Haitianos fugindo de gangues acampam em torno da principal praça da capital
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Por Harold Isaac
PORTO PRÍNCIPE (Reuters) - Milhares de haitianos prepararam-se para dormir em escolas e um teatro em torno da principal praça de Porto Príncipe na sexta-feira, após novos ataques de gangues armadas empurrarem pessoas que já estavam deslocadas para o centro da cidade em busca de abrigo onde o encontrassem.
A gangue Gran Ravine, liderada por Renel Destina, sitiou o bairro densamente povoado de Carrefour Feuilles semanas atrás, forçando ajuda humanitária a se retirar e milhares de pessoas a fugirem de suas casas. A polícia, com poucos recursos, sofre para conter a violência.
Dailove Pompilus, grávida de nove meses, disse que a praça Champ de Mars foi sua única opção, depois de a gangue atacar sua casa em Carrefour Feuilles, matando seu filho de três anos.
'Meu primogênito', disse. 'Eles queimaram a casa com ele dentro.'
A ONU estima que mais de 10.000 pessoas foram deslocadas apenas nas últimas duas semanas.
A noite de quinta-feira marcou a primeira vez desde o catastrófico terremoto de 2010 que as pessoas acamparam em Champ de Mars, principal praça da capital e casa de monumentos históricos honrando heróis da Revolução Haitiana.
A guerra de gangues no Haiti deixou aproximadamente 2.500 pessoas mortas e 1.000 feridas desde janeiro, segundo a ONU, entre sequestros, linchamentos e violência sexual.
O Conselho de Segurança da ONU deve votar um plano para enviar assistência internacional de segurança, que foi pedida pelo governo não-eleito do Haiti no último mês de outubro. Uma delegação do Quênia se encontrou com chefes das polícias no mês passado, mas países estão cautelosos e uma força multinacional ainda não se materializou.
(Reportagem de Harold Isaac, Jean Loobentz Cesar e Ralph Tedy Erol em Porto Príncipe e Sarah Morland na Cidade do México)
Escrito por Reuters
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