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Milhares de pessoas comemoram 50º aniversário da democracia em Portugal

Placeholder - loading - Multidão celebra 50º aniversário da democracia em Portugal 25/04/2024 REUTERS/Pedro Nunes
Multidão celebra 50º aniversário da democracia em Portugal 25/04/2024 REUTERS/Pedro Nunes

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Por Sergio Goncalves e Miguel Pereira

LISBOA (Reuters) - Milhares de pessoas comemoraram nesta quinta-feira o 50º aniversário da 'Revolução dos Cravos' em Portugal, que derrubou a mais longa ditadura fascista da Europa e deu início ao período de democracia, embora o apoio à extrema-direita no país tenha ressurgido nos últimos anos.

António Oliveira Salazar governou Portugal de 1932 a 1968, mas o regime autoritário e ultraconservador durou mais seis anos sob o comando de seu sucessor Marcelo Caetano, só desmoronando em 25 de abril de 1974.

A revolução, quase sem derramamento de sangue, foi conduzida por um grupo de oficiais do Exército que desejavam a democracia e o fim das longas guerras contra os movimentos de independência nas colônias africanas. O golpe militar do grupo 'Capitães de Abril' levou a um rápido processo de descolonização.

As comemorações desta quinta-feira começaram na Praça do Comércio, em Lisboa, às margens do rio Tejo, onde duas fragatas estavam atracadas enquanto veículos militares e mais de 400 soldados desfilavam, cantando o hino nacional enquanto jatos de combate sobrevoavam o local.

Milhares de pessoas compareceram para aplaudir o desfile. Um deles, João Marcelino, de 74 anos, disse que a recente ascensão 'muito forte' da extrema-direita populista em Portugal, ecoando tendências em outros países da União Europeia, é preocupante porque 'não traz boas soluções para nenhum país'.

'Preocupa-me que, após 50 anos de democracia, as pessoas não sejam esclarecidas... mas a extrema-direita está avançando porque os principais partidos não estão desenvolvendo nosso país', disse.

Embora a democracia multipartidária tenha se mostrado estável e a infraestrutura do país tenha sido bastante modernizada desde 1974, com a ajuda da adesão à UE e de fundos de desenvolvimento, Portugal continua sendo o Estado mais pobre da Europa Ocidental.

O descontentamento com a crise imobiliária desencadeada pelo aumento constante dos aluguéis tem impulsionado a extrema-direita, assim como os baixos salários, a saúde precária e os casos de suposta corrupção envolvendo os principais partidos.

O cientista político Antonio Costa Pinto, da Universidade de Lisboa, disse que, embora a maioria dos portugueses abrace a democracia liberal e se orgulhe da revolução de 25 de abril, a crescente popularidade do Chega, um partido populista e anti-imigração, foi o 'elefante na sala' nas comemorações da 'Revolução dos Cravos' deste ano.

'O Chega atrai aqueles que têm uma visão revisionista da história, com a ideia de que o colonialismo e o império não eram ruins e que o glorioso passado português e seus símbolos devem ser valorizados', disse Costa Pinto.

O Chega faz uso público frequente do lema de Salazar 'Deus, pátria e família', ao qual o partido acrescentou 'trabalho'.

O líder do Chega, André Ventura, nega que ele ou seu partido sejam fascistas, ao mesmo tempo em que se posiciona contra o establishment e deseja mudar a Constituição de Portugal.

'Cinquenta anos atrás, tivemos uma revolução que nos deu liberdade, mas ao longo do caminho nossa dignidade nos foi tirada', disse Ventura ao Parlamento nesta quinta-feira, acusando o governo atual e os anteriores de não conseguirem acabar com a pobreza.

Fundado em 2019, o Chega é o terceiro maior partido de Portugal atualmente, tendo quadruplicado seu grupo de parlamentares para 50 nas eleições de março.

Escrito por Reuters

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