Inflação dos EUA corrói renda em 2022 e pobreza aumenta com fim de auxílio na pandemia, diz Censo
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Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - A renda ajustada pela inflação caiu e uma medida-chave da pobreza aumentou acentuadamente no ano passado, à medida em que a economia dos EUA continua sua difícil jornada para deixar para trás os efeitos da pandemia, informou o Departamento do Censo dos EUA na terça-feira.
Os dados sobre renda e a pobreza divulgados pelo censo mostraram quão profundamente os resultados econômicos recentes do país foram influenciados pela crise sanitária da Covid-19, e pela resposta do governo à mesma – com uma medida de pobreza infantil que mais do que duplicou após o fim, no ano passado, dos créditos fiscais para crianças para combater os impactos da pandemia e a pior inflação em 40 anos minando o poder de compra das famílias.
A taxa de pobreza infantil, com base em uma medida suplementar que ajusta os benefícios do governo e as despesas domésticas, saltou para 12,4% em 2022, contra 5,2% em 2021.
No geral, a taxa suplementar de pobreza aumentou para 12,4% em 2022, de 7,8% em 2021, uma mudança que os funcionários do censo disseram também ter sido impulsionada em grande parte pelo fim dos programas do período da pandemia.
Em comparação, a taxa suplementar global era ligeiramente superior aos 11,8% observados em 2019, último ano antes da pandemia. A chamada taxa oficial de pobreza manteve-se praticamente inalterada em relação a 2021, em 11,5%.
Entretanto, a renda familiar não conseguiu acompanhar o aumento de 7,8% nos preços ao consumidor, a maior alta desde 1981.
A renda familiar média real caiu 2,3%, para 76.330 dólares, o que as autoridades do censo disseram ser cerca de 4,7% abaixo de 2019.
O relatório oferece um dos primeiros vislumbres claros de como a economia se saiu após um choque que fechou lojas e fábricas em 2020 e continuou a sufocar a atividade durante grande parte de 2021. O desempenho da economia dos EUA continua a confundir, com um crescimento mais forte do que o esperado apesar do aumento das taxas de juro do Federal Reserve, mas com a inflação também ainda em alta.
(Reportagem de Susan Heavey e Rami Ayyub)
Escrito por Reuters
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