Ibovespa avança em meio a balanços e dados de inflação; Sabesp e BTG lideram ganhos
Ibovespa avança em meio a balanços e dados de inflação; Sabesp e BTG lideram ganhos
Reuters
12/08/2025
Atualizada em 12/08/2025
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta terça-feira, trabalhando acima dos 137 mil pontos, em meio a uma nova leva de balanços corporativos, com Sabesp e BTG Pactual entre os destaques positivos após números fortes sobre o segundo trimestre.
A sessão também era marcada por dados de inflação dos Estados Unidos e do Brasil, além de notícia sobre uma ligação telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Xi Jinping.
Por volta de 10h45, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 1,47%, a 137.616,23 pontos. O volume financeiro somava R$3,43 bilhões.
Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% no mês passado, com a medida em 12 meses avançando 2,7%. Economistas consultados pela Reuters previam alta mensal de 0,2% e de 2,8% na base anual.
Na visão da estrategista-chefe da Principal Asset Management, Seema Shah, o mercado gostou do dado de inflação norte-americano, pois isso significa que o banco central dos EUA poderá reduzir os juros sem obstáculos no próximo mês.
'Os dados do CPI divulgados hoje não são suficientemente altos para impedir o Fed de reduzir as taxas de juros em setembro', acrescentou.
Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, tinha acréscimo de 0,49%.
No Brasil, o IPCA subiu 0,26% em julho, após alta de 0,24% em junho, resultado que ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters (+0,37%). Em 12 meses, avançou 5,23%, contra expectativa de aumento de 5,33%.
'No conjunto, o dado confirma um cenário favorável para a inflação corrente, ainda que com o atenuante do nível elevado nos serviços', disse a economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Natalie Victal.
'O resultado contribui para sustentar o clima mais positivo nas expectativas.'
DESTAQUES
- SABESP ON disparava 8,59%, na esteira do resultado da maior empresa de saneamento da América Latina no segundo trimestre, com lucro líquido ajustado de R$1,96 bilhão, impulsionado em parte por melhorias operacionais geradas no contexto da privatização da empresa. Tal performance representou um avanço de cerca de 64% sobre o desempenho de um ano antes, quando a companhia ainda estava sob administração pelo governo do Estado de São Paulo. O Ebitda ajustado foi de R$3,62 bilhões, crescimento de 21,5% e acima dos R$3,15 bilhões esperados, em média, por analistas, segundo dados compilados pela LSEG.
- BTG PACTUAL UNIT saltava 7,55%, após reportar lucro líquido ajustado de R$4,18 bilhões no segundo trimestre, um aumento de 42% em relação ao ano anterior, em desempenho acima das previsões do mercado. A rentabilidade medida pelo ROAE do maior banco de investimentos da América Latina alcançou 27,1%, de 23,2% no primeiro trimestre e 22,5% um ano antes. No setor, ITAÚ PN subia 1,02%, BRADESCO PN avançava 1,82% SANTANDER BRASIL UNIT ganhava 2,21% e BANCO DO BRASIL ON valorizava-se 2,04%. Apenas BB ainda não divulgou o balanço, previsto para a quinta-feira.
- LOCALIZA ON avançava 3,3%, em meio à repercussão do balanço da empresa de aluguel de veículos e gestão de frotas no segundo trimestre, que mostrou lucro líquido ajustado consolidado de R$768 milhões, revertendo o prejuízo de R$570 milhões um ano antes. O Ebitda somou R$3,29 bilhões no trimestre encerrado em junho, aumento de 40,1% ano a ano e contra expectativa média de analistas de R$3,33 bilhões.
- DIRECIONAL ON ganhava 1,83%, tendo no radar lucro líquido de R$183,7 milhões no segundo trimestre, crescimento de quase 26% ano a ano, embora ligeiramente abaixo do esperado por analistas. A receita líquida também subiu 26% ano a ano, para R$1,07 bilhão. A geração de caixa da companhia no segundo trimestre somou R$395 milhões.
- NATURA ON recuava 4,15%, revertendo a alta da abertura (+2,55% na máxima), um dia após divulgar Ebitda recorrente de R$795,6 milhões no segundo trimestre, alta de 4,5% ano a ano, bem como classificar a Avon Internacional e a Avon América Central e República Dominicana (CARD) como ativos mantidos para venda. Em teleconferência com analistas, o CEO citou alta probabilidade de venda da Avon Internacional em 12 meses, mas sem dar muito detalhes, enquanto destacou um ambiente menos favorável no segundo semestre.
- SÃO MARTINHO ON era negociada em alta de 2,23%, tendo no radar balanço mostrando declínio de 40,9% no lucro líquido do primeiro trimestre da safra 2025/26 na comparação com o mesmo período da safra anterior, totalizando R$62,8 milhões. O grupo, um dos maiores na produção de açúcar e etanol do Brasil, também elevou sua projeção de investimentos para a safra 2025/26 e anunciou a segunda fase de seu projeto para ampliar a produção de etanol à base de milho.
Reuters

