Líder australiano defende proibição de mídia social enquanto adolescentes exibem soluções alternativas

Por Byron Kaye

SYDNEY, 11 Dez (Reuters) - O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, criticou nesta quinta-feira os jovens que se exibem nas mídias sociais um dia após a entrada em vigor da primeira proibição para usuários de redes sociais menores de 16 anos no mundo, afirmando que a implementação sempre será difícil, mas que acabaria por salvar vidas.

Um dia depois que a lei entrou em vigor com o apoio bipartidário dos principais partidos políticos e com o apoio de cerca de três quartos dos pais australianos, os feeds das mídias sociais do país foram inundados com comentários de pessoas que alegavam ter menos de 16 anos, incluindo um na conta do TikTok do primeiro-ministro que dizia: 'Ainda estou aqui, espere até que eu possa votar'.

De acordo com a lei, 10 das maiores plataformas, incluindo o TikTok, o Instagram, da Meta, e o YouTube, da Alphabet, devem proibir a entrada de usuários menores de idade ou enfrentar uma multa de até 49,5 milhões de dólares australianos (US$33 milhões). O governo disse que levará algum tempo para que as plataformas estabeleçam processos para fazer isso.

'Esta é a lei, não é algo que possa ser ignorado', disse Albanese na Sky News, da News Corp.

'Alguns jovens que ainda não foram retirados das mídias sociais estão enviando avisos se gabando disso. Isso apenas diz às plataformas quem eles são e, portanto, será retirado.'

Governos de todo o mundo disseram que monitorariam a proibição australiana enquanto avaliam se farão algo semelhante. O senador republicano dos Estados Unidos, Josh Hawley, endossou a proibição quando ela entrou em vigor, enquanto França, Dinamarca, Malásia e outros países disseram que planejam imitar o modelo australiano.

O órgão regulador da internet na Austrália, o eSafety Commissioner, solicitará a todas as plataformas afetadas que informem o número de contas de menores de 16 anos nos dias anteriores e posteriores à entrada em vigor da proibição na quarta-feira, disse a ministra das Comunicações, Anika Wells.

Albanese apresentou a proibição como uma intervenção para proteger os jovens dos riscos à saúde mental associados à mídia social, incluindo bullying, problemas de imagem corporal e algoritmos viciantes.

Embora alguns adolescentes tenham alardeado sua capacidade de ignorar a proibição, os criadores de conteúdo australianos estão relatando grandes quedas no número de seguidores e visualizações. O governo diz que cerca de 200.000 contas foram desativadas somente no TikTok desde que a proibição entrou em vigor.

(Reportagem de Byron Kaye; Reportagem adicional de Alasdair Pal)