Guedes indica Rubem Novaes para presidência do BB e Pedro Guimarães para Caixa
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Por Mateus Maia e Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Os economistas Rubem Novaes e Pedro Guimarães foram indicados para comandar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal [CEF.UL], respectivamente, no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, de acordo com nota divulgada nesta quinta-feira pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
A assessoria de Guedes não disse se Bolsonaro aceitou as indicações, porém o presidente eleito tem acatado as sugestões de Guedes para a área econômica.
O comunicado, divulgado pela assessoria do futuro ministro, informou ainda que o economista Carlos von Doellinger foi indicado por ele para presidir o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e aceitou o convite.
No início da tarde, tanto Novaes quanto Guimarães confirmaram a jornalistas que estavam conversando sobre os cargos com o futuro ministro da Economia, mas disseram não poderiam confirmar as indicações, o que deveria ser feito pelo ministro ou pelo presidente.
Rubens Novaes, professor da Fundação Getúlio Vargas, já foi diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e presidente do Sebrae. É PhD em economia pela Universidade de Chicago.
Em entrevista a jornalistas no começo da noite, Novaes disse que fará operações nos mercados de capitais com máxima transparência quando estiver à frente do banco.
'Aquela fase de privatização que você direcionava venda para determinados compradores, você montava aqueles consórcios, isso está ultrapassado, hoje a ideia é usar muito mais o mercado de capitais nas operações de privatizações, que não necessariamente serão a privatização total logo, você pode fazer isso em etapas', declarou.
'Fazer IPOs e vender partes e numa segunda etapa então partir para a privatização. Mas veja, eu ainda não sou presidente do Banco do Brasil, fica muito difícil sair falando do Banco do Brasil nesse momento.'
Sócio-diretor do Banco Brasil Plural, Pedro Guimarães, foi responsável pela montagem da gestora de produtos estruturados do Grupo Brasil Plural tendo como foco inicial a reestruturação de empresas e a venda via mercado de capitais. Ph.D. em Economia pela Universidade de Rochester, ele é considerado um especialista em privatizações -seu nome chegou a ser considerado para a secretaria que cuidará da área no futuro governo.
Procurado, o banco Brasil Plural não comentou a indicação.
'Ele tem uma ideia muito clara na cabeça: vender subsidiárias de empresas públicas destrava muito valor para seus acionistas', afirmou fonte que conhece o perfil e ideias que Pedro Guimarães defendia antes de ser indicado para a CEF.
'Certamente irá fazer um programa agressivo de desinvestimento na CEF, como vender áreas de seguros e cartões. Deve ter sido colocado lá justamente para fazer isso. Ele tem muitas ideias, e precisa de um time com muito foco para fazer as coisas andarem', acrescentou a fonte. 'Para a CEF poder fazer algum sentido, para dar alívio de capital e melhorar a gestão.'
No final de agosto, o atual presidente da Caixa, Nelson Antonio de Souza, afirmou à Reuters que o banco usará recursos de um acordo feito com a seguradora francesa CNP Assurances para fortalecer sua estrutura de capital e aumentar sua capacidade de oferta de crédito.
O acordo prevê que a CNP Assurances pagará 4,65 bilhões de reais para poder vender produtos das áreas de vida, prestamista e previdência até 2041 nas agências da Caixa Econômica Federal.
De janeiro a setembro, o lucro líquido somado de Banco do Brasil, Caixa e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) [BNDES.UL] cresceu 55 por cento em relação ao mesmo período de 2017, para 26,9 bilhões de reais. O resultado, em um ano eleitoral, foi obtido com uma combinação de redução de custos administrativos, aumento das receitas com tarifas e encolhimento do crédito.
(Com reportagem adicional de Paula Arend Laier, em São Paulo)
Escrito por Thomson Reuters
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