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Podcast Lado Pessoal - Andrea Mansano - CEO da Emeritus

Com Millena Machado

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Podcast Lado Pessoal. Podcast semanal com Millena Machado. Crédito da imagem: Antena 1

Publicada em  

PODCAST Nº 11 – Agosto/2022 (2ª temporada)

Legendas:

MM: = Millena Machado (Apresentadora do podcast, Lado Pessoal).

AM = Andrea Mansano (Entrevistada)

Está no ar... Lado Pessoal, com Millena Machado, o Podcast de entrevistas da Rádio Antena 1! Vinheta da Antena 1.

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Música de introdução deste Podcast: Sweet Child O’Mine – Banda: Guns N’Roses

[0:00:52] – MM: Olá!!! Está no ar a segunda temporada do podcast Lado Pessoal, Rádio Antena 1! Eu sou Millena Machado, e a minha convidada de hoje é muito admirada pelo mercado corporativo, e também muito querida entre as mulheres executivas... Olha, ela é um exemplo profissional, viu! E também uma inspiração pessoal, você vai ver! Eu recebo hoje, com muito carinho, a CEO para a Emeritus para a América Latina, Andrea Mansano, mais conhecida como Déa... Déa, seja muito bem-vinda! E que alegria te receber aqui...

[0:01:23] – AM: Obrigada Mi !... Pra mim também é uma alegria, uma alegria participar desse podcast, é uma alegria te reencontrar, muita saudade...

[0:01:31] – MM: Verdade... Saudade também! Faz tempo que a gente não se encontra pessoalmente; aliás, a gente se conectou por causa do E.V.A., que é um grupo de mulheres que você fundou e cuida mulheres executivas, já já a gente vai falar sobre isso. Aqui a gente tem uma tradição no nosso podcast que é começar com uma música, e eu amei essa música que você sugeriu pra gente iniciar aqui, Sweet Child O’Mine – da banda americana Guns N’Roses, né? E eu queria que você comentasse com a gente o quê que ela revela sobre o seu lado pessoal? Porque a gente começa com ela, hoje, esse nosso bate papo?

[0:02:02] – AM: É, na realidade essa música tem um significado importante, é... Quando a minha filha nasceu, eu estava no centro cirúrgico, e no momento que ela ia nascer estava tocando uma música, era duas horas da madrugada, e estava tocando determinado estilo de música que eu não gostava, não vou falar qual é, mas eu falei: “— gente, pelo amor de Deus! Tira isso e coloca numa rádio com outro estilo de música, especialmente o rock”. E.... eles mudaram, e no momento que ela nasceu estava tocando Sweet Child O’Mine, e no vídeo, é.... do parto, aparece ela nascendo com a música tocando e eu cantando essa música; então...e essa é uma música que a gente canta no repertório da The Cporporate que é uma música que eu canto. Então, todas as vezes que eu canto essa música me emociona muito porque me remete àquele momento; então é uma música muito importante; e a letra também, ela é muito importante, muito conectada.

[0:03:07] – MM: Verdade... A letra é linda! Fala que a pessoa tem impressão de que aquele sorriso é pra ela.... quando... rola um olho no olho entre as duas pessoas, e aí, no caso, a sua filha né, te leva pra um lugar mais seguro, um lugar de paz, um lugar sublime.... O que é a maternidade pra você?

[0:03:25] – AM: Nossa... Maternidade pra mim é a minha responsabilidade mais importante, é..... eu sou super conectada com a Mel, embora ela não more no Brasil há muito tempo, ela mora fora há mais de 6 anos, e.... a gente se fala o dia todo, a gente sabe tudo uma da outra, a gente tem uma conexão incrível desde sempre, uma relação muito, muito verdadeira, eu sempre fui muito verdadeira com a mel, a gente nunca teve... é..... assim, aquelas coisas de segredinho, isso não pode, isso não pode; de certa forma eu joguei uma responsabilidade pra ela, e nunca teve assim: ”— isso você não pode”; então eu sempre falei: “— você pode tudo, mas a gente tem que pensar no que você pode, porque a responsabilidade é sua, e você vai ter que sofrer ou você vai ser feliz com as suas decisões”. Então, a gente sempre conversou sobre as decisões dela desde muito pequenininha, e.... Então, a maternidade, pra mim, é... realmente, assim, é a coisa mais importante, a Mel é a coisa mais importante da minha vida.

[0:04:33] – MM: Ahh... que linda! A Mel mora na Dinamarca, não é isso?

[0:04:37] – AM: Na Dinamarca... há 3 anos!

[0:04:40] – MM: O quê que ela foi fazer lá? Foi trabalhar?

[0:04:42] – AM: É, a Mel trabalha na Merk e... ela está desenhando uma carreira linda lá, é... morou antes em Tóquio...

[0:04:52] – MM: Olha!

[0:04:52] – AM: E... É, ela não tem intenção de voltar, de lá ela vai voar pra outros lugares...rsrs...

[0:04:58] – MM: Rsrsrs... Que legal! Olha, sem querer ou querendo, talvez isso até faça parte do DNA, ela tem um traço forte que é muito parecido com o seu né, dessa coisa de ser cidadã do mundo, de morar em vários lugares, de não criar raízes tão profundas, assim né, seja com o aspecto cultural ou até com a família; ela está solta aí né? Que bacana isso! Como é que é? Conta pra gente ser cidadã do mundo, no seu caso, você morou na Alemanha, morou nos Estados Unidos, não é verdade? Morou onde mais aqui?

[0:05:28] – AM: Morei na Espanha...

[0:05:33] – MM: Na Espanha... Ah... essa Espanha eu quero saber... [risos].

[0:05:35] – AM: E trabalho há muitos anos na América Latina né, então, a minha rotina... quer dizer, a minha rotina é não ter rotina; o que é...pra mim tá muito, muito pesada, mas eu adoro. É... Então, essa coisa de viajar sempre, estar sempre no aeroporto, sempre fazendo mala, é uma coisa que eu gosto muito, e eu gosto muito da diversidade, a diversidade cultural, a oportunidade de conhecer novas pessoas, de ver e sentir coisas novas; é... mesmo antes de se falar em diversidade, instintivamente, eu sempre achava assim: “— poxa, que ideia legal que aquele cara daquele país tem, e que eu preciso encaixar na minha vida”, né. Aliás, eu sempre falo que eu sou uma pessoa que eu não... é... eu sou uma mistura de tudo aquilo que eu.. eu vejo e capturo das pessoas que eu admiro; então, se eu vejo uma coisa hoje de uma pessoa que eu gostei muito, eu vou assumir pra mim, então eu já falo: “— gente, gostei disso em você, tá, tô assumindo pra mim, então se você vê que eu tô fazendo isso, tô copiando de você, ok, tá valendo”; e vou assimilando. Então, essa não rotina né, que faz parte da minha vida, é uma coisa que eu gosto. E, realmente, eu sou uma pessoa do mundo, isso começou desde muito pequenininha, a gente, na minha família o meu pai, por estudar fora, a gente sempre mudou muito, é... eu não tenho amigos de infância, e isso é uma coisa que não me dói, eu vejo histórias lindas de gente falar que “— ah, eu tenho a vida inteira de amizades com...”; eu não tenho isso, né, mas eu tenho memórias lindas, histórias lindas desde a minha infância, de lugares que eu vivi, de situações que eu vivi, de sabores, de cores, de cheiros, e isso pra mim é uma memória muito importante. Então, pra mim, ir sempre pra lugares novos e ver coisas novas, é uma coisa que eu amo, e foi uma coisa que eu fui passando pra Mel, né, então desde pequenininha a Mel ia comigo, carregava ela até nas viagens de trabalho, era férias, ela falava assim; “— mamãe, poxa, férias de julho”, e eu falava: “— filha, não tenho férias, você quer ir comigo pra Colômbia, tô indo trabalhar”; “— eu vou”. Então ela ia, passava o dia no hotel, eu falava: “— fica aí”, né, e ela circulava no hotel, conhecia gente, e ia aprendendo espanhol sozinha. Então, eu também nunca estudei nenhum idioma, eu aprendi dessa maneira. De certa forma, a Mel foi na mesma onda. Então, eu nunca quis influenciar minha filha pra seguir a minha carreira, eu até achava que ela ia fazer outra coisa, mas, ela foi, ela foi nessa mesma onda, e ela fala que eu sou um grande exemplo pra ela, o que me enche de orgulho. É muita responsabilidade né, Mi?

[0:08:44] – MM: Nossa, com certeza! Falei pra você, né, ouvinte, que o papo ia ser, realmente, inspirador, motivacional, muito curioso também, a gente vai falar de tanta coisa aqui, no comecinho você até contou pra gente sobre o momento do... do seu parto né, que você cantou a música e tudo, citou a The Corporates, que é a banda que você é vocalista, já já vou falar disso também. Mas, é muito interessante tudo isso que você tá falando nesse momento sobre essa questão da história do seu passado, de onde você se apoia, como você se constrói. Você falou que o seu pai estudava fora, qual é a sua ascendência pra eu entender, assim, esse seu movimento dinâmico, assim, de...?

[0:09:25] – AM: Ó, é... a minha família é um mix, como quase todos os brasileiros né, é.... eu nasci no sul do Brasil de uma família que do lado do meu pai tem leto e russo judeu, do lado da minha mãe tem portugueses e italianos, e eu nasci em Joinville – SC. Então eu sou uma mescla né, rsrs... e ... eu acho que é uma mescla que deu certo, porque essa influência do sul do Brasil, essa influência europeia, né, e, desde que eu perdi os meus pais eu fui adotada por uma família de brasileiros, que é uma família de negros, então, os meus pais adotivos, a minha família adotiva é uma família de negros, então, por isso que eu falo que a diversidade, ela faz muito parte da minha vida. Então, pra mim, esse negócio de cor não existe, e quando eu vejo que isso acontece realmente dói na minha alma, porque eu não tenho isso, eu não sinto e vejo isso, mas, óbvio que existe.

[0:10:37] – MM: Agora, Déa, calma! Fiquei bastante tocada aqui, como assim perdeu seus pais? Essa parte aí da sua história de vida eu não conhecia.

[0:10:42] – AM: É... Eu perdi os meus pais, eles faleceram né, eu tinha... assim, há muito tempo uma relação muito linda com amigos muito próximos, e numa conversa de muita, muita saudade de minha mãe, e até hoje eu sinto muita saudade de minha mãe de... de sangue, é... a minha mãe era uma pessoa que ela me dava uma força espiritual muito grande, né, e eu falo que até hoje as orações da minha mãe me acompanham muito né, e um dia conversando com essa amiga, que é a Beth, eu estava chorando muito nela, e falei: “—Beth, eu sinto muita, muita saudade da minha mãe”, e a Beth tem uma idade muito próxima da minha mãe, ela falou assim: “— então vem ser minha filha”; e na hora, na hora eu acatei isso pra mim; então eu sou filha de Beth e Chico.

[0:11:40] – MM: Quantos anos você tinha quando seus pais faleceram? Eles faleceram juntos, é isso?

[0:12:43] – MM: Sim, sim, imagino, já imagino! Voltando a falar sobre... é... essa sua habilidade né, em viver em diferentes partes do mundo, você morou a trabalho e estudando nos Estados Unidos, morou também na Alemanha a trabalho, e tem uma passagem da sua vida que achei bastante interessante, por isso eu falei que queria saber, que é desse momento que você viveu na Espanha. Era um ano sabático, e aí você resolveu passar um ano em duas rodas... rs... rodando pela Espanha em uma moto. O que você foi fazer lá? O que você procurava nesse sabático? Por acaso você deu carona pra algum amor? [risos]

[0:13:23] – AM: Na verdade, Mi, é assim, a verdadeira história, que hoje eu conto né, hoje eu conto, na época a gente não podia contar; eu sou de uma geração de mulheres que a gente tinha que interpretar um papel que não era o real. Então, muitas vezes eu achava que eu tinha que me comportar como homem, vivi somente no mundo corporativo, pra ser respeitada. Eu sou de uma geração que sofreu muito preconceito, e isso existia mesmo, demorei muito tempo pra ter uma posição importante no mundo corporativo, e essa situação aconteceu eu tinha 24 anos, eu me apaixonei por um espanhol e nós fomos de férias pra Espanha, sério, eram 3 semanas, e essas férias de 3 semanas se transformaram numas férias de um ano em cima de uma moto, onde a gente passeou a Espanha toda em cima de uma moto, com uma mochila nas costas. É... Quando eu voltei eu precisava contar uma história, né, um ano sem trabalhar? E na época estava começando esse negócio de sabático, sabe? É... E era super cool falar sabático, eu falei; “— gente, vou falar que eu fiquei de sabático 1 ano, porque, eu não vou falar que eu fiquei namorando, 1 ano, em cima de uma moto” [Risos]. Então coloquei lá: “sabático”. Hoje, óbvio, isso nem aparece no meu currículo, mas faz parte da minha história. Gente, valeu muito a pena... valeu muito a pena; faria de novo.

[0:15:03] – MM: Rsrsrsrs... Têm planos pra fazer de novo?

[0:15:08] – AM: Olha, nesse momento não, mas se aparecer um espanhol, vamos lá! Rsrsrs...

[0:15:55] – AM: É... Na realidade eu entrei na universidade muito nova, eu tinha 17 anos, eu não sabia o que eu queria, então eu pensei assim: “— bom, eu vou fazer economia, que é um curso bem abrangente, e eu acho que dá pra fazer uma série de coisas depois, e aí eu decido”. E as coisas foram acontecendo. O meu primeiro emprego, vamos chamar assim, foi no meu primeiro ano de faculdade. É.... eu sempre trabalhei e estudei, eu trabalhava durante o dia, e estudava à noite, foi na Johnson & Johnson, naquela época a gente fazia ficha, e eu cheguei na Johnson & Johnson e falei com um cara sensacional, que eu tenho o nome dele na minha memória até hoje, João Novello, e falei: “— senhor João Novello, eu gostaria muito de trabalhar aqui, meu sonho é trabalhar na Johnson”; e ele falou: “— olha, menina, você não vai querer trabalhar aqui porque a posição que eu tenho pra você hoje, é uma posição que você não quer, você está no começo da sua carreira”; eu falei: “— não, é meu sonho... meu sonho é traduzir norma” [risos], assim, Mi, meu sonho... Não, meu sonho, na realidade, era começar alguma coisa, e óbvio que meu sonho não era traduzir norma, nunca foi. Eu sou inquieta demais pra ficar sentada traduzindo. E daí foi, as coisas aconteceram, e eu fui pro mundo de TI, né, mas eu sou uma pessoa de relacionamento, eu sou uma pessoa de vendas, eu sou uma pessoa de mercado, é... e as coisas foram surgindo pra evoluir. Então, a coisa do mundo corporativo, ela aconteceu pra mim naturalmente. Eu sou muito atrevida, Mi, eu sou muito atrevida; então, desde aquela época que não podia ser, eu sempre fui muito atrevida, tive vários rótulos por ser atrevida numa época que não podia, né, e isso até hoje, eu sou muito atrevida.

[0:17:42] – MM: E aí, quantos anos você tinha e como é que foi quando você sentou na cadeira mais importante de uma empresa né, quando você conquistou o cargo de executiva líder, seja gerente geral, diretora geral, presidente, como foi, onde foi? O que você sentiu, quantos anos você tinha?

[0:18:00] – AM: É, essa também é uma história que eu gosto muito de contar porque eu acho muito importante. Eu demorei 20 anos pra ter a primeira posição de gerente na minha carreira. E isso aconteceu na SAP, então eu entrei na SAP em 1997, entrei como consultora, e fiquei na SAP por 12 anos; eu tive 7 promoções em 12 anos, e sai como diretora América Latina. Então, eu devo muito da minha carreira a um cara que me impulsionou, um cara que mostrou pra mim que lugar de mulher é onde ela quer, que é o Antunes, é uma pessoa que eu admiro e que se tornou um grande amigo, e que me deu pista pra eu crescer e pra eu fazer o que eu quisesse, e é um cara que, pra mim, foi um exemplo; então, eu olhava pro Antunes e falava assim: “— eu quero ser como esse cara, eu quero”... Era um cara que que me inspirava e me inspira muito até hoje, e eu saí como Diretora América Latina, e dali, em seguida, eu assumi uma outra empresa porque eu queria ser CEO. Então, é... Nunca havia sido CEO, mas eu queria ser CEO. E de lá pra cá... é..... Emeritus é a 4ª empresa que eu sou CEO. Então, eu acredito muito, assim, que quando você é determinado, se você tem foco, e você quer, as coisas acontecem; óbvio que tem uma questão de oportunidade, mas eu acho que a determinação em você querer muito, sabe, e óbvio que você tem que ter um esforço, e eu tive esforço muito gigante na minha vida; eu estou no mercado há 40 anos, então não é brincadeira; então, 20 anos pra você conseguir uma posição de gerente. Hoje você vê, assim, a moçada chega no mercado e já gerente, né, hoje é muito mais fácil. Então, pra mim, realmente foi uma luta; então eu tenho muito orgulho do que que eu construí, do que eu sou hoje, graças a muito esforço também.

[0:20:09] – MM: Você tinha quantos anos quando assumiu como CEO pela primeira vez?

[0:20:12] – AM: Ah... Nossa! Agora eu tenho que fazer conta, Mi... [risos] Eu não tenho noção da idade que eu tenho cronológica, então eu tenho que parar pra, assim: “—pô, quantos anos que eu tenho?” Eu não tenho muita noção disso, porque, realmente, eu tenho muita energia né, pra você ter uma ideia que eu tenho tanta energia que eu durmo 4 horas por dia, eu não preciso de mais tempo de sono, então eu vou enchendo a minha agenda de coisas, eu tenho tantas, tantas atividades que as pessoas falam assim: “— gente, como é que você consegue ver tanta coisa?” Porque eu durmo pouco, eu não preciso dormir mais.

[0:20:54] – MM: Dá pra gente concluir, assim, que tudo é válido, mesmo a gente sofrendo pra aprender, se machucando, caindo? Você pensa assim na vida, que tudo é válido?

[0:21:03] – AM: Eu penso.

[0:21:04] – MM: É?

[0:21:04] – AM: Penso. Tudo é válido, os tombos são válidos, é.... o machucado é válido, é.... só não é válido você ficar apanhando sempre, porque aí é burrice, né, mas é válido, tudo é válido, pra mim tudo que eu vivi na minha vida vale muito, mesmo as experiências que me doeram; eu não tenho arrependimentos, talvez eu tenha algumas coisas que eu: “—puxa, eu poderia ter feito diferente? Poderia. Mas, ok, valeu”

[0:21:40] – MM: Como é que você cuida do seu network? Então, 4 horas de sono, te sobram 20 horas de dia produtivo né... Em que momento você encaixa o seu network?

[0:21:48] – AM: Todos os dias eu faço questão de conhecer uma pessoa nova; então, é... se eu não tive uma reunião, um contato com uma pessoa nova eu tenho que ir atrás de conhecer uma pessoa nova, principalmente pro E.V.A., né, o E.V.A., hoje, tem mais de 400 mulheres, ele nasceu com 8 mulheres num imenso Fórum no México e com a inquietude de ouvir que somente 6% das posições de c-level no mundo pertenciam às mulheres. Isso me deixou muito incomodada. E o objetivo principal é: que todas as empresas tenham, pelo menos, uma mulher no c-level, esse é o nosso principal objetivo. E a gente apoia as moças/meninas em começo de carreira. Então, hoje somos mais de 400, e o grupo vai aumentando comigo e por alguma indicação, né, eu sempre peço; “— me apresenta pra alguém”. É.... Então, isso, pra mim, é um motivador importante, networking é fundamental, networking é o que faz a tua vida girar, é que faz os seus negócios girar, você depende de networking, você depende do networking pra tudo. Então, sei lá, você tá precisando de alguma ideia ou alguma dica ou alguma... Procura no teu networking, sempre vai ter alguém que vai te dar aquilo que você tá precisando né, ou vai... “— ó, eu conheço, conheço a pessoa, conheço a empresa, conheço alguém...”. Netwoking é fundamental.

[0:23:25] – MM: Vamos voltar a falar da The Corporate, que é uma banda que você é vocalista né, e são 6 executivos, é isso, tocando lá com você, com você?

[0:23:35] – AM: Isso! Não, eu e mais 6.

[0:23:39] – MM: Você e mais 6, tá! Ó, a banda é grande né!

[0:23:42] – AM: É....

[0:23:42] – MM: Nunca vi vocês tocarem ainda, mas já ouvi muito falar. E aí vocês tocam em ocasiões sociais né, cobram cachês, e vocês revertem esses cachês pra entidades, pra projetos sociais também. Qual é o repertório de vocês? Qual foi a apresentação mais marcante que vocês fizeram?

[0:23:58] – AM: É... Nós estamos juntos desde 2018, e a banda foi formada a partir de bate papo; os amigos do mesmo networking do mundo corporativo, aí eu toco, eu canto; eu cheguei depois, a banda já estava formada, eu sou vocalista da banda, uma das vocalistas da banda, e são todos c-levels né, ninguém é profissional, não somos profissionais, e a gente só se apresenta com fins sociais. A nossa última apresentação foi segunda-feira agora, no Palácio Tangará, pra um público de 500 pessoas, num evento em prol da G-10 favelas, e foi sensacional, então à convite do G10 Favelas do Gilson Rodrigues, a gente fez uma apresentação de uma hora; a gente toca rock and roll, música nacional e internacional, é....

[0:25:05] – MM: Inclusive Guns, né, a nossa música de abertura, Sweet Child O’Mine....rsrs...

[0:25:07] – AM: Incluindo Guns, incluindo o Guns... E é isso, a gente sempre, sempre focado numa... em apoiar uma causa social. Então, não somente em eventos, a gente acredita em eventos, em... a gente se apresentou no Blue Note, por exemplo, né, é fechado, então, tudo que foi arrecadado, também, foi pra um projeto social; mas, também, nós somos contratados por empresas para eventos das empresas. Então as empresas também nos pagam e a gente reverte o nosso cachê pra projetos sociais. Então, empresas, nos contratem, por favor!

[0:25:52] – MM: E você também é investidora de start-up, né, também é mantenedora de um projeto social “Pequenos Músicos da Liberdade”, que tem relação com o seu hobby aí que é cantar na banda, também é mentora de uma CEO, mentora de uma estudante universitária, você é conselheira de uma ONG que é a “Vocação”, que aí o grande objetivo de despertar o potencial das pessoas e fortalecer as comunidades, você, realmente tem muitas funções além da função que te sustenta e te realiza profissionalmente que é o cargo de CEO da Emeritus. Me conta uma coisa, sendo tão realizadora assim, tão dinâmica, ainda tem algum sonho pra você realizar? Quando vai ser o dia mais feliz da sua vida?

[0:26:29] – AM: Vários....

[0:26:30] – MM: É? Vários? Rsrs...

[0:26:32] 0 AM: Vários! Eu tenho... Eu acho que eu tenho, eu tenho tantos sonhos, eu tenho tanta coisa, todo dia eu desperto com uma ideia nova e, aliás, quem trabalha comigo fica doido, porque eu acordo com uma ideia nova todo dia. E, se aparece um problema pra resolver, é.... eu não me apavoro, né, óbvio que a gente fica com inquietude e tem os hits, mas eu sempre penso assim: “pra todo problema tem uma solução, todo problema tem uma solução”. Então, é.... Eu acordo todo dia com ideias, e na realidade até o meu pouco, as minhas poucas horas de sono né, eu sempre dormi com um bloquinho e uma caneta do lado da cama.

[0:27:17] – MM: Ahh... Não acredito! [ risos] . Até dormindo tá trabalhando...rsrs...

[0:27:21] – AM: É... Uma amiga me ensinou, uma amiga me ensinou um negócio sensacional! É.... Eu sonho muito, então, eu acordava e falava assim pra ela: “— sonhei com tal coisa, e o que significa isso? Será que sonho tem que ter um significado?” Ela falava assim: “— então pensa em como que você continuaria aquele sonho, como seria o final daquilo?” Né? Então eu acordo e fico pensando: “poxa”... Outro dia eu sonhei que tinha uma árvore no meio da minha sala.

[0:27:53] – MM: Olha!

[0:27:53] – AM: E aí eu acordei pensando; “→o que eu vou fazer com essa árvore? O que significa essa árvore no meio da minha sala?”. E eu fico pensando nessas coisas. Então, eu acordo e, às vezes, no sonho, eu encontro soluções pra algumas coisas, e isso começou quando [....?] de tecnologia, é.... quando eu tinha que... que trabalhar com sistema e fazer desenvolvimento de software e, às vezes, eu fica, assim, dias procurando uma solução e, no sonho, acredite, no sonho eu encontrava um caminho e eu acordava e escrevia, falava assim: “tenho que atrás disso hoje que eu acho que vai funcionar”. Então, eu tenho meu bloquinho, eu anoto e, às vezes eu acordo e encontro alguma relação com o que eu sonhei, com alguma situação que eu tô vivendo, e... então assim, relacionado com os sonhos, também, que estão por vir, tenho vários, e eu acho que o dia que a gente para de sonhar, a gente para de viver; então, sonhar é muito importante. Então eu sou feliz porque eu tenho muitos sonhos.

[0:28:56] – MM: Ah, que lindo, que lindo! Eu perguntei sobre isso pra tentar descobrir qual seria o dia mais feliz da sua vida no futuro né, que eu tenho certeza que você já viveu muitos dias muito felizes, porque a gente está encaminhando pro encerramento do nosso podcast e, no finalzinho, a gente diz pra vocês, nossos convidados, sugerirem uma música pra gente terminar com essa mensagem que vocês queiram passar, e eu sei que você escolheu a música Beautiful Day, da bando U2, e aí por isso aí que me surgiu essa ideia de te perguntar qual que seria, né, o próximo, o dia mais feliz da sua vida. Pra quem você quer oferecer essa música e por quê?

[0:29:30] – AM: Gente, Beautiful Day é uma música maravilhosa! E se a gente pensar, assim, que todo dia é um Beautiful day, é uma oportunidade.... uma oportunidade não é, assim, só pra gente, sabe, mas é uma oportunidade pra você, também, fazer alguma coisa pelo outro, e a gente fala tanto de empatia, né, realmente demonstrar empatia, às vezes a gente vê tanto situações de ódio, situações de uma pessoa que às vezes até nos trata mal, mas cada um dá o que tem. Eu não retribuo o mal com o mal, eu tenho que pensar assim, eu vou dar o que eu tenho de melhor, porque é o que eu tenho, eu não tenho mal pra dar, eu tenho o bem pra dar. Então, Beautiful Day é exatamente isso né, poxa, vamos ver o dia como uma oportunidade, de fazer esse dia um dia feliz, de pensar de uma maneira mais leve; poxa, todo mundo tem responsabilidade, todo mundo tem conta pra pagar, todo mundo tem uma série de coisas, a gente vive num mundo que não é um mundo real, absolutamente, mas é... poxa, vamos tentar construir um futuro, sabe, que seja um futuro mais digno, um futuro que valha a pena, e se cada um fizer um pouquinho, um pouquinho, sabe, se a gente pensar que nós que temos privilégio e que podemos né, se cada um que tem o privilégio quiser fazer um pouquinho né, a gente não teve tempo de falar dos meus projetos, mas eu tenho projetos pessoais que eu faço um pouquinho por algumas pessoas e eu acho que isso é super, super importante; então, se todo mundo que tenha essa oportunidade do privilégio fizer um pouquinho, a gente consegue sim mudar o mundo, a gente consegue. Eu sou uma sonhadora nesse sentido, e eu sou uma grande sonhadora pensando na educação, porque eu acho que a educação é o fator principal, a gente tem que lutar pela educação, principalmente no nosso país; a educação vai ser o gatilho importante pra mudar nossa realidade.

[0:31:39] – Muito bem! Andrea, eu amei ter você aqui. É sempre um aprendizado, uma inspiração, é algo que fortalece a gente; você é muito generosa quando você conversa pessoalmente, profissionalmente, também, expõe muito de você, troca muita experiência, compartilha muito do que você já aprendeu e já viveu, você é um exemplo, viu, gosto muito de você, te admiro muito, e que sorte a nossa, nós mulheres brasileiras temos você aí trilhando, abrindo caminhos e cuidando dessa estrada por onde nós mulheres podemos, se quisermos, passar. Então, parabéns a você pela sua trajetória, um beijo gigante em você, te desejo muita saúde, muita força, muitas oportunidades, ainda mais sonhos pra você realizar, e eu quero poder testemunhar todos....rsrsrs

[0:32:29] – Muiito obrigada, Mi, eu também desejo pra todas nós, principalmente pra nós mulheres, eu tenho que puxar pro nosso lado, que a gente tenha muitas oportunidades, e tudo que você desejou pra mim eu desejo pra todas nós, tá! Foi um prazer gigante falar com você. Um beijo!

[0:32:46] – MM: Um beijo.... O prazer foi todo nosso! Gente...Faleri pra vocês, que podcast maravilhoso! Não é? Pois é! Esse foi o podcast com o lado pessoal de Andrea Mansano, CEO da Emeritus para América Latina; e vai ficar disponível pra você escutar quantas vezes você quiser e encaminhar também, você já sabe, né? Então aproveite, compartilhe muito, aliás, compartilhe à vontade. A primeira temporada segue disponível também nas plataformas de áudio da Radio Antena 1, no site da Rádio Antena 1 pra você curtir e também acessar à vontade! Então faça isso, hein! Olha, a gente se encontra no próximo podcast. Tá curioso pra saber quem é que vem conversar aqui com a gente, compartilhar a experiência? Não te conto não.... É surpresa! Até lá.... Tchau!

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