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Fabricantes de sorvete reclamam de práticas de multinacionais no Brasil

Fabricantes de sorvete reclamam de práticas de multinacionais no Brasil

Reuters

18/12/2025

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REUTERS/Hannah McKay

Atualizada em  18/12/2025

SÃO PAULO, 18 Dez (Reuters) - As multinacionais Unilever e Froneri, ⁠joint-venture da Nestlé, estão promovendo práticas comerciais 'predatórias' no setor de sorvetes no Brasil, com preços abaixo do custo de produção e contratos de exclusividade com varejistas, afirmou nesta quinta-feira a associação brasileira de fabricantes do produto, Abrasorvete.

'Quando uma multinacional vende um pote de sorvete por um valor que mal paga a matéria-prima e a logística, ela não está competindo, ela está sufocando o mercado para reinar sozinha depois', afirmou o presidente da Abrasorvete, Martin Eckhardt, em comunicado à imprensa. 'O que estamos vendo são gigantes globais praticando preços que fogem a qualquer lógica de custo industrial.'

Segundo a ​entidade, produtores locais de sorvete nos estados de ⁠Ceará, Rio ⁠Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Espírito Santo formalizaram queixas detalhadas, exigindo uma intervenção urgente e citando casos em que potes de 1,5 litro do produto estão sendo vendidos em mercados a menos de R$9, o que seria três vezes menos do que o mercado pratica.

A Abrasorvete afirma que enviou pedidos de diálogo para ‌as empresas em 3 de dezembro, mas que ainda não obteve respostas das companhias e ​não descarta recorrer à Justiça.

A entidade afirma representar 10 ‌mil empresas do setor ​de sorvetes ​no país.

'Recebemos relatos constantes de associados que são impedidos de vender seus produtos ou até de realizar eventos em locais públicos devido a travas contratuais impostas por essas companhias', disse Eckhardt. 'Há relatos de ​pagamentos diretos (luvas) de até R$20 mil para pequenos estabelecimentos, como padarias, apenas para garantir a exclusividade do equipamento e retirar a concorrência local', acrescentou.

Procurada, a Unilever encaminhou pedido feito pela Reuters para comentário à Magnum Ice Cream Company, que neste mês concluiu uma separação de suas operações do grupo europeu de produtos de consumo. A Magnum passou a deter no Brasil as marcas de sorvetes Kibon e Magnum e afirmou que até o momento não tem conhecimento de qualquer notificação formal pela Abrasorvete.

A companhia também afirmou que 'reitera compromisso com a livre concorrência, atuando em estrita conformidade com a legislação vigente e com seu código de conduta, que orienta a competição de forma ética, transparente e leal, em benefício dos consumidores e de um ambiente concorrencial ⁠saudável'.

A Froneri afirmou que 'pauta sua atuação pelo estrito cumprimento da legislação vigente e pelas melhores práticas ‌de livre mercado'.

A companhia citou ainda que ⁠sua política de preços 'é reflexo constante de investimentos em eficiência operacional, tecnologia e otimização da cadeia de suprimentos, o que nos permite oferecer soluções competitivas e acessíveis aos nossos clientes ‍e consumidores. Reafirmamos nosso compromisso com o desenvolvimento ético do setor'.

Segundo a Abrasorvete, a Froneri detém 23% de participação, na liderança ​do ‌mercado brasileiro de sorvetes, e a Unilever, agora Magnum, aparece na sequência com 13%.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

Reuters

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