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Itamaraty adverte para quebra de ordem democrática no Paraguai e ressalta relação de Bolsonaro com Abdo

Placeholder - loading - Presidentes Jair Bolsonaro e Mario Abdo 10/05/2019 Marcos Correa/Presidência da República/Divulgação via REUTERS
Presidentes Jair Bolsonaro e Mario Abdo 10/05/2019 Marcos Correa/Presidência da República/Divulgação via REUTERS

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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - Em uma nota que vai até o limite da linguagem diplomática, o Itamaraty advertiu nesta quinta-feira o Paraguai sobre os riscos de 'quebra da ordem democrática' com a possibilidade de impeachment do presidente Mario Abdo e ressaltou que a 'excelente relação' do país com o Brasil se deve principalmente à relação de Abdo com o presidente Jair Bolsonaro.

No texto, o Itamaraty diz que acompanha 'com grande atenção' o procedo de 'juízo político', colocado entre aspas no país vizinho e, apesar de assinalar respeito ao processo constitucional paraguaio, destaca esperar que seja feito 'sem quebra da ordem democrática'.

Abdo e seu vice-presidente, Hugo Velázquez, enfrentam um pedido de impeachment que seria apresentado pelos partidos de oposição a seu governo como reação a um acordo de venda de energia excedente de Itaipu assinado pelos governos do Brasil e do Paraguai. O texto, assinado em maio mas relevado apenas na semana passada, elevaria, segundo os parlamentares locais, em mais de 200 milhões de dólares o custo para a estatal de energia paraguaia.

Abdo está sendo acusado de agir contra os interesses do país e tenta agora rever o acordo. Bolsonaro disse nesta manhã que já deu aval para denunciar o acordo --termo diplomático que significa rescindir-- de modo a tentar evitar o impeachment de Abdo.

Eleito pouco antes de Bolsonaro, Abdo é um dos primeiros aliados do presidente brasileiro na região, considerado um dos seus pares na ideologia de extrema-direira pregada por Bolsonaro.

Em sua nota, o Itamaraty deixa claro que o governo brasileiro atribuiu o bom relacionamento com o Paraguai, que teria resultado em 'iniciativas de grande impacto positivo para o Paraguai', ao relacionamento entre os dois presidentes e ressalta 'a inteira convergência de valores' entre os dois governos.

'Essa elevação sem precedentes do relacionamento Brasil-Paraguai se deve, mais do que a qualquer outro fator, à excelente relação pessoal entre os presidentes Mario Abdo e Jair Bolsonaro, à coincidência de visões estratégicas e à determinação de ambos de agir em conjunto em benefício de seus povos', diz o texto.

'O Brasil espera que essa cooperação com o presidente Mario Abdo possa prosseguir, o que permitirá a plena implementação das iniciativas em curso e a consecução de novos avanços, inclusive no que tange à implementação, em benefício mútuo, dos compromissos dos dois países ao amparo do Tratado de Itaipu', complementa.

Em 2012, o Congresso paraguaio destituiu o então presidente Fernando Lugo, de esquerda, em um processo de impeachment. Lugo foi acusado de 'mau desempenho de suas funções' pelo Congresso, dominado pela oposição.

À época, o governo brasileiro de Dilma Rousseff e a União das Nações Sul-americanas tentaram evitar o desfecho da crise e chegaram a enviar uma comissão de chanceleres na tentativa de evitar o impeachment.

O processo, considerado pela Unasul e pelo Mercosul como fora dos padrões democráticos, levou à suspensão do Paraguai das duas entidades até a eleição de Horácio Cartes, em abril de 2013.

Escrito por Reuters

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