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Geração distribuída poderá atender mais de 60% da carga do Brasil em 2029, prevê ONS

Geração distribuída poderá atender mais de 60% da carga do Brasil em 2029, prevê ONS

Reuters

16/12/2025

Placeholder - loading - Usina solar flutuante em São Paulo
Usina solar flutuante em São Paulo

Por Leticia Fucuchima

SÃO PAULO, 16 Dez (Reuters) - A geração distribuída de energia continuará aumentando sua participação no sistema elétrico brasileiro nos próximos anos e, em 2029, poderá ser responsável por atender até 64% da carga total do país em instantes específicos, segundo previsões do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O órgão divulgou nesta terça-feira seu plano de operação elétrica de médio prazo do Sistema Interligado Nacional (SIN) para o horizonte de 2026 a 2030, com uma extensa análise sobre os impactos da micro e minigeração distribuída para a dinâmica do setor elétrico brasileiro.

Em termos de capacidade instalada, o ONS estima que a geração distribuída, principalmente os pequenos sistemas solares instalados em telhados, fachadas e terrenos, deverá alcançar 61 gigawatts (GW) em 2030, ante os 43,5 GW atuais.

Com o aumento dessa geração, que não é controlável pelo ONS, a expectativa é de que a modalidade passe a atender uma parcela cada vez maior do consumo de energia brasileiro, tirando espaço das grandes usinas centralizadas, tanto as renováveis quanto as termelétricas.

'Observa-se que, em instantes específicos, a geração distribuída poderá atender cerca de 57% da carga global em 2026, 59% em 2027, 61% em 2028 e ultrapassar 64% em 2029', apontou o ONS, no estudo.

Os valores se comparam a percentuais bem menores verificados nos últimos anos, com menos de 50% da demanda total de energia tendo sido atendida pela tecnologia em 2025.

Em rápido crescimento, favorecido por subsídios tarifários, a geração distribuída já é hoje a segunda maior fonte da matriz elétrica brasileira, atrás apenas da geração hidrelétrica. Isso tem criado desafios de operação para o ONS, especialmente nos momentos em que o consumo de energia está muito baixo e há risco de apagão por excesso de geração no sistema.

'Um sistema historicamente ancorado em grandes usinas centralizadas passou, em menos de uma década, a conviver com um volume significativo de geração distribuída, que chegará, em diversos instantes, a suprir mais da metade da carga do país', apontou o ONS, no relatório.

A preocupação com excesso de geração no Brasil se intensificou neste ano, após o ONS ter relatado duas ocasiões, nos meses de maio e agosto, em que quase perdeu o controle do sistema elétrico devido à elevada geração em painéis solares distribuídos e baixo consumo de energia.

No novo estudo, o ONS calculou o número de dias e horas por ano com possibilidade de perda de controle do sistema elétrico no horizonte 2026-29, caso nenhuma ação seja adotada para melhorar os recursos que o órgão tem à disposição para fazer a gestão eletroenergética.

Verificou-se um total de 38 dias, no período de 2026 a 2029, com possibilidade de perda de controlabilidade do sistema elétrico, em um cenário que considera geração térmica conforme os valores de 2024. Na análise horária, identificaram-se 101 horas de operação com potencial excedente de geração, 'condição que pode provocar sobrefrequências e, em última instância, comprometer a controlabilidade do sistema'.

O ONS destacou ainda que uma série de projetos já estão em andamento para lidar com esses impactos da geração distribuída, como o plano que permite cortes emergenciais na geração de algumas usinas maiores ligadas na rede de distribuição de energia.

(Por Letícia Fucuchima)

Reuters

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