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Ibama e Funai realizam operação contra garimpeiros ilegais em terras Yanomami

Placeholder - loading - Agente do Ibama acompanha destruição de avião e hangar de garimpeiros em operação conjunta com a Funai contra garimpo ilegal na Terra Yanomami, em Roraima 06/02/2023 IBAMA/Divulgação via REUTERS
Agente do Ibama acompanha destruição de avião e hangar de garimpeiros em operação conjunta com a Funai contra garimpo ilegal na Terra Yanomami, em Roraima 06/02/2023 IBAMA/Divulgação via REUTERS

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Por Amanda Perobelli

BOA VISTA (Reuters) - Agências ambientais e indígenas lançaram uma operação de fiscalização na floresta amazônica para expulsar milhares de garimpeiros ilegais acusados de causar uma crise humanitária entre o povo yanomami, disseram autoridades na quarta-feira.

Agentes armados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mobilizados de helicóptero e barco a motor desde segunda-feira, prenderam e removeram dezenas de garimpeiros na maior reserva indígena do Brasil, na fronteira norte com a Venezuela.

Eles atearam fogo a barracos de madeira e a um hangar que abrigava um avião em uma pista clandestina usada por garimpeiros para transportar suprimentos, segundo imagens do Ibama.

Até terça-feira, a agência disse ter destruído um helicóptero, um avião e uma escavadeira, e apreendido armas, barcos de 12 metros e tambores com 5.000 litros de combustível, além de geradores, antenas de internet, freezers e uma tonelada de alimentos.

'O objetivo principal da operação é inviabilizar linhas de suprimento e rotas que abastecem e escoam a produção do garimpo, além de garantir a permanência das equipes de fiscalização por prazo indeterminado', disse o Ibama em comunicado.

A operação conta com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e apoio de militares que fizeram bloqueios nos rios para interromper o fluxo de abastecimento dos garimpeiros, informou o Ibama.

'Finalmente! Tirem os garimpeiros - e mantenha-os fora!' disse a organização Survival International. A ONG de direitos indígenas disse que os garimpeiros devastaram o território e causaram uma crise de saúde catastrófica que matou centenas de yanomami, especialmente crianças, de doenças evitáveis e desnutrição.

Mais de 20.000 garimpeiros invadiram a reserva, trazendo doenças, abuso sexual e violência armada que aterrorizaram os yanomamis, estimados em cerca de 28.000, e levaram à desnutrição grave e mortes.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou emergência médica para os yanomami e disse que terá tolerância zero para a mineração em terras indígenas protegidas pela Constituição.

Os yanomami vivem há muito tempo isolados em uma vasta reserva do tamanho de Portugal, na fronteira com a Venezuela. Suas terras ricas em minerais atraem garimpeiros ilegais há décadas, especialmente depois que um governo militar construiu uma estrada através da floresta amazônica na década de 1970.

O antecessor de Lula, Jair Bolsonaro, defendeu a mineração em terras indígenas protegidas, e seu governo fez vista grossa para um novo aumento nas invasões de reservas por garimpeiros e madeireiros ilegais.

“O avanço do garimpo, estimulado pelo último governo, resultou em uma crise humanitária na terra indígena”, diz o Ibama no comunicado. 'A Polícia Federal investiga o crime de genocídio contra os yanomami.'

O Ibama disse que os distribuidores e revendedores responsáveis pelo comércio irregular de combustível de aviação para abastecer os mineradores serão investigados.

Espera-se que alguns dos garimpeiros que estão começando a deixar a Terra Yanomami se mudem para outras áreas de mineração ilegal na Amazônia ou atravessem a fronteira para os vizinhos Guiana Francesa, Suriname e Guiana.

Um garimpeiro, que caminhou por 20 dias pela floresta para chegar ao rio Uraricoera, disse que os yanomami estavam morrendo de fome e desesperados por cestas de alimentos lançadas de aviões da Força Aérea.

'Esse rancho que o Lula deu... no dia que chegou, acabou', disse à Reuters João Batista Costa, de 65 anos, segurando um pacote de comida, ao deixar a reserva depois de dois dias descendo o rio de canoa.

(Reportagem de Anthony Boadle em Brasília e Amanda Perobelli em Boa Vista)

Escrito por Reuters

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