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JBS anuncia dupla listagem, no Brasil e nos EUA, para acelerar crescimento

Placeholder - loading - Logo da JBS em unidade em Jundiaí. REUTERS/Paulo Whitaker/File Photo
Logo da JBS em unidade em Jundiaí. REUTERS/Paulo Whitaker/File Photo

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Por Ana Mano e Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) -A JBS, maior processadora de carnes do mundo, acaba de propor uma listagem de ações no Brasil e nos Estados Unidos, visando ampliar sua capacidade para investir e crescer com menor custo de capital, informou a empresa nesta quarta-feira em fato relevante.

A proposta, registrada nesta quarta-feira no órgão regulador de mercados dos Estados Unidos (SEC), fará com que a estrutura de capital da companhia reflita melhor a plataforma global da empresa, e abre caminho para destravar valor das ações, que hoje são negociadas a múltiplos abaixo da rival Tyson Foods e Pilgrim's Pride, que é controlada pela própria JBS.

O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, afirmou à Reuters que a operação, longamente aguardada pelo mercado, tem o mesmo 'potencial transformacional' de quando o grupo abriu capital, em 2007, 'que permitiu à companhia fazer um crescimento e se tornar a maior empresa de proteínas do mundo'.

O executivo ressaltou que a dupla listagem não é uma oferta de ações (IPO) nos EUA, como foi cogitado no passado.

Para o CEO, a empresa terá aumentada a flexibilidade para acelerar sua estratégia de crescimento, que inclui ampliar sua participação no mercado de salmão, crescer na Europa, expandir a diversificação e a oferta de produtos de valor agregado e marcas.

Com a listagem dupla e uma maior base de investidores, a JBS poderá ter o 'equity' como fonte de atração de capital. Segundo o CEO, uma eventual nova oferta de ações ocorreria sem grande diluição de valor para os acionistas, já que se espera que os papéis da companhia se valorizem ao longo do tempo.

Às 12h37, as ações da JBS na B3 subiam 8,2%, a 18,65 reais, maior alta do índice Ibovespa.

'Pode fazer uma aquisição transformacional, porque tem um mercado que vai permitir. Se for o caso, fazer um 'follow-on' (oferta subsequente de ações) lá na frente. Não tem nada planejado, mas obviamente essa estrutura permite que a gente possa fazer', afirmou.

'Aí as ações vão estar valorizadas, acreditamos, e com isso uma (eventual) emissão, vai diluir muito menos os investidores', disse Tomazoni.

Neste caso, a empresa ainda teria acesso a uma base de investidores muito maior, uma vez que muitos só podem fazer aquisições de ações de empresas listadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).

'Isso permite que a companhia possa fazer movimentos estratégicos... sem aumentar o seu endividamento', disse o CEO, lembrando que o fato de não estar listado nos EUA aumenta seu custo de capital em relação a concorrentes.

A proposta de listagem dupla ainda tem que ser submetida à assembleia geral extraordinária, sem data para ocorrer.

Mas executivos da JBS acreditam que as novas ações da empresa poderão estar sendo negociadas em dezembro deste ano em Nova York, se tudo correr conforme o programado.

O CFO da JBS, Guilherme Cavalcanti, disse que o múltiplo da companhia é de 5,9 vezes (considerando o valor da empresa/Ebitda), enquanto a Pilgrim's tem múltiplo de 9,3 vezes, e a Tyson Foods conta com 11,5 vezes.

'O nosso é menor até mesmo que o da Pilgrim's... se a gente conseguir capturar o múltiplo da Pilgrim's, o nosso equity, o valor da ação, poderia mais que dobrar. E se conseguirmos capturar o múltiplo Tyson, tem potencial mais que triplicar', ressaltou Cavalcanti.

Analistas do Bradesco BBI concordaram que o tão esperado movimento ajudará a fechar a lacuna de avaliação em relação à Tyson, principal concorrente nos Estados Unidos.

A corretora paulista Genial indicou 'compra' para a empresa, já que a proposta de listagem nos Estados Unidos ajudará a melhorar seus padrões de governança.

'Uma listagem dupla alinharia melhor a estrutura corporativa da JBS com seus pares globais, o que acreditamos que poderia ser recebido positivamente pelos investidores', disse o Goldman Sachs.

A OPERAÇÃO

A JBS, com faturamento anual de 375 bilhões de reais, operações industriais e escritórios comerciais em 24 países e exportação de produtos para mais de 190 países, terá Brazilian Depositary Recipts (BDRs) Nível II negociados na bolsa B3, lastreados nas ações Classe A listadas na NYSE.

A operação também prevê que investidores poderão optar por deter ações classe B, que não serão negociadas nas bolsas, mas terão maior poder de voto.

Segundo Tomazoni, a transação dá direitos políticos igualitários aos acionistas, controladores ou minoritários, e todos poderão converter suas ações pelas regras colocadas.

A estrutura operacional da JBS será mantida, e São Paulo continuará sendo a sede da companhia, a despeito de a maior parte do faturamento ter origem nos EUA.

(Por Ana Mano e Roberto Samora; com reportagem adicional de Paula Arend Laier, edição Alberto Alerigi Jr.)

Escrito por Reuters

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