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ENTREVISTA-Adiar Jogos foi decisão correta esportivamente, mas custos serão altos, diz COB

Placeholder - loading - Entrada fechada do Centro de Treinamento do Time Brasil, no Rio de Janeiro 24/03/2020 REUTERS/Sergio Moraes
Entrada fechada do Centro de Treinamento do Time Brasil, no Rio de Janeiro 24/03/2020 REUTERS/Sergio Moraes

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Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021 foi uma decisão esportivamente correta, mas terá um impacto financeiro grande para os comitês olímpicos nacionais, disse o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley.

Segundo o dirigente, o orçamento do COB para o projeto olímpico era de 43 milhões de reais, e ainda não se sabe qual será o impacto total do adiamento da Olimpíada em decorrência da pandemia de coronavírus, uma vez que ainda será necessário iniciar negociações com empresas aéreas, locais de treinamento, empresas de logística e outros fornecedores.

Apenas no transporte aéreo, o COB tinha comprado cerca de 600 passagens com a Air Canada.

“Esportivamente foi a decisão mais correta, mas o impacto financeiro será muito grande e vamos trabalhar para minimizar isso“, disse o dirigente em entrevista por telefone.

“São valores elevados, como você pode imaginar. Acreditamos no bom senso, não estão mudando o destino e sim a data. Tenho consciência de que haverá sensibilidade', acrescentou Wanderley, sobre sua expectativa para as negociações com os fornecedores.

Wanderley disse que o COB não tinha seguro para caso adiamento dos Jogos, alegando que “nunca se pensou nisso”, mas reconheceu que o acontecimento representa 'uma lição e um ensinamento' para os comitês olímpicos nacionais.

Segundo ele, o COB não pretende demandar recursos do Comitê Olímpico Internacional (COI) para lidar com os gastos extras provocados pelo adiamento, uma vez que acredita que uma eventual ajuda será destinada para países menores, com pouca estrutura e histórico de maiores dificuldades financeiras.

O COI, disse Wanderley, já conta com um programa de solidariedade olímpica para esses.

“Não temos nesse momento essa intenção de apoio extra, e não nos enquadramos nesse perfil“, afirmou.

LOTERIAS

Uma outra preocupação do COB é com o impacto do coronavírus sobre as loterias no Brasil, que atualmente são o grande financiador do esporte olímpico brasileiro, uma vez que parte do valor arrecado é direcionada para o comitê olímpico e para as federações esportivas.

Wanderley disse temer que as medidas de isolamento social, com fechamento de serviços e do comércio, reduza a arrecadação das loterias, e consequentemente, afete a receita do COB.

'O grande investidor do esporte brasileiro, ao fim e a cabo, é a população, é quem aposta, esses são os verdadeiros patrocinadores”, disse o presidente do COB.

“Com mais gente em casa e isolamento social, terá reflexos no orçamento no curto e médio prazo. Menos gente apostando é menos recursos entrando, vamos torcer para que os jogos pela internet ganhem força, mas o hábito do brasileiro é ir até a lotérica“, acrescentou.

Ao ser questionado se poderia recorrer ao governo federal para obter recursos adicionais para a preparação dos atletas para Tóquio, Wanderley afirmou que o governo tem outras necessidades e prioridades para enfrentar o coronavírus.

“Funcionamos como uma empresa. Vamos tentar cortar custos, gastos e reduzir no que for possível sem prejudicar o resultado final. Se numa área você tem três pessoas e pode trabalhar com dois sem perder o nível, vamos fazer“, disse.

Escrito por Reuters

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