OMS nega estar 'centrada na China' após comentário de Trump
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Por Emma Farge
GENEBRA (Reuters) - Autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) negaram nesta quarta-feira que o órgão seja 'centrado na China' e disseram que a fase aguda de uma pandemia não era a hora de cortar financiamentos, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarar que suspenderia as contribuições do país.
Os EUA são o principal contribuidor da OMS, que Trump julga ter emitido más recomendações sobre o surto do novo coronavírus.
Em 2019, as contribuições do país para a OMS ultrapassaram 400 milhões de dólares, quase o dobro da segunda maior doação dos outros Estados membros. A China, por outro lado, contribuiu com 44 milhões de dólares.
'Ainda estamos na fase aguda de uma pandemia, então agora não é hora de reduzir o financiamento', disse o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, em um coletiva de imprensa virtual em resposta a uma pergunta sobre os comentários de Trump.
Bruce Aylward, consultor sênior do diretor-geral da OMS, também defendeu a relação da agência com a China, dizendo que o trabalho com as autoridades de Pequim era importante para entender o surto, que começou em Wuhan.
'Foi absolutamente fundamental, no início deste surto, ter acesso total a tudo o que era possível, entrar em campo e trabalhar com os chineses para entender isso', disse ele a repórteres.
'Isso foi o que fizemos com todos os outros países afetados, como a Espanha, e não teve nada a ver com a China especificamente.'
Aylward também defendeu as recomendações da OMS para manter as fronteiras abertas, apontando que a China trabalhou duro para identificar e detectar casos precoces e seus contatos, além de garantir que essas pessoas não viajassem para conter o surto.
Na Europa, Kluge descreveu o surto de novo coronavírus no continente como 'muito preocupante' e pediu que os governos 'avaliem com muito cuidado' antes de relaxar as medidas para conter a propagação do vírus.
'Um aumento dramático de casos no outro lado do Atlântico distorce o que permanece um quadro muito preocupante na Europa', disse ele. 'Ainda temos um longo caminho a percorrer na maratona.'
(Reportagem adicional de Stephanie Nebehay)
((Tradução Redação Rio de Janeiro, +5521 2223 7141)) REUTERS DM ES
Escrito por Reuters
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