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Mostrar esforço fiscal é importante mesmo que déficit não seja zero em 2024, diz Campos Neto

Placeholder - loading - Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto 27/03/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto 27/03/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino

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(Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em entrevista à Veja que mesmo que o déficit das contas federais não seja zerado em 2024 é importante o governo mostrar que está fazendo um esforço nesse sentido, defendendo que também entre em debate uma reavaliação dos gastos públicos.

Campos Neto destacou que há incerteza no mercado sobre a capacidade do governo em promover um ajuste fiscal, mas reconheceu o empenho da equipe econômica.

'Mesmo não sendo zero, se o governo mostrar que fez um esforço de ir nessa direção, eu acho que ganha um tempo', disse o presidente do BC na entrevista, que foi gravada na segunda-feira -- de acordo com a assessoria do BC -- e publicada nesta sexta.

Para atingir esse objetivo em 2024, Campos Neto disse que será necessário aprovar medidas para aumentar a arrecadação. Ele acrescentou que o governo precisa 'enfrentar o fato de o Brasil apresentar um elevado aumento de gastos' para que o novo arcabouço fiscal funcione a longo prazo.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem enfrentando dificuldades para colocar em prática toda a agenda de ajuste fiscal proposta, com atraso na apresentação de medidas e iniciativas travadas pelo Congresso. A equipe econômica tem afirmado, porém, que mantém o compromisso de equilibrar o Orçamento em 2024 e tem medidas de receitas alternativas que ainda poderão ser apresentadas.

Na entrevista, o presidente do BC também voltou a dizer que a luta contra a inflação não está ganha, destacando que a alta dos preços no setor de serviços ainda não está no patamar em que a autoridade monetária gostaria.

Ao ser questionado se pode-se esperar mais cortes futuros na Selic, ele respondeu: 'Foi consenso absoluto que o ritmo para quedas e elevações deve ser sempre de meio ponto. A luta contra a inflação não está ganha'.

'Uma parte dela se situa ainda bastante acima da meta. O setor de serviços apresenta melhora, mas não no patamar que gostaríamos. Esse cenário demanda um ambiente de juros restritivos. O tamanho do aperto, na verdade, vai depender do desenrolar da economia', completou ele.

No começo de agosto, o BC reduziu a taxa básica de juros Selic em 0,50 ponto percentual a 13,25% ao ano, em decisão que dividiu os membros de sua diretoria em 5 a 4. A autoridade monetária ainda sinalizou novos cortes equivalentes nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

'Na reunião anterior do Copom, já havia uma divisão em torno do que sinalizar em relação ao próximo encontro. Discutiu-se se íamos deixar a porta aberta, indicando uma queda futura, ou fechada, sem apontar nada nessa direção', explicou Campos Neto à Veja.

'Eu estava no primeiro grupo, porque a inflação à época já revelava melhora. A divergência seguiu parecida entre os conselheiros. Os que queriam a porta aberta lá atrás, como eu, foram os mesmos que defenderam agora o corte de meio ponto na Selic', completou.

(Por Bernardo Caram, em Brasília, e Camila Moreira, em São Paulo)

Escrito por Reuters

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