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Novas reuniões do G20 podem terminar sem comunicado conjunto, mas Brasil busca consenso, diz coordenadora

Placeholder - loading - Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20, em São Paulo 29/02/2024 REUTERS/Carla Carniel
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20, em São Paulo 29/02/2024 REUTERS/Carla Carniel

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Por Bernardo Caram e Marcela Ayres

SÃO PAULO (Reuters) - A presidência brasileira do G20 está tranquila com a possibilidade de uma eventual persistência de debates geopolíticos entre países inviabilizar a elaboração de comunicados conjuntos nas próximas reuniões da trilha financeira do G20, disse a coordenadora do grupo, Tatiana Rosito, para quem o Brasil poderá ter que produzir novos resumos à frente.

Diante de uma profunda divisão entre países sobre como tratar as guerras na Ucrânia e em Gaza, o que inviabilizou um comunicado conjunto na reunião de autoridades financeiras nesta semana, Rosito disse em entrevista à Reuters nesta sexta-feira que o Brasil seguirá buscando consensos, mas enfatizou que o debate geopolítico precisa ser tratado pela trilha diplomática do G20.

“Nós estamos tranquilos quanto a isso”, disse. “Se não for possível ter uma linguagem que acomode a todos, é possível que a gente chegue novamente a outros resumos da presidência, mas nós vamos sempre trabalhar pelo consenso.”

Segundo Rosito, o documento apresentado pela presidência brasileira teve 99% de consenso dos membros, inclusive em tópicos como fragmentação econômica e volatilidade do preço de commodities, que muitas vezes estão relacionados a algum conflito.

O Brasil buscou negociar um comunicado conjunto enxuto, que evitasse tocar diretamente em temas considerados espinhosos, como as guerras. A tentativa fracassou porque o G7, grupo dos países ocidentais mais industrializados mais o Japão, defendeu a ideia de se referir à guerra 'contra' a Ucrânia, enquanto a Rússia queria descrevê-la como a guerra 'na' Ucrânia.

“A única coisa que não foi consensuada é a forma de explicitar a discussão geopolítica. Nós entendemos que as questões geopolíticas devem continuar a ser discutidas em outros fóruns, no próprio G20 e outras reuniões, claro, na trilha de sherpas”, disse.

Sem acordo sobre a construção de um texto que abordasse conflitos geopolíticos, coube ao Brasil a tarefa de elaborar um resumo da reunião financeira desta semana.

AGENDA FINANCEIRA

Para a próxima reunião da trilha financeira do G20, que ocorrerá às margens das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, Rosito afirmou que as prioridades serão reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs) e financiamento do desenvolvimento climático.

Os temas guardam estreita conexão com o apelo do Brasil sobre a necessidade de canalização de recursos maciços para os países, especialmente os mais pobres, lidarem com desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Neste contexto, a presidência brasileira do G20 está planejando realizar um evento lateral que trate da atuação das agências de rating na avaliação dos bancos multilaterais de desenvolvimento, para que possam considerar aspectos que são mais específicos dessas instituições. A discussão se dá em meio a uma pressão dos países para que os bancos de desenvolvimento consigam ampliar a alavancagem de recursos de forma a aumentar a capacidade de financiamento.

Rosito afirmou que hoje há diferentes interpretações quanto à possibilidade de o capital exigível dos MDBs poder ser também considerado para efeitos de rating, já que em última instância esse montante é garantido pelos Tesouros dos países membros.

O capital exigível é o montante que cada país-membro teria que aportar caso fosse chamado a isso, e compõe a maior parte do capital total dos MDBs, em contraposição ao capital realizado, que corresponde ao valor que foi efetivamente pago pelos países.

A secretária destacou que os brasileiros Ilan Goldfajn, que é presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e a ex-presidente Dilma Rousseff, que comanda o New Development Bank (NDB), conhecido como o banco dos BRICS, estão trabalhando em estreita colaboração com o governo, com Dilma coordenando discussões sobre como os MDBs poderiam avançar na mobilização de recursos.

'A gente vê isso como algo muito positivo,' afirmou Rosito.

Ela destacou que, em relação aos Fundos Climáticos, a ideia é encerrar a presidência brasileira do G20 com um novo arcabouço de governança delineado para que a liberação de recursos por esses instrumentos seja mais eficiente e ágil.

Escrito por Reuters

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