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Nações do Caribe pedem ajuda ao Reino Unido para 'limpar a bagunça'

Nações do Caribe pedem ajuda ao Reino Unido para 'limpar a bagunça'

Reuters

18/11/2025

Placeholder - loading - Manifestante segura cartaz exigindo reparações em frente à Alta Comissão Britânica, em Kingston, Jamaica 22 de março de 2022 REUTERS/Gilbert Bellamy
Manifestante segura cartaz exigindo reparações em frente à Alta Comissão Britânica, em Kingston, Jamaica 22 de março de 2022 REUTERS/Gilbert Bellamy

Por Catarina Demony

LONDRES (Reuters) - Uma delegação da comissão de reparações da Comunidade do Caribe (Caricom), em visita a Londres pela primeira vez, pediu ao Reino Unido, nesta terça-feira, que ajude as nações caribenhas a 'limpar a bagunça' deixada pela escravidão, pelo colonialismo e seus impactos duradouros.

'Vocês precisam nos ajudar a limpar essa bagunça que criaram para que possamos seguir em frente juntos', disse o presidente da comissão, Hilary Beckles, em uma coletiva de imprensa, citando o analfabetismo e a pobreza extrema como questões que o Reino Unido poderia ajudar a resolver por meio de reparações.

Pelo menos 12,5 milhões de africanos foram sequestrados, transportados à força por navios europeus e vendidos como escravos entre os séculos 15 e 19. Favoráveis às reparações argumentam que é necessário agir para enfrentar os legados atuais, como o subdesenvolvimento econômico, a desigualdade social e a vulnerabilidade ambiental.

Beckles afirmou que a comissão estava no Reino Unido para pedir que o país seja um 'parceiro estratégico' no apoio ao Caribe para lidar com esses legados, enfatizando que não estava buscando ajuda.

As solicitações de reparações ganharam força em todo o mundo, especialmente entre a Caricom e a União Africana (UA).

A Caricom tem um plano de reparações que inclui pedidos de desculpas formais e completas, programas educacionais e culturais, cancelamento de dívidas e compensação monetária, enquanto a UA está desenvolvendo o seu próprio plano.

A reação contra as reparações também vem crescendo, e muitos líderes europeus se opuseram até mesmo a falar sobre elas, com o argumento de que os Estados e as instituições atuais não devem ser responsabilizados por erros históricos.

'Não há razão para que o Reino Unido esteja dividido em relação à justiça reparatória para o Caribe', disse Beckles, pedindo uma cúpula entre o Reino Unido e a Caricom para discutir o assunto. 'É uma resposta emocional baseada no racismo de alguns.'

A comissão, em visita ao Reino Unido entre 17 e 20 de novembro, deve se reunir com diplomatas da Caricom e da UA, além de parlamentares do Reino Unido.

Na coletiva de imprensa na Universidade de Londres, o embaixador de Barbados na Caricom, David Comissiong, disse que a comissão tinha como alvo não apenas o Reino Unido, mas todas as antigas potências coloniais europeias envolvidas na escravidão.

'Quem quer que esteja envolvido, esperamos que venha à mesa', disse Comissiong.

(Reportagem de Catarina Demony em Londres)

Reuters

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