Governo Biden anuncia plano para retirar despesas médicas dos relatórios de crédito
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Por Andrea Shalal e Douglas Gillison
(Reuters) - O governo do presidente dos Estados Unidos Joe Biden anunciou nesta quinta-feira planos para remover as despesas médicas dos relatórios de crédito dos norte-americanos, em tentativa de acabar com o que chamou de tática coercitiva de cobrança de dívidas que afeta milhões de consumidores.
Propostas sob análise ajudariam famílias a se recuperar financeiramente de emergências de saúde, impediriam empresas de cobrança de coagir pessoas a pagarem contas que elas podem nem dever, e assegurariam que credores não contem com dados que frequentemente contêm imprecisões e erros, anunciaram a vice-presidente, Kamala Harris, e o principal membro do órgão de defesa do consumidor, Rohit Chopra.
Kamala afirmou aos jornalistas que mais de 100 milhões de norte-americanos têm dívidas médicas.
“Muitas das dívidas que as pessoas têm ocorreram devido a emergências médicas”, afirmou. “Sabemos que as notas de crédito determinam se uma pessoa pode ter saúde financeira e bem-estar, e também a habilidade dela de aumentar a sua riqueza.”
A agência chefiada por Chopra, o Escritório de Proteção Financeira do Consumidor (CFPB, na sigla em inglês), informou que no ano passado praticamente 20% dos norte-americanos tinham dívidas médicas, mas também indicou que os dados apenas desse setor são um indicador ruim da condição dos consumidores de honrar suas dívidas tradicionais.
O think tank Brookings Institution também encontrou dados preocupantes nas estatísticas médicas, com cerca de 80% das dívidas sendo pertencentes a famílias com patrimônio líquido nulo ou negativo, com as comunidades negras especialmente afetadas pelo problema. Como exemplo, 27% dos lares de pretos têm dívidas médicas, contra 16,8% dos demais.
De acordo com o CFPB, o projeto restringe o uso de informações médicas nas decisões e relatórios de crédito.
(Reportagem de Andrea Shalal e Douglas Gillison)
Escrito por Reuters
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