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Podcast Lado Pessoal - Hugo Rodrigues - Executive Chairman WMCCANN

Com Millena Machado

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Podcast Lado Pessoal. Podcast semanal com Millena Machado. Crédito da imagem: Antena 1

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Apresentado pela Millena Machado, Lado Pessoal vai te levar até o universo particular dos CEOs. Com um formato descontraído, você vai conhecer aspectos da vida pessoal, decisões impactantes, mudanças de localidade, e, ainda, qual música inspirou os momentos importantes na vida de cada um dos CEOs.

Transcrito:

Legendas:

MM: = Millena Machado (Apresentadora do podcast, Lado Pessoal).

HR = Hugo Rodrigues (Entrevistada)

Está no ar... Lado Pessoal, com Millena Machado, o podcast de entrevistas da Rádio Antena 1! Vinheta da Antena 1.

[0:00:19] – MM: Olá!!! Sejam todos muito bem-vindos.... bem-vindas! Está no ar, Lado Pessoal, o podcast da Rádio Antena 1, que bate um papo sincero e descontraído com os executivos mais admirados do Brasil. Eu sou Millena Machado, e hoje, revelando o seu lado pessoal pra gente, o Executive Chairman da WMcCann Brasil, Hugo Rodrigues. Hugo... seja muito bem-vindo! E parabéns pela sua promoção, hein!

[0:00:46] – HR: Rsrsrs... Oi Millena! Olá todos os ouvintes! Sabe, essa coisa de você... se perpetuar no mesmo lugar por muito tempo acaba atravancando a vida de muita gente. Então, não é... não é fácil, é até engraçado, a minha mãe, por exemplo, falou: “— não, mas como é que você vai deixar de ser presidente?” Eu falei: “— mãe, eu acredito que, hoje, com essas mudanças que nós temos aí, com essas manchas absurdas, a tecnologia, ter uma pessoa dentro da Companhia mais preparada pra levar a gente adiante”. Isso é um exercício duro, você tem frio na barriga de abrir uma posição de presidência, mesmo indo pra Chairman pra ser um.... um cargo que preside o Conselho, ainda assim você perde o poder da caneta. Então, espero que a gente possa bater um papo sobre isso aqui, mas... mas é como eu te disse, mais do que a promoção eu estou feliz em abrir espaço pra novos talentos.

[0:01:40] – MM: Hugo, quanta coisa você falou aqui, é muito rica, que eu tenho certeza que vai despertar muita reflexão nas pessoas, principalmente na hora de planejar a carreira. Quando um executivo vai pra Conselho, muitos deles pensam nessa questão da continuidade, como você está falando, de continuar contribuindo, e outros acabam mudando de segmento, né, vão contribuir em outras indústrias, em outros setores, de alguma forma assim. Mas, de toda forma, esse ponto que você colocou sobre saber a hora de sair, parece que pra tudo na vida essa questão temporal, o saber a hora de começar, terminar, de ficar, é a chave do grande sucesso e da realização, né?

[0:02:20] – HR: É, eu acredito que a gente luta diariamente contra um pecado que é tentador né, que é a vaidade. Nós somos seres humanos, eu acredito que teremos... que estaremos sempre em evolução, e é difícil você controlar a sua vaidade. O fato de você atingir algum sucesso, o fato de você ter uma posição privilegiada depois de muito suor, depois de muitos anos de trabalho, muitas vezes se peca, e acaba fazendo com que você lute por ficar ali. É.... Eu acredito que nós estamos, ainda, distante é... de um mundo, e aí eu falo do mundo mesmo, de além das fronteiras brasileiras, preparado pra criar sucessões, e pra dar espaço para que todos, pra que a gente tenha um... um... vou... vou resumir numa palavra, uma igualdade maior no mundo. É, a gente tem que lembrar que nós somos aí quase 8 bilhões aí de pessoas no mundo e não bem..., tem mais de 2 bilhões na pobreza, nós temos aí cerca de 3 a 4 bilhões de pessoas levando uma vida muito modesta. Então, existe um desequilíbrio social, cultural, muito grande ainda, nesses 2021 anos é... desse mundo. Então, eu acho que esse exercício diário de desafiar a vaidade... é... cabe a cada um de nós. Eu, com certeza, eu falho muito, vou falhar, ainda muitas vezes, mas me lembro o tempo todo disso. Então, é saber a hora de sair. Veja quantos casos, eu não vou citar nomes, mas, quantos casos nós temos nos esportes de pessoas que atingiram o auge e depois acabaram decidindo não largar o osso, permanecer ali, e acabaram...é... também, conhecendo um fracasso retumbante. Então, não é que isso seja uma regra, mas, às vezes, é.... é aquele caminho de querer permanecer no topo da pirâmide, em vez de você deixar, dar um espaço, e ir fazer outra coisa. Um exemplo do esporte que eu acho bacana, e aí é de um gênio, que não é o meu caso, eu sou uma pessoa muito mais disciplinada do que... do que com algum talento fora da caixa, eu sou muito mais disciplinado, muito mais regrado, mas aí, sim, falando de um gênio, Michael Jordan, quando ele deixou de jogar basquete depois de ter ganho tudo e foi jogar golfe... é, golfe não, é... baseball, foi jogar baseball. Ahnn... Então, veja, é muito... é muito diferente, é um outro tipo de... de esporte, que acabou não dando certo e ele acabou voltando pro... pro basquete. Mas eu acho que você experimentar, se aventurar depois que você atingiu algum tipo de....de... digamos assim, de vitória numa área, se aventurar em outra área, é até bacana, porque você vai ter que aprender e vai ter que se exercitar o tempo todo; acredito que é uma boa. No meu caso, eu ainda espero fazer isso, estou com 51 anos, ainda espero... experimentar novos mercados, mas, nesse momento, a cadeira de Executive Chairman....é... da WMcCann é o meu desafio.

[0:05:32] – MM: Eu sei que você participou dessa decisão, que foi uma coisa que já tocava em você antes né, esse desafio, essa transferência de poder. A gente fazendo aqui um.... também, você chamou pra exemplos da vida real, vamos dizer assim, pública, a gente tem o caso, também, a Rainha Elizabeth né, na Inglaterra, ela não ter cedido, não ter passado o poder, a gente nunca vai saber como seria, por exemplo, Charles como Rei, né, se ele contribuiria muito ou não, tanto quanto, como seria. Realmente, fica generoso de sua parte dar esse espaço, porque a gente cria oportunidades pra que todo mundo possa contribuir de alguma forma. Você tem isso mesmo né, no seu dia a dia, você acredita que todo mundo tem alguma coisa boa, bacana pra contribuir, você enxerga sempre o lado positivo?

[0:06:19] – HR: Ahhh... Millena, eu demorei muito pra... minha carreira demorou muito pra decolar; a primeira vez que eu entrei, até literalmente, pra decolar, porque a primeira vez que eu entrei num avião, que eu viajei de avião, foi aos 29 anos. Eu.... aos 17 eu comecei a trabalhar, é... trabalhei numa empresa de material de limpeza, em Santos, ficava ali atrás da cadeia né, hoje a cadeia está desativada, mas era no centro da cidade, e eu conheci, logo de cara, como era difícil vender, os clientes não interagiam com os produtos, não compravam, se compravam não voltavam, ou se voltavam compravam menos do que eu precisava pra manter a loja aberta; e, depois, eu tive uma fábrica de espuma pra colchão em Diadema, é... onde nós... nós acreditamos que a Multi poderia dar certo e nós não tínhamos o dinheiro suficiente pra comprar as melhores máquinas; então, na hora que se misturava os produtos químicos, as espumas saíam com defeito, a gente teve alguns prejuízos grandes. Então, o fato de eu ter tentado a minha carreira como empreendedor inicialmente, fez eu aprender a dar muito valor pro cliente, e também pro empregador. É.... Então quando eu consegui um emprego remunerado, eu praticamente estiquei um tapete vermelho pro dono da empresa. A gente, muitas vezes, até vindo de uma família simples, a gente, às vezes, via o...o empreendedor como aquele cara abastado, aquele cara que, enfim, tem condições, e não é isso; na hora que você monta uma empresa e vê a quantidade de imposto que você paga no começo do mês, o que o funcionário recebe da tua mão e o que você paga, em dobro, pra manter aquele funcionário, e como nós não temos uma educação financeira, no Brasil, tudo fica muito distante. Então, a minha carreira, ela foi...foi... eu costumo exemplificar que eu fui aprendendo na prática as dores de ser dono. E depois, com... obviamente, com os fracassos que eu tive, tanto na empresa de material de limpeza como na fábrica de material de espuma, eu acabei virando um devoto do empregador. Então, quando alguém me dava oportunidade de ter um emprego, eu era muito agradecido. Mesmo assim, Millena, eu perdi o emprego algumas vezes. Então, é como eu falei, a carreira demorou. Hoje, aos 51 eu fui presidente de uma empresa francesa, a Publicis, e fui presidente... estou ainda presidente de uma empresa americana, que é a WMcCann. Eu tenho uma grande honra, mas, eu consegui sair e abrir esse espaço, como eu disse. Aos 51 anos, se você parar pra pensar que eu andei de avião aos 29, pra 51 dá, apenas, 22 anos. Então, é... Eu acho que é... que é tentar pregar aquilo que eu gostaria de ter visto ou que eu sonhe em ver no mundo, é como eu disse, de uma maior igualdade. Essa coisa de... que a gente vê no mundo empresarial, existe, também, uma característica que se estende ao perfil brasileiro; a gente busca muito o “Salvador da Pátria”; então é o “Salvador da Pátria”: “— eu quero trabalhar naquela empresa porque aquele cara é demais ou porque aquela mulher é demais”. Então... E você deposita como se aquela pessoa fosse capaz de resolver tudo. Então, eu também não vejo isso com bons olhos; eu acho que essa busca por um Salvador da Pátria nos negócios ou na vida pessoal física, ela atrapalha o nosso desenvolvimento e a nossa produtividade.

[0:10:06] – MM: E você tendo já essa grande experiência como líder de empresa, qual é a conclusão que você chega hoje nesse seu momento de transição né, qual é o grande papel do líder, é ser protagonista, é ser coadjuvante? É o que ensina ou é o que aprende? As pessoas têm falado muito sobre isso, hoje, sobre o posicionamento das funções dentro de uma empresa, o que você conclui, o que melhor funciona pela sua experiência?

[0:10:30] – HR: Olha, eu nunca gosto de....de... centralizar muito nas minhas referências, porque, parece né, que o nosso universo é o que dá certo ou é o que dá errado; muitas vezes você está numa conversa a pessoa fala: “— não, porque, lá no meu prédio as pessoas.... não, porque, na minha família...” Sim, mas isso não significa 200 milhões de brasileiros, nós estamos muito distantes da realidade brasileira né. O Brasil é uma pequena Suíça dentro de uma gigante de iota; o salário é... de renda familiar mensal, médio, do Brasil, 66% da população é R$ 3.000,00; 1% mais rico do Brasil, vejam, 1% mais rico do Brasil, a renda média é de R$ 35.000,00. Eu costumo brincar muito em palestras quando eu falo: “— quem é rico aqui?” E ninguém levanta a mão, e eu falo: “— não é verdade, porque a renda familiar, média, de R$ 35.000,00, é uma família rica no Brasil. Então, a gente às vezes acha é... que nós estamos conectado com o nosso país, mas nós estamos, muitas vezes, vivendo um boi; e aí o que eu tento tirar disso tudo? Não usar os meus exemplos como exemplo pra maioria, eu tento ver o que está acontecendo no país, e olhando o que está acontecendo no país, principalmente nesse momento difícil, a gente não tem um PIB, é... o maior PIB que a gente teve foi em torno de 10, se eu não estou falando muita bobagem aqui, mas foi perto de 2014, a gente não consegue atingir o PIB de 2014 a quase 7 anos, e isso já vinha antes da pandemia. Se eu não tiver um país equilibrado, ou pelo menos, menos desequilibrado, qualquer outro processo que a gente faça nessas grandes empresas, como a WMcCann, que faz parte do IPG, que é o quarto maior grupo de comunicação do mundo, pouco eles vão ter valor pra grande massa, entende, Millena? Este é o nosso desafio, é: como transformar essas experiências numa experiência que aconteça de forma mais homogênea e em mais faixas da sociedade. É difícil quando você tem 66% da população com renda familiar média de R$ 3.000,00 né?

[0:12:58] – MM: Talvez, então, é... se você me permite até, de alguma maneira, resumir, tentar extrair um... uma essência do que você está falando, o maior desafio, então, de um líder, de um CEO de uma agência de publicidade, seria a empatia.

[0:13:14] – HR: É, é como eu falei, quando a gente vai atrás de uma fórmula, sabe, qual é a melhor... o que é ser um líder? O que é ser um chefe? O que que....? Eu me...Eu gosto de... Eu leio muito, eu gosto de pegar sempre um exemplo, o seguinte: o Bill Gates, ele tem um perfil completamente diferente do Steve Jobs, e nem por causa disso a Apple ou a Microsoft, deixam de ter dois gigantes; você está entendendo?

[0:13:42] – MM: Entendi seu ponto.

[0:13:43] – HR: O... Falando do exemplo brasileiro, nós temos a... a Luíza Trajano que tem um perfil muito diferente da família Klein, e não existe certo ou errado. Quando você fala de um... de um formato de líder, eu tento respeitar todos.

[0:14:04] – MM: O que é melhor, então, Hugo, criativo ou disruptivo?

[0:14:09] – HR: Se eu for trabalhar com....com o Steve Jobs e for reclamar o tempo todo do estilo mandão, do estilo é... quase que... digamos, muito singular do Steve Jobs, que quer conhecido por grandes brigas, centralizador, e se eu ficar reclamando disso eu só vou ver o lado, talvez, menos favorável dele. Agora, se eu for pra lá e ficar olhando a genialidade, a busca do perfeccionismo, eu vou prosperar, eu vou aprender, é ...mais vale o que você aprende do que o que te ensina; ele não está ali buscando, às vezes, tendo tempo, dentro de.... de sustentar uma grande empresa pra buscar o melhor formato pra explicar no atacado. A mesma coisa se eu for trabalhar com Bill Gates, que é um perfil muito mais low profile, e eu vou lá reclamar que ele não tem a... a gana do Steve Jobs, que ele não tem o charme...Pôxa! É... Agora, se eu for lá e ver a genialidade que a Microsoft, não em valor de bolsa, mas em termos de valores financeiros diários, ela vende muito mais do que a Apple, poxa, eu vou aprender. Então, se eu for lá pra ver o que o Bill Gates investe no lado sustentável do mundo, né, na Fundação que... e tentar aprender com isso, e vou estar aprendendo, então? Cabe muito a nós, e aí eu falo como um empregado de várias empresas, eu trabalhei em muitas empresas pequenas e, como eu disse, tentei abrir o meu próprio negócio, eu acho que você tem que buscar aquilo que... que a empresa está te oferecendo de melhor, e se inspirar naquilo, porque todo mundo vai ter defeito.

[0:15:42] – MM: Falando um pouco da sua personalidade, eu posso concluir que você tem um estilo mais reflexivo, que você gosta de observar, recebe alguma informação, observa algum fenômeno, pensa sobre, e depois reage? É mais reflexivo, analítico do que impulsivo, de fato?

[0:15:59] – HR: Ah, eu acredito ser bastante analítico. Quando alguém vem dar um exemplo, e eu não quero trazer, aqui, uma linguagem muito simples, muito simplória, assim, de futebol né mas, às vezes, assim, a gente vai pegar um time de futebol, uma Seleção Brasileira e aí você pega, vai, a Seleção de 82 que é super conhecida pelo futebol mágico, que não ganhou nada, e você pega algumas Seleções Brasileira que ganharam e que não tinham um futebol tão mágico, e aí fica aquela comparação: “— ah, ele estava certo ou...” Cara! Isso ninguém ganha, entendeu? O Ideal seria ganhar tudo com o futebol mágico. Agora, levando em consideração que você está num mundo.... não é o Brasil, você está num mundo capitalista que, pra girar a economia depende de vitórias em várias etapas, se você tiver que escolher, você tem que optar pelo resultado melhor. Isso não é o que o Hugo prefere, é um pouco o que a vida te empurra. Então, não adiantaria nada um desses grandes nomes que eu falei, tanto... nomes internacionais, como brasileiros, que são, absolutamente geniais, se eles não tivessem entregando uma empresa saudável, com números saudabilíssimos e empregando milhares de pessoas, entende? Todo o intelecto, toda a genialidade desses 4.... das pessoas que eu citei aqui, dois internacionais e dois brasileiros, com resultados negativos eles, automaticamente, não teriam esse respeito. Então, a gente tem que entender um pouco as regras da vida, e não é uma história minha ou sua ou até de quem está nos ouvindo, de que o mundo seja capitalista, mas é o mundo como é, e isso, ali, né, um pouco como os americanos gostam de falar, então, brigar contra isso são dois trabalhos, em vez de você buscar evoluir dentro das regras do jogo.

[0:18:03] – MM: Hugo, você é nascido em Santos né? Quero saber se você gosta de futebol... E qual a sua lembrança mais marcante da sua terra natal, também da sua família, naquela época que você vivia lá?

[0:18:14] – HR: É, eu amo minha cidade, amo Santos, inclusive tem uma história engraçada ligada aos negócios, porque a gente era de uma classe simples, mas o meu pai e minha mãe, eles faziam questão de nos educar de uma forma mais simples ainda; eu acho que eles tinham medo de... de... caso o dinheiro viesse a faltar, a gente deveria estar preparado pro pior; então, mesmo sendo uma classe média-baixa a gente viveria como uma classe, talvez, baixa, por exagero ou por pura consciência, eu não sei explicar isso, mas assim, foi feito muito bem pra mim e pra minha irmã. Mas Santos é... sempre foi apaixonante, por quê? Porque ela é uma cidade mais democrática do que grandes metrópoles, ela tem uma praia; e na praia, por mais socialmente ou culturalmente é.... digamos assim, privilegiado que você seja, ali você está com pouca roupa e está, praticamente, todo mundo dividindo o mesmo ambiente. Então, Santos tinha só facilidade; e aí eu lembro que meu pai, quando eu tinha 17 anos, ele teve... eu via ali a praia, achava que a vida estava boa, eu tinha comida no prato, tinha banho quente, eu falei: “— cara, eu vou viver” né, e ele falou... ele falou: “— é o seguinte, tá na hora de trabalhar”; eu falei: “ — não, pô, mas assim não”; ele falou: “—é, bicho, 17 anos, tem que se virar, filho”. E me jogou na rua, e se ele não tivesse me jogado na rua, Millena, eu estaria até hoje de sunguinha, caminhando na praia, porque se eu tivesse com um pratinho de comida ali, se eu não tivesse sido realmente jogado, eu estava confortável. É isso que eu falo, uma cidade como Santos, ela é mais democrática, o grande lazer, ele é gratuito, né; e aí, quando eu fui jogado aos 17 anos ali e fui encarar de vender e não vendia e aí eu não recebia, eu falei: “— caramba, não vou ter dinheiro pra pagar as contas”; eu precisava começar a pagar as minhas contas, tinha uma pressão muito grande, então, é... acabei vindo pra São Paulo, e aí eu acho que São Paulo, ele tem uma.... São Paulo e outras grandes metrópoles do Brasil, eles jogam um game bastante violente né, violento entre aspas, assim, são cidades mais duras com você. Então, se você não tem algum... Tudo bem, você pode ir pra um parque, mas mesmo num parque você não tem a simplicidade de estar com pouca roupa como na praia, então, você, muitas vezes, se sente deslocado. Então, o dinheiro né, ele é mais imperativo nas grandes metrópoles, sem dúvida nenhuma.

[0:21:00] – MM: Sim, e é tão mais difícil, difícil você estar perto até dos nossos parentes, quem mora em São Paulo né, assim, marcar de se encontrar, conhecer, quando a gente encontra uma pessoa amiga no shopping, no restaurante, aquela alegria: “— ôoo... você por aqui!”

[0:21:14] – HR: Verdade!

[0:21:14] – MM: Por mais que a gente circule pelos mesmos ambientes, mas é uma surpresa, de tão grande que é a cidade né?

[0:21:19] – HR: É verdade, porque em Santos você vai do Canal 7 ao Canal 1 em 10 minutos, dentro de carro né, quase 15 minutos, assim. Então...

[0:21:26] – MM: E todo mundo se conhece, pelo menos de vista né: “— já vi esse cara aqui... já vi essa mina”...rsrsrs.

[0:21:31] – HR: Sim! E não, se você for a pé você chega também né, em questão de 40, 50, em uma hora você chega. Então.... É... Tem uma...Tem uma coisa assim, eu sou muito fanático pela minha.... pela cidade onde eu nasci, sou muito fã, eu visito, costumo visitar, já visitei mais, às vezes eu acho que está um pouquinho machucada, é.... digamos assim, estruturalmente, mas gosto muito. E sobre o esporte, eu sou Santista, sofredor, é... alegria de Santista é torcer contra os outros times grandes, entendeu? A gente torce pros outros perderem, aí a gente fica na mesma, mas é sofrido ser Santista, tem sido sofrido.

[0:22:13] – MM: [risos]...Você sabe que, eu gosto de futebol também né, mas teve uma campanha, eu vou falar um pouco, assim, da sua trajetória, também, criativa que eu amei, é na época em que você estava lá como CEO da Publicis, é o comercial pra uma cerveja, a Heineken, e, gente, como eu me deliciei com aquilo! Você está aqui demonstrando muito da sua preocupação social com relação à disparidade social, à pobreza, essa coisa das oportunidades, e aquela campanha eu achei tão interessante porque, vamos dizer assim, que ela quebrou um clichê: “quem disse que mulher não pode gostar de futebol? Quem disse que mulher não entende de futebol? Quem disse que mulher não gostaria de ir ao Estádio? Porque será que ela não vai? Né? O que a levaria a um estádio? E eu assisto até hoje, de vez em quando, quando eu quero ficar bem, assim, eu falo: “— não, gente, deixa eu botar lá, mulheres no estádio, Milão, final Champions League, e eu achei aquilo ma-ra-vi-lho-so! Conta pra gente um pouco dessa experiência, assim, quero ouvir, assim, da sua boca como é que foi o processo... E é uma campanha que repercute até hoje...

[0:23:22] – HR: Não, é...Essa é aquela campanha né, que... nós convidamos alguns casais, eles não sabiam do que se tratava, e no jantar tinha um convite pras esposas irem pra um Spa enquanto os maridos iam assistir a final da Champions League. O que nenhum deles sabia...

[0:23:38] – MM: Eles iam assistir no estádio né, Hugo, lá? Remotamente, de um telão, né...rsrsrsrs....

[0:23:43] – HR: Né, exatamente! Eles iriam assistir ... eles teriam um dia, né, um dia de príncipe, assistindo no estádio, tinha um hotel e tal, super bem tratado pela marca, pela Heineken, na época, e elas iriam pra um Spa; só que eles não sabiam, nem elas sabiam que... que a hora que eles saíram do restaurante, toda a produção pegaram as esposas, as 3 esposas dos escolhidos, e mandaram elas pra Milão pra assistir a final ao vivo, e quando eles chegaram no estádio, com telão, graças a Deus na época não tinha pandemia. É.... o primeiro vídeo foi um streaming e elas ao vivo, a princípio brincando, aparecendo de roupão: “— ah, tá muito legal no Spa”... E, obviamente, elas tiravam o roupão e estavam todas vestidas na porta do estádio da final e os maridos ficaram indignados, né; então, assim é.... E esse case foi... é o vídeo mais visto nas redes sociais da Heineken até hoje, foi um baque porque, quem disse que elas não gostam tanto de futebol quanto você, e.... e foi um case que ganhou três Leões em Cannes...

[0:24:58] – MM: Não, foi maravilhoso! Foi em 2016, né? Foi ali na sua reta final, ali, na Publicis...

[0:25:04] – HR: Foi... Foi...

[0:25:06] – MM: E, sabe uma coisa que eu achei interessante de observar, como mulher? É, eles falando como se eles tivessem pensado sobre aquilo, achando que enrolam as namoradas: “—Olha o que eu pensei pra você” ....”—Você merece!”...rsrsrs...

[0:25:20] – HR: É, eu acho que tem uma brincadeira né, a gente está vivendo momentos tão duros, em várias esferas né, desde do momento político internacional e nacional, até um pouco dessa... dessa... desse empobrecimento da economia, né, a gente está vendo um mundo que tende a ser menos globalizado por causa do fechamento de fronteiras, um mundo mais endividado, nós temos aí... a gente não sabe o quanto está sendo impresso de dinheiro novo pra poder manter as economias, então, a gente está vivendo uma tensão muito grande. Mas, se a gente se libertar um pouco tem muito de humor entre os casais, e é obvio que num relacionamento justo, igual, eu diria que é possível brincar. Então, eu sou casado há 12 anos e é normal, às vezes, você querer ir num jogo de futebol que... que não há nenhuma culpa nisso, você falar: “— poxa, mas... você... o que você gostaria?” Pra algumas mulheres que não gostam de ir ao futebol... “— O que você gostaria?” Então, ali tinha um oferecimento de um Spa e era um Spa num convite, ali, realmente, muito bacana; então eles falavam: “— puxa, ó, o que você acha de ir pra um Spa, amorzinho” Ela falava: “ —o quê que é, né, tá querendo me pegar, tá?” E, obviamente, ela também sabia que ele queria ver o jogo, e é também era uma coisa.... digamos.... é.... humana, mas ninguém ali estava enganando ninguém. Olha, Millena, eu acredito em preparação intelectual das... dos jovens, é... sabe, é... das novas gerações, em dar estudo, dar educação, porque se a gente não tiver discernimento nós vamos ser enrolados sempre. Se você sair nas ruas e fizer a pergunta; quanto é 7% de 100, você vai ver que o impacto negativo de erro né, das respostas, é muito alto, os maiores gets na educação é a matemática e o português, que deveriam ser nossas bases. E porque eu estou te falando isso? Porque quando acontece esse boom, essa busca por uma melhoria nas desigualdades absurdas que existem, seja contra a mulher, contra pretos, contra é.... é o universo LGBT, e entre outros, é.... né, a gente pode falar de deficientes físicos; então, assim, é...é... os mais variados, a gente pode falar do preconceito social, né, se você não tem uma condição financeira você, muitas vezes, é barrado, mesmo sendo mais funto. Então, porque eu estou falando da educação no meio disso tudo? Porque se você tiver um povo mais preparado culturalmente ele vai saber discernir as marcas que estão, realmente, engajadas, e as marcas que estão se aproveitando da conversa. Infelizmente, eu acho que o Brasil ainda está longe de perceber essas nuances.

[0:28:16] – MM: Hugo, quais são as características que mais definem você? Por exemplo, entre amigos como é o Hugo? Entre os colegas de trabalho, pessoal da equipe, funcionários e a família?

[0:28:27] – HR: Não, não... eu....

[0:28:28] – MM: Existem três Hugos ou é um só, como é que é isso?

[0:28:32] – HR: Não, eu acredito que eu.... eu sou como qualquer ser humano, sou bastante híbrido, me transformo muito de acordo com cada momento. É... Quando eu era bastante jovem eu era bem extrovertido, quando eu fui pra rua trabalhar, eu me tornei uma pessoa mais tensa, porque eu vi o quanto era difícil. O meu propósito, né, hoje chama muito de propósito, eu sempre disso isso, se você não tiver um objetivo claro na sua vida, as primeiras pauladas que você tomar vão fazer você desistir; se você tiver um propósito grande, você vai tomar paulada, mas vai falar: “— não, mas eu vou conseguir, mas eu vou conseguir”; e uma hora você vai conseguir, por bem ou por mal você vai conseguir, com disciplina, com alguma técnica e com fé você vai conseguir. Então assim, eu me deixei de ser muito extrovertido na adolescência pra ser, assim, uma pessoa mais tensa na... aí dos 17 aos 21 anos e aos 24 anos eu estava praticamente em pânico porque eu realmente estava apagado; então eu me tornei um cara é... muito fechado no trabalho, e as oportunidades pra mim, que elas apareceram, elas apareceram muito quadradas, Millena, ninguém nunca me deu um avião de Cruzeiro, e falou: “— olha, não faz nada errado, só continua levando o avião nesse ritmo”. Não, eu sempre peguei... tanto a Publicis... é.... quando eu cheguei à presidência a Publicis vivia um momento muito delicado, ela era a 12ª no ranking, então eu tinha que levantar o avião, e uma analogia boba, mas que traduz muito isso, é quando você está no avião e ele levanta ele faz aquele barulho chato, você vê o esforço do motor, né, então... Então aquilo pesa, aquilo dá pra mais combustível, aquilo dói mais; então, obviamente, nestes momentos eu me torno uma pessoa muito mais focado e, infelizmente, não pra ver, mas eu acabo me tornando um pouco mais tenso. E quando eu deixei a Publicis, já em 2º lugar no ranking, pra assumir a WMcCann e pra suceder o Washington Olivetto, que pra mim é uma referência, sempre será uma referência, que é o grande mentor da força da publicidade brasileira, no mundo né, um cara que é o percursor...

[0:30:54] – MM: Eleito mais de uma vez né, o publicitário do século, comerciais memoráveis...

[0:30:58] – HR: É, o... E eu acredito que ele atraiu muita gente em outras áreas pra publicidade. Então, quando eu fui convidado pelo grupo americano pra sucedê-lo, primeiro foi uma honra e em segundo era uma responsabilidade grande porque, os 7 anos que o Washington ficou na W foram muito vitoriosos. Mas a gente tinha acabado de ganhar duas contas muito importantes da W na Publici. Então, veja, de novo, entra aí o mundo corporativo. Então.... Então, a minha chegada na W foi num momento de oscilação da empresa, então novamente a W já aparecia em 15º no ranking, é uma queda grande, e novamente, a gente precisava levantar, e ó, claro que eu não fiz isso sozinho, fiz com todo mundo. Então, quando você fala: qual o seu perfil? Eu acho que, agora, que a gente está em 1º no ranking, é um perfil mais leve, mais brincalhão, porque a gente está como um... voando... num dá pra dizer que a gente está num voo Cruzeiro porque a pandemia se somou à pouca... o pouco crescimento econômico dos últimos anos e fez o Brasil patinar de vez. Então, a gente não está vivendo aí, né, basta ver os [...?] que a gente teve aí nos últimos anos né, que começa com uma expectativa e ele vai caindo, caindo, caindo, aí ele cai em dezembro, quando eles vão fechar, no começo do ano, ele cai mais ainda... É.... Então, é muito engraçado isso; então assim, não dá pra dizer que está num voo Cruzeiro, mas a gente conseguiu ganhar grandes clientes, que é o nosso... nosso lema é “nosso melhor resultado, é o resultado dos nossos clientes”. Então, a Coca-Cola, agora, acabou de ser eleita a marca mais querida do mundo, é cliente nosso; Mastecard é cliente nosso, Chevrolet que lidera as vendas no varejo há 7 anos é cliente nosso. Então, o fato de a gente participar, de alguma forma aí, com essas marcas maravilhosas a serem líderes, também acabou fazendo da gente a agência líder do Brasil nesse momento. Então, eu sou mais brincalhão; é obvio que a hora que a gente cair novamente, porque o mundo é uma montanha russa, né, algumas pessoas querem acreditar que é possível ficar lá em cima o tempo todo, não é, é toda coisa que a gente devia aprender, não é. Então assim, é obvio que se tiver que levantar o avião de novo, a tendência é, mesmo com a experiência, é que você fique mais tenso, até por uma questão de concentração.

[0:33:31] – MM: Agora, Hugo, me conta coisa, como é que surgiu o seu interesse pela publicidade? E hoje, se você não fosse publicitário, qual seria a sua profissão?

[0:33:40] – HR: Bom, a gente... na verdade, na verdade, assim, eu... eu tinha uma certa facilidade maior na área de humanas, e eu escolhi ser jornalista, por escrever, e eu, muito jovem ainda, eu adorava a profissão de jornalista né, só que aí houve o boom da publicidade, isso é... eu nasci em 1970, em 1985, com 15 anos ali, eu... na verdade ia trabalhar com vendas, em Santos, eu olhava a publicidade e era o grande boom, a publicidade, nessa época ela era, praticamente, as billy’s tech de hoje, elas se equiparavam ao boom das grandes empresas de tecnologia, sabe? Então, pô, era a profissão... chegou a ser a profissão mais disputada nos grandes vestibulares, e aí eu descobri o seguinte: quanto ganhava um publicitário e quanto ganhava um jornalista, era muito mais em publicitário, porque era uma... uma profissão muito melhor remunerada, isso já não acontece mais hoje; hoje, com a fragmentação das mídias, a remuneração caiu muito, porque você tem mais aquela.... aquele monopólio das mídias: rádio, tv, revista, então, não tem mais uma fonte de renda muito alto. E aí eu falei assim: “— não, não vou ser jornalista, eu vou ser publicitário”; e coincidiu essa transformação, eu lembro, exatamente, uma entrevista do Washington, foi exatamente isso, era uma entrevista que ele estava dando, na época, pra revista Playboy. É, é até engraçado porque os mais jovens nem vão saber o que era uma Playboy, mas é engraçado você ler uma entrevista da Playboy, mas era o que eu fazia, eu adorava ler.

[0:35:31] – MM: Não, era super aguardada a entrevista da Playboy, é, tinha uma expectativa: “quem que vai falar nesse mês?” rsrsrs.

[0:35:37] – HR: É, e assim, e o Washington, ele contava sobre o mundo publicitário, primeiro com muitas verdades, vividas por ele, com grandes discussões que ele conseguiu em tecer; e segundo num momento onde a economia jogava a favor da publicidade. Então, era como hoje você ver o google, alguém do google ou alguém do facebook, alguém da Apple, alguém da Amazon, empresas de tecnologia que você falava: “— poxa, é um universo de prosperidade” [ risos]. E isso eu costumo, muitas vezes, em algumas aulas ou em palestras, às vezes jovens me perguntar né: “—poxa, qual é a profissão que você seguiria hoje?” Eu continuo apaixonado pela comunicação, mas eu me conectaria com a tecnologia, porque a tecnologia está imperando, entende, Millena, ela está em todos os cantos, os softwares, desde a chegada do IPhone, com o touch, em 2007 né, veja, são 14 anos, não é que a Apple trouxe o touch, mas o touch entrou na nossa vida, e aí a máquina, ela passou a ser, também, um pouco de história e getting, porque você passou a ter uma extensão do seu corpo, num toque num dos nossos sentidos, que é o toque, e a criatividade começou a ser confundida, também; o que é mais criativo né, só uma poesia ou uma poesia tecnológica, onde a máquina, o novo celular, cheio de ....de... ferramentas, te seduz? Então, veja que loucura, é uma ... uma máquina fria e passou a ter um ar criativo na tua mão. Então, essa mudança toda de hoje, na minha opinião, faria com que eu seguisse uma carreira pra esse lado. Naquela época não existia nada disso, existia uma propaganda muito pura, de grande história em tele. E não é que isso perdeu o valor hoje, o problema é que a competição, hoje, é muito maior. Pra você lembrar de um comercial, hoje, com a quantidade de informações que você recebe através desses devices aí, desses aparelhos, que são fascinantes, que simplesmente te ouvem o dia todo né, e te cercam de mimos, vamos dizer assim, porque se você gosta de um produto o produto pinga na tua tela, se você visita uma loja aquele App te segue, se você entra num site aquilo lá nunca mais te larga; então, é uma concorrência muito desleal hoje, porque, a gente tem momentos de dia mais vulneráveis, e se aquele aplicativo, ele de tanto estímulo, uma hora eu vai te pegar vulnerável e você vai ser convertida. E, na propaganda dos anos 80, 90, você tinha menos intervenção, menos interrupção; então você poderia ser seduzido de uma maneira mais romântica, vamos dizer assim.

[0:38:33] – HR: Eu acho que a gente vive uma era mais descartável.

[0:38:36] – MM: Hugo, aqui, no nosso podcast Lado Pessoal, os nossos convidados podem pedir uma música, e pra gente encerrar aqui o nosso papo, podem oferecer a música e tal. Bom, eu já sei que você escolheu a música We Are The World, composta pelo Michael Jackson, Lionel Richie, que foi especialmente criada... teve participação de quase 50 artistas nos Estados Unidos, foi criada pelo Movimento USA For Africa. Porque você escolheu a gente encerrar a nossa conversa com essa música? Essa música significa o quê pra você?

[0:39:05] – HR: Eu acho que a gente está vivendo um momento de grande desafio, mundialmente falando, e falando aqui do nosso país também, e eu sinto falta, até...até é difícil de falar né, coletividade, igualdade e acessibilidade, né, acessibilidade a todos que não conseguem entrar nessa bolha, que ainda é muito restrito e privilegiado, da qual nós fazemos parte. Então, eu acho que essa música, com essa pandemia acontecendo, com o aumento da pobreza, e a gente com egoísmo, a gente por muito tempo a gente falou assim: “— ó, será que essa pandemia vai trazer um pouco mais de generosidade?” Eu não tenho visto isso. Mas, verdade, eu acho que essa música, ela traduz... não é que ela traduz, ela nos faz lembrar o seguinte: existe um único caminho, e esse caminho é o da união por um propósito que seja melhor pra todos; todos em busca de uma coletividade, de uma igualdade e de uma acessibilidade. Ninguém aqui está vendendo uma poesia, a gente só está vendendo um mundo... vendendo um mundo menos desigual.

[0:40:18] – MM: Mais sustentável! “Let’s start giving”, né? Vamos começar a dar, a doar...

[0:40:21] – HR: É isso!

[0:40:22] – MM: Né? Todo mundo tem alguma coisinha pra contribuir; descubra a sua!

[0:40:26] – HR: Alguma coisa... É isso.

[0:40:27] – É... É linda essa música mesmo.... Adorei! Hugo, foi maravilhoso ter você aqui com a gente, obrigada! Adorei conhecer mais do seu lado pessoal, você é muito requisitado pra falar sobre publicidade, pra falar sobre mercado né, está sempre aí atendendo super bem os jornalistas e tudo. Hoje, a gente teve oportunidade de saber um pouco mais sobre você, como você pensa, como você toma as suas decisões, como é que você planejou a sua vida, né, que ventos sopram aí pra você, como é que você arma a sua vela né, qual a sua estratégia de jogo... Foi muito.... Foi muito legal entrar em campo com você aí nesse podcast, agradeço você pela sua participação e pela forma sincera, generosa que você respondeu aqui as perguntas, foi muito inspirador. Obrigada! Mais sucesso pra você, boa sorte nessa nova fase, mais reconhecimento profissional e muitos outros sonhos pra você realizar e engajar as pessoas também, porque você é muito inspirador, você sabe.

[0:41:25] – HR: Amém! Muito obrigado! Eu não sei não, eu... eu tenho uma autoestima baixa, Millena, mas agradeço, e peço a Deus aí, aos ventos, pra que eu não erre, pra que Ele me guie sempre. Agradeço demais aí o convite, e agradeço demais a você, à Antena 1, e agradeço aos ouvintes, e termino lembrando uma frase do Ítalo Calvino, que ele dizia que “o que te faz o esforço são os ouvidos e não a boca”. Então, obrigado aos ouvidos dos nossos ouvintes.

[0:41:51] – MM: Adorei! Obrigada você, um beijo; até a próxima!

[0:41:55] – HR: Beijão!

[0:41:57] – MM: Lembrando que esse podcast com o Lado pessoal de Hugo Rodrigues, Executive Chairman da WMcCann Brasil, vai ficar disponível pra você escutar quantas vezes quiser, e também compartilhar, hein, bastante! Faça isso, porque esse podcast tem muita coisa bacana e importante pra você escutar e compartilhar. A gente se reencontra, então, no próximo podcast? Até lá!

Escrito por Millena Machado

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