais sobre os mercados financeiros e a economia real', disse Rehn.

Ele considerou improvável um movimento semelhante na Europa graças a instituições fortes, embora tenha dito que a pressão poderia 'transbordar' pelo Atlântico através de certos países e dos mercados financeiros.

Os europeus devem tomar medidas para aumentar a confiança global no euro como moeda segura a fim de evitar uma deterioração semelhante da autonomia do banco central na Europa, disse ele.

'Não é mera coincidência o fato de a inflação da zona do euro estar agora na meta de 2% - isso está de fato ligado à tomada de decisão independente do banco central', disse ele.

A hegemonia global do dólar como moeda de reserva tem se mostrado resistente e, portanto, Rehn disse que considera improvável seu rápido enfraquecimento.

'Digo isso, no entanto, com uma ressalva importante: se as bases institucionais do dólar desmoronarem - estou me referindo aos princípios do Estado de Direito e da democracia, bem como das liberdades civis - poderemos nos encontrar em uma situação diferente.'

Embora o crescimento da zona do euro tenha se mostrado mais resiliente do que o esperado, Rehn disse que a inflação deverá ficar abaixo da meta de 2% no curto prazo, devido à energia mais barata, ao euro mais forte e à desaceleração da inflação de serviços.

'No Conselho do BCE, estamos monitorando de perto a situação econômica e estamos prontos para agir, se necessário', disse Rehn.

(Reportagem de Anne Kauranen em Helsinque)

Reuters

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