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Dólar avança mais de 1% após falas sobre salário mínimo e com impacto do exterior

Placeholder - loading - Notas de reais e dólares 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Notas de reais e dólares 10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes

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Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista avançou ante o real nesta quarta-feira, revertendo as perdas da manhã, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar possíveis mudanças no salário mínimo, bem como no Imposto de Renda (IR), e diante do fortalecimento da moeda norte-americana no exterior na parte da tarde.

A sessão ainda teve bateria de dados econômicos nos Estados Unidos, falas de membros do Federal Reserve (Fed) e divulgação do Livro Bege, relatório sobre a economia norte-americana publicado pelo banco central dos Estados Unidos.

O dólar à vista subiu 1,11%, a 5,1613 reais na venda. Na máxima, avançou 1,37% (5,1748), enquanto, na mínima, caiu 0,76% (5,0660).

Lula assinou durante encontro com as centrais sindicais um despacho determinando que os Ministérios do Trabalho e da Previdência, entre outros, apresentem em 45 dias uma proposta para uma política de valorização do salário mínimo.

O prazo pode ser estendido por igual período e o grupo também vai debater sobre o novo valor do mínimo para 2023. Durante o evento, Lula afirmou que o salário mínimo tem que crescer em linha com o crescimento da economia.

Sérgio Vale, economista da MB Associados, disse à Reuters que há 'uma sinalização de que o salário mínimo vai subir mais do que estava estipulado este ano'.

Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo vai definir o valor do mínimo deste ano a partir de uma negociação com as centrais, mas indicou que a viabilidade de um valor acima dos 1.302 reais já em vigor dependerá do cálculo do número de beneficiários do INSS, uma vez que uma parcela grande dos pagamentos previdenciários são indexados ao mínimo.

'Será mais uma derrota política de Haddad sobre a qual ele não terá muito o que fazer. Esse é o grande risco. Há uma pressão enorme por gastos reprimidos nos últimos anos e isso vai colocar pressão no fiscal durante todo o governo', acrescentou Vale.

'No horário da tarde, pesou (no câmbio) o debate sobre o salário mínimo', disse Diego Costa, chefe de câmbio para as regiões Norte e Nordeste da B&T Câmbio.

Ainda que os 1.302 reais estejam em vigor, o governo chegou a prometer um aumento para 1.320 reais e, no início da semana, uma notícia dizendo que Lula avalia elevar o salário mínimo para além desse patamar impactou negativamente o câmbio.

Nesta quarta, Lula também afirmou que o governo vai 'mudar a lógica' para diminuir o Imposto de Renda cobrado dos mais pobres e aumentar sobre os ricos, e que vai 'brigar' para subir o valor de isenção do IR para 5 mil reais, conforme promessa de campanha.

'Ele voltar a afirmar isso acaba trazendo maior percepção de risco', disse Rafael Rondinelli, analista de macroeconomia do banco Modal, observando que certo bom humor era visto nos últimos dias quanto ao cenário doméstico após declarações de Haddad.

O ministro apresentou um pacote de medidas econômicas na semana passada cuja iniciativa foi bem vista mercado, ainda que com ressalvas sobre se o plano é executável e críticas em relação a um foco no curto prazo. Além disso, nesta semana, em Davos, para o Fórum Econômico Mundial, o ministro reiterou confiança na aprovação de uma reforma tributária neste ano e disse que quer ter a discussão sobre uma nova regra fiscal definida até abril.

O cenário externo também colaborou para o avanço do dólar localmente nesta quarta-feira. A moeda norte-americana mostrou queda generalizada pela manhã, após dados econômicos dos EUA, incluindo de preços ao produtor e de vendas no varejo, reforçarem expectativa de altas menores de juros pelo Fed. A expectativa majoritária dos investidores é de redução no ritmo para elevação de 0,25 ponto percentual na próxima reunião.

Porém, o cenário mudou à tarde, diante de declarações do membros do Fed que destacaram a necessidade da instituição de elevar os juros além de 5% para controlar a inflação, um patamar maior do que o precificado no mercado.

O dólar apagou as perdas na sessão frente a uma cesta de moedas fortes durante à tarde e operava estável, enquanto passou a subir frente aos principais pares emergentes do real.

Escrito por Reuters

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