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'O que resta para bombardear?', plano de Israel de expandir campanha assusta habitantes de Gaza

Placeholder - loading - Homens palestinos caminham perto de escombros de casas destruídas durante ofensiva de Israel em Rafah, no sul da Faixa de Gaza 13/03/2025 REUTERS/Hatem Khaled
Homens palestinos caminham perto de escombros de casas destruídas durante ofensiva de Israel em Rafah, no sul da Faixa de Gaza 13/03/2025 REUTERS/Hatem Khaled

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Por Nidal al-Mughrabi

CAIRO (Reuters) - O plano de Israel de expandir sua ofensiva em Gaza, deslocar pessoas dentro do enclave e assumir o controle da distribuição de assistência deixou horrorizados os habitantes de Gaza, que já sofreram vários deslocamentos e escassez de alimentos nos 19 meses de conflito.

Israel tem bloqueado a entrada de toda a assistência em Gaza desde 2 de março, quando um cessar-fogo de dois meses com o Hamas, que havia melhorado o acesso dos habitantes de Gaza a alimentos e remédios e permitido que muitos deles voltassem para casa, foi interrompido.

Para Aya, de 30 anos, moradora da Cidade de Gaza, que voltou para casa com a família durante o cessar-fogo depois de meses na parte sul da faixa, o anúncio de Israel na segunda-feira aumentou o medo de ser morta ou deslocada indefinidamente.

'Será que vamos morrer desta vez?', disse ela em uma mensagem em um aplicativo de bate-papo.

'Eles vão nos deslocar novamente? Vamos acabar em Rafah, e essa será a última vez, ou eles vão nos forçar a sair de Gaza depois de Rafah?', disse ela, referindo-se à área no sul de Gaza, próxima à fronteira com o Egito.

Ao comparecer a um funeral na segunda-feira para várias pessoas mortas em um ataque aéreo israelense a um prédio na Cidade de Gaza, Mohammed al-Seikaly disse que a situação era tão terrível que era difícil compreender os planos de Israel de intensificar seu ataque.

'Não há mais nada na Faixa de Gaza que não tenha sido atingido por mísseis e barris de explosivos, e ainda há ameaças de expandir a operação', disse ele.

'Estou perguntando na frente do mundo inteiro, o que resta para bombardear?'

Na terça-feira, ataques militares israelenses mataram pelo menos 13 palestinos em toda a Faixa de Gaza, disseram autoridades de saúde locais.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a operação militar ampliada seria 'intensiva' e envolveria a manutenção de territórios tomados e a transferência de palestinos 'para sua própria segurança'.

ESCASSEZ DE ALIMENTOS

Uma autoridade israelense disse que o plano envolverá o deslocamento da população civil para o sul e o controle da distribuição de ajuda para evitar que os alimentos caiam nas mãos do Hamas. O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários rejeitou o plano na terça-feira, considerando-o 'o oposto do que é necessário'.

Tamer, um homem de Khan Younis, na metade sul da Faixa, disse temer que Israel possa impor seu próprio sistema de triagem para decidir quem receberá os alimentos.

'Eles prenderão pessoas e matarão outras antes de permitir que o restante entre nas áreas designadas?', disse ele.

Os 2,3 milhões de habitantes de Gaza estão lutando contra a escassez de alimentos, com muitos comendo apenas uma vez por dia. Em 25 de abril, o Programa Mundial de Alimentos informou que os estoques de alimentos na faixa haviam se esgotado.

Muitas vezes não é possível encontrar farinha, mas quando há um raro saco disponível, ele pode custar até US$500, em comparação com 25 shekels (US$7) antes da guerra, disse Aya.

'Eles estão nos matando de fome para que possamos concordar com qualquer coisa. Queremos o fim da guerra. Que eles levem seus prisioneiros (reféns israelenses) e acabem com a guerra. Chega', acrescentou ela.

Alguns moradores têm se alimentado de ervas ou folhas, enquanto os pescadores têm se dedicado à captura de tartarugas marinhas e à venda de sua carne.

As autoridades israelenses disseram que ainda há alimentos suficientes em Gaza, embora o chefe das forças armadas de Israel tenha alertado a liderança política de que suprimentos precisam ser liberados em breve, informou a emissora pública Kan.

O Hamas, o grupo militante islâmico que governa Gaza desde 2007, acusa Israel de 'usar alimentos como arma em sua guerra contra o povo de Gaza'.

A guerra foi desencadeada por ataques do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, nos quais 1.200 pessoas foram mortas e 251 foram feitas reféns, de acordo com os registros de Israel.

Desde então, a campanha de Israel em Gaza já matou mais de 52.000 palestinos, a maioria civis, de acordo com as autoridades de saúde locais administradas pelo Hamas, e reduziu grande parte de Gaza a ruínas.

Escrito por Reuters

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