Kamala Harris abraça novo papel de ataque e atrai críticas de republicanos
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Por Jarrett Renshaw
BOSTON (Reuters) - A vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris mostrou um lado mais contundente durante uma viagem a quase uma dúzia de estados norte-americanos nas últimas semanas, atacando o governador da Flórida, Ron DeSantis, por apoiar “história revisionista” sobre a escravidão, incentivando funcionários da saúde de Iowa a se rebelarem contra as novas leis restritivas ao aborto e convocando latinos de Chicago a lutarem contra os “extremistas” republicanos.
No sábado, Harris, a primeira mulher e primeira mulher negra vice-presidente dos Estados Unidos, abriu a conferência anual da NAACP em Boston, um evento político chave para negros norte-americanos que ajudará a definir as questões em que os democratas focarão na eleição de 2024.
Os discursos fazem parte de um papel expandido para a parceira de governo do presidente Joe Biden, no aquecimento para a eleição, dizem democratas seniores. Ela participará de muito mais eventos de campanha nos próximos meses, com o objetivo de familiarizar Harris com apoiadores leais, polir sua imagem com independentes e alcançar democratas que não estão ouvindo a mensagem do governo Biden.
É uma medida que não poderia ser tomada cedo o bastante, disseram alguns democratas influentes.
“Estamos dizendo constantemente para a Casa Branca que eles precisam enviá-la mais (a eventos) porque precisamos da base --ou seja, eleitores negros e outros-- para entender o que você está fazendo”, disse o reverendo Al Sharpton, ativista veterano dos direitos civis e chefe da Rede de Ação Nacional, à Reuters.
Biden credita os eleitores negros pela vitória em 2020, com as pesquisas de boca de urna mostrando que ele recebeu 87% dos votos. Mas pesquisas mais recentes e o comparecimento nas eleições de meio de mandato em 2022 revelam uma erosão do entusiasmo dentro do bloco que precisa ser reforçado antes do próximo pleito.
A Casa Branca também espera melhorar a imagem pública e o índice de aprovação historicamente baixo de Harris. Uma pesquisa recente da emissora NBC News mostrou que 49% dos eleitores registrados têm uma visão negativa de Harris, com 32% com uma visão positiva, um saldo negativo de 17 pontos percentuais que é o mais baixo para um vice-presidente na história da pesquisa.
Embora seja cedo demais para dizer se as pesquisas estão melhorando, os comentários de Harris estão atraindo novas críticas dos republicanos e destacando divisões na oposição.
“Estamos concorrendo contra Kamala Harris. Não adianta esconder… Kamala Harris acabará sendo presidente dos Estados Unidos se Joe Biden vencer esta eleição” afirmou a candidata republicana Nikky Hailey à emissora Fox News em junho.
Harris, que era mais popular que Biden entre mulheres, eleitores jovens e até alguns republicanos quando ele a escolheu para ser candidata à vice-presidência, está vendo seus índices caírem desde que assumiu o cargo, sob críticas de veículos conservadores.
Escrito por Reuters
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