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Latino-americanos são vítimas de mais golpes online com falta de segurança digital

Placeholder - loading - Ilustração mostra miniaturas de pessoas com computadores, códigos binários e palavras 'Cyber attack' 19/07/2023 REUTERS/Dado Ruvic/Foto ilustrativa
Ilustração mostra miniaturas de pessoas com computadores, códigos binários e palavras 'Cyber attack' 19/07/2023 REUTERS/Dado Ruvic/Foto ilustrativa

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Por Carolina Pulice

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Gabriella Batalha não deu muita importância quando percebeu que havia sido desconectada do Instagram -- até o dia seguinte, quando descobriu que sua conta estava inundada de postagens sensacionalistas promovendo investimentos de alto rendimento em criptomoedas.

Para recuperar sua conta, a advogada carioca de 27 anos teve que pagar 200 reais a um 'consultor' que encontrou no YouTube, um homem que ela suspeita ser um golpista.

'Levei dois dias para recuperar minha conta e estava sob muito estresse', disse ela.

Batalha não está sozinha. Os estelionatos por meio eletrônico no Brasil aumentaram 65% no ano passado, ultrapassando 200 mil, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública publicados no mês passado.

E em toda a América Latina, fraudes online e ataques digitais estão em 'níveis recordes', segundo a empresa de segurança digital Tenable, representando um problema urgente para uma região altamente conectada.

O recente progresso da América Latina na inclusão tecnológica criou novas oportunidades para golpes, afirmam os especialistas, com a pandemia sendo um fator que impulsionou a tendência de uso de bancos nos celulares e compras por meio de sistemas de pagamento como o popular Pix.

A região está cada vez mais online. Em 2022, 77,9% da população da América Latina e do Caribe utilizou a internet, um aumento em relação aos 74,8% do ano anterior e acima da taxa global de 66,3%, segundo a União Internacional de Telecomunicações.

Além disso, quase metade dos usuários de internet na América Latina passa em média seis horas por dia nas redes sociais, de acordo com um relatório da empresa de segurança digital Kaspersky.

'A crescente dependência de novas tecnologias tornou mais fácil para os cibercriminosos atacarem com mais frequência', disse Kerry-Ann Barrett, especialista em cibersegurança da Organização dos Estados Americanos (OEA).

As ameaças estão se tornando cada vez mais complexas e custosas, causando prejuízos de bilhões à região anualmente, disse Barrett.

No Peru, por exemplo, uma quadrilha aplicou um golpe em uma construtora, causando um prejuízo de mais de 62 mil dólares, ao fingir ser um banco com um site falso, de acordo com o gabinete do procurador-geral.

No México, golpistas têm como alvo vítimas desavisadas com falsas ofertas de emprego por mensagem de texto, apenas para induzir as vítimas a compartilhar dados pessoais sensíveis, segundo relatos da mídia.

'A América Latina é um alvo prioritário porque possui uma população altamente conectada, o que significa que estão sempre expostos', afirmou Claudio Martinelli, diretor administrativo da Kaspersky para a América Latina.

Instituições e governos também estão mais vulneráveis do que em outras partes do mundo. Em uma classificação de 93 países quanto a riscos de ameaças cibernéticas compilada pelo software de prevenção de fraudes SEON, nove dos 10 países latino-americanos ranqueados estavam com baixa classificação.

Três países da América Latina -- Honduras, Nicarágua e Venezuela -- foram apontados entre os 10 países com os maiores riscos de ameaças cibernéticas.

A região, por sua vez, teve a maior parcela de dados desprotegidos do mundo em 2022, disse a Tenable, tornando as empresas vulneráveis a ameaças como ransomware, um tipo de ataque que bloqueia um computador e depois exige dinheiro para sua liberação.

O ransomware foi responsável por seis de cada 10 ataques em 2022, incluindo um ataque ao Ministério das Finanças da Costa Rica por hackers russos, que exigiram 10 milhões de dólares.

A capacidade da América Latina de se proteger contra futuros ataques é prejudicada pela falta de regulamentação e investigações judiciais, disse Marcos Simplicio, professor especializado em segurança digital da Universidade de São Paulo.

'O crime virtual não é diferente do crime físico', disse ele. 'Enquanto estiver sendo lucrativo e houver pouca chance de punição, ele continuará.'

(Por Carolina Pulice; reportagem adicional de Brendan O'Boyle)

Escrito por Reuters

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