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Jazz é Liberdade

Mergulhe no gênero musical que dominou o mundo entre 1920 e 1950

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“Se você tem de perguntar o que é jazz, você nunca saberá.” - Louis Armstrong

Jazz parece algo rebuscado, elitista, distante. Os discos mais vendidos não o incluem, e raramente as músicas do gênero estão no topo das paradas. Há dificuldade em encontrá-lo em ambientes não especializados. Rebuscado, sim – uma vez que a sua base é a improvisação, somente possível através de um conhecimento harmônico afiado. Elitista, não originalmente. Já houve uma época em que o ritmo era extremamente popular e podia ser ouvido em estações de rádio, jukeboxes, discotecas e salas de concerto em todo o mundo.

Em meados dos anos 20 aos 50, o jazz dominou. Mas o que encerrou o reinado de 30 anos do gênero dotado de swing foi um evento revolucionário chamado rock'n'roll, incorporado no mainstream por Elvis Presley, iniciando, assim, uma revolução musical.

Uma Forma de Expressão Cultural e Social

O jazz nasceu nos Estados Unidos, no início do século XX. A Lei Seca havia acabado de ser promulgada, proibindo a venda, o transporte e a produção de bebidas alcoólicas, e os americanos passaram a frequentar bares clandestinos para poderem consumi-las. Naturalmente, as discotecas pediam entretenimento, e o jazz encaixou-se perfeitamente como uma forma excitante e livre de expressão musical e pessoal.

Os responsáveis por combinar as notas e criar os sons eram moradores de Nova Orleans. O ritmo é resultado da efervescência cultural provocada pelo encontro de povos europeus e africanos na cidade americana, por volta de 1890–1900. Apesar de não ter nascido de forma isolada no local, a cidade é considerada o berço do jazz porque foi lá que ele surgiu como fenômeno de massa.

Rapidamente, o jazz se transformou em um hino cultural e social para a comunidade afro-americana. Uma melodia poderosa para narrar histórias, compartilhar vivências e traduzir sentimentos em ritmo. O compasso contagiante e os improvisos singulares do jazz permitiam aos músicos se expressarem de forma autêntica e individual. E mais do que isso, o jazz se tornou um símbolo de resistência para os afro-americanos. Em tempos de segregação racial e opressão, a música se ergueu como voz para afirmar sua identidade e combater as injustiças sociais.


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Os músicos do Preservation Hall entretêm os fãs de jazz no French Quarter de Nova Orleans, em 1964


Luta

Quando se pensa em música de protesto, o jazz não parece um exemplo óbvio. No entanto, ele é um dos mais fortes. Ao considerarmos suas raízes nos campos de trabalho de negros escravizados, torna-se evidente que, séculos depois, ele se transformaria em um poderoso grito de resistência contra aqueles que tentavam silenciar a voz negra. Os artistas da época reconheceram a necessidade de se expressar para o mundo ao seu redor.

Nina Simone, Louis Armstrong, Billie Holiday, John Coltrane, Ella Fitzgerald, Charles Mingus, entre muitos outros, colocaram notas e acordes em suas manifestações para poderem ser ouvidos.

E o mundo, como disse Martin Luther King Jr., ouviu. O jazz precisava ser exportado, precisava ser ouvido, e assim foi.

Deixamos um pequeno trecho do poderoso discurso de King no Festival de Jazz de Berlim, de 1964.

“…O jazz fala pela vida. Os Blues contam a história das dificuldades da vida e, se você pensar por um momento, perceberá que eles pegam as realidades mais difíceis da vida e as colocam na música, apenas para sair com alguma nova esperança ou sensação de triunfo.

E agora, o Jazz é exportado para o mundo. Pois na luta particular do Negro na América há algo semelhante à luta universal do homem moderno. Todo mundo tem o Blues. Todo mundo anseia por significado. Todo mundo precisa amar e ser amado. Todo mundo precisa bater palmas e ser feliz. Todo mundo anseia por fé.

Na música, especialmente nesta ampla categoria chamada Jazz, existe um trampolim para tudo isso.”


Sentimento como compositor

Segundo o escritor R.W.S. Mendl, o jazz era sujeito à rejeição por perturbar e tocar o emocional de forma mais furtiva do que as outras formas de música que existiam então. Sem uma direção específica, o improviso permite que seja feita uma verdadeira expressão da alma, navegando pelas notas e melodias espontaneamente.

“O verdadeiro poder e a inovação do jazz é que um grupo de pessoas pode se reunir e criar arte, improvisada, e podem negociar seus interesses entre si. E essa negociação é a arte”.

-Wynton Marsalis, trompetista

Do Dixieland ao Bebop, do Swing ao Free Jazz, cada estilo pulsava com a alma e a história de seus criadores. O jazz tornou-se um palco para a criatividade e a experimentação; músicos talentosos desafiavam convenções e abriam novos horizontes sonoros.

Contemporâneo

A vitalidade do jazz está na sua capacidade de se reinventar constantemente. Novos artistas estão sempre surgindo, trazendo novas influências e estilos para o gênero. O jazz continua a evoluir e a se adaptar aos tempos modernos, sendo o novo e o velho ao mesmo tempo. Afinal, ele representa o encontro, a troca entre culturas distintas e o movimento – de Nova Orleans a Chicago, Paris, Viena, Rio de Janeiro e o mundo todo.

Ele consegue ser complexo e elaborado, mesmo tendo como seu fundamento a espontaneidade e a improvisação. E é essa contradição que o torna tão fascinante. Nascido do sofrimento do negro escravizado, o jazz se transformou em um hino à liberdade. Uma liberdade que se expressa tanto na forma quanto no conteúdo: da complexa estrutura musical ao mais simples e cru ritmo improvisado. O jazz é, acima de tudo, um grito de liberdade.

Confira alguns clássicos para celebrar o Dia Internacional do Jazz:

1- So What - Miles Davis


2- Dream A Little Dream Of Me - Ella Fitzgerald, Louis Armstrong


3- Donna Lee - Charlie Parker

4- Blue Moon - Billie Holiday

5- I've Got You Under My Skin - Frank Sinatra (original de Cole Porter)

6- Unforgettable - Nat King Cole

7- Cheek To Cheek - Ella Fitzgerald, Louis Armstrong

8- My Funny Valentine - Chet Baker

9- The Girl From Ipanema - Antônio Carlos Jobim & Frank Sinatra

10- (I Love You) For Sentimental Reasons - Nat King Cole

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